Princípios da Educação 3.0

 

Vimos a história da educação na América ao longo dos séculos 19, 20 e 21 e também como é um dia numa escola 3.0 (Veja mais). Este artigo aprofunda as ideias, analisa mais de perto o dia-a-dia e convida-os a comparar a sua escola com o que você verá. Nosso objetivo é explorar as seguintes questões:


O que significa Educação 3.0?
Qual a diferença da Educação 3.0 para o que fazemos hoje?
Em quais competências focar? Por quê?


Um exame cuidadoso dos alunos e professores 3.0 leva a seis princípios que descrevem o que está acontecendo e que ajudam a distinguir entre a educação 2.0 e a 3.0. Na escola 3.0:

Os alunos trabalham em problemas que vale a pena resolver
Alunos e professores produzem em conjunto
Os alunos desenvolvem pesquisas auto direcionadas
Os alunos aprendem como contar uma boa história
Estudantes empregam ferramentas apropriadas para a tarefa
Os alunos aprendem a ser curiosos e criativos


Claro que eles fazem muitas outras coisas também - organizam seus horários, estudam as causas da Guerra Civil, praticam esportes e cantam no coral. Mas o fazem de acordo com os seis princípios-chave da aprendizagem no século 21. Para mais informações sobre a origem desses princípios, acesse The Global Achievement Gap, de Tony Wagner.
Eles usam as novas tecnologias- mas ela não é o centro de sua atenção, nem o nosso. A tecnologia permite muitas coisas e ajuda a trabalhar mais rápido, mas não é um fim em si. Vamos analisar cada princípio.


1. Os alunos trabalham em problemas que vale a pena resolver

Não me refiro a resolução de problemas matemáticos ou outros problemas acadêmicos que parecem preencher a maior parte do tempo na Educação 2.0. Ao contrário, os alunos trabalham em problemas que precisam ser resolvidos para tornar o mundo melhor. (Pode ser que um desses exija a resolução de problemas matemáticos. Então os alunos aprenderiam quando precisassem utilizar. Essa é a diferença entre aprender no tempo certo e apenas aprender.) O estudante 3.0:

Trabalha com um grupo de projeto colaborativo para resolver questões de interesse público bem como a importância acadêmica
Encontra os conceitos de um assunto totalmente coordenados com os temas e as atribuições dos outros
Trabalha em projetos da comunidade para construir elementos que complementam o trabalho acadêmico


2. Alunos produzem em conjunto

Os alunos raramente trabalham sozinhos em um projeto, mas são muitas vezes o único responsável pelo trabalho do grupo. Eles fazem uso das ferramentas de comunicação digital para colaborar com os professores, especialistas e colegas distantes, trabalhando da mesma forma que as empresas. Os nossos alunos:

Trabalha em um projeto em grupo com um treinador da faculdade, durante o tempo estipulado pela escola.
Encontra-se com seus colegas em espaços específicos para o desenvolvimento do projeto.
Faz videoconferências para ensino à distância, debates com especialistas no assunto, palestrantes convidados, professores e outros.
Conversa com sua família sobre o que aprendeu, utilizando o site da escola para discutir com seus pais.
Conecta-se a recursos multilíngues, multiculturais e internacionais, e aplica em seus projetos.

3. Os alunos desenvolvem pesquisas auto direcionadas

A pesquisa visa resolver os tipos de problemas descritos acima, e muitas vezes são inéditas. Raramente os trabalhos são os mesmos do ano passado e a classe faz pesquisas com temas diferentes. As ideias surgem após pesquisas de diversas fontes, disponibilizados através de arquivos digitais e redes. Num dia da vida desse aluno:

Procura fontes on-line, determinando sua importância e confiabilidade.
Utiliza dados em tempo real a partir de suas pesquisas digitais e de fontes em todo o mundo, para explorar as questões e resolver problemas.
Utiliza uma extensa biblioteca de textos eletrônicos, tutoriais e cursos on-line que eles baixaram para seus laptops e iPods.
Usa tecnologias de comunicação digital para trocar conhecimento com colegas e especialistas on-line.
Completa seus trabalhos - em especial o seu projeto individual e em grupo - fora do horário escolar.


