Pensar o Currículo do Ensino Médio

 No Currículo do Ensino Médio, trata-se, principalmente, hoje de se trabalhar com as diferenças, problematizá-las radicalmente, enfatizar as suas dinâmicas, viver todas as suas experiências inquietantes e misteriosas. Nós educadores já temos condições teóricas  e práticas de indagar: O que fazemos com o currículo escolar? O que atualmente temos condições de saber e fazer? O que daqui para a frente poderemos fazer com tudo isso? E também temos condições de responder: já fizemos muita coisa e sabemos outras tantas. É por suas alteridades que estamos sendo interpelados e desafiados como educadores. Foi para isso que os diferentes desequilibram as relações conhecidas, dissipam a segurança identitária, tornaram estranho tudo que antes para nós professores era tão familiar. Para que, juntos assumissemos com os jovens a responsabilidade ética de educá-los em sua própria diferença.

Ou aprendemos as lições desse tempo e fazemos os diferentes e suas culturas entrarem efetivamente em nossos currículos e práticas pedagógicas ou acabaremos cedendo nosso lugar de educadores. Ou a diferença pura torna-se de uma vez por todas, a principal argila de nosso trabalho pedagógico e curricular, ou seremos educadores perdidos, a deriva, fora do tempo. Como já indicava Paulo Freire, em sua pedagogia da indignação (2000. p. 53), "temos que ser educadores situados em nosso tempo, e não fundados em devaneios, a transformação do mundo necessita tanto do sonho, como dos níveis de desenvolvimento tecnológico e científico do contexto do sonhador."