4. Os alunos aprendem como contar uma boa história

Explicar, publicar, apresentar e persuadir são habilidades importantes para cada aluno na Educação 3.0. Ao longo de suas carreiras escolares, eles são instigados a compor, preparar e apresentar suas ideias através de palestras em público, apresentações em PowerPoints e podcasts - as mesmas formas utilizadas no ensino superior e nos negócios. Os alunos da nossa escola modelo:

Usam imagens, vídeos, músicas e animação para expor claramente seus trabalhos e apresentações.
Utiliza as tecnologias da escola para apresentar seus trabalhos.
Publica seus trabalhos em um portfólio online demonstrando seu aprendizado.
Apresenta os resultados de seu trabalho para um público fora da escola, combinando apresentação oral e mídia digital.


5. Estudantes empregam ferramentas apropriadas para a tarefa

Assim como raramente vemos lápis e papel empregados em escritórios modernos, universidades e laboratórios, estas ferramentas do século 18 são raras nas mãos dos estudantes na nossa escola de Educação 3.0. Em vez disso, usam qualquer ferramenta que funciona melhor: computador, calculadora, celular, tablets ou processador de dados. Estudantes:

Utilizam tecnologias de comunicação e informação (TICs), tais como mensagens instantâneas para trabalhar com professores, colegas e comunidade.
Escuta podcasts em dispositivos móveis para ampliar e aprimorar seu trabalho.
Utiliza as ferramentas digitais, tais como videoconferência, documentos compartilhados, e sistemas de gestão de aprendizagem para fazer seu trabalho.
Usa ferramentas digitais para desenvolver animações, vídeos, apresentações e podcasts que apoiaram seu trabalho.


6. Os alunos aprendem a ser curiosos e criativos

Em nossa escola modelo isso não é tratado como traço da personalidade do aluno, mas é ensinado como hábitos mentais e modos de trabalho que devem ser praticados em todas as áreas. Sem eles, os alunos são menos propensos a ter sucesso na faculdade e no trabalho. Assim, os estudantes:

Identificam oportunidades para ampliar seus estudos, utilizando as ferramentas necessárias.
São recompensados pela descoberta de novos padrões e relacionamentos.
Aplicam apreciação artística, composição e expressão ao seu trabalho de resolução de problemas.
São atribuídas tarefas que os fazem buscar novas abordagens e soluções inéditas.
Terminam o dia com um sentimento de admiração e curiosidade ligada a objetivos importantes.


Em sua escola...
Seus alunos fazem as coisas listadas acima? Na sua escola? Em sua cidade? Que mudanças teriam que ocorrer para que isso aconteça? Quais são as tecnologias que eles precisam?

*Este artigo foi extraído do site do autor: http://lengel.net/ed30/principles.html
Tradução livre.

Fonte: Inova Educa 3.0

Comments

imagem de rayanne medeiros

A escola que queremos

Esse artigo, com sua linguagem simplista e bem expositivo, é uma ótima oportunidade para se pensar nas verdadeiras funções da tecnologia nas salas de aula. Não se pode descartar os pontos negativos dos aparelhos midiáticos na escola, como a quantidade muito grande de informações com as quais nem sempre os alunos conseguem lidar e a própria disperção deles diante da máquina , mas com disciplina e auxilio dos professores é possível reverter esse quadro e ter, cada vez mais como aliada da educação de qualidade todas as tecnologias possíveis para o real e concreto ensino que queremos. 

 

 

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imagem de MARIA CRISTINA TAFAKGI

Educação 3.0

    O artigo, pelo que entendi, fala sobre a escola e o aluno ideal para o século XXI, que essa idealização já pode ser verificada  em algumas escolas.

     Que escolas são essas? públicas? privadas? de  países ricos? são sonhos possiveis? 

             Em todo momento no artigo, o aluno de hoje é mencionado como protagonista e não mais como coadjuvante no processo de aprendizagem . Para isso, os alunos devem adquirir algumas habilidades, como criatividade e curiosidade, que são ensinadas e não traço de personalidade. Isso é  prioridade na relação do aluno com o conhecimento. Para que isso seja possivel, ponto fundamental ,  que não foi muito tratado no artigo, é o papel do professor neste processo.

   O que passou a todo momento na minha mente é que a escola ideal deve ser para todos, assim-em tempo  de discussão sobre destinação de percentuais do PIB e de greves -temos que pensar sobre a aplicação dos recursos, escola em tempo integral, professores com dedicação exclusiva e salários justos, transparência na utilização de recursos, etc.etc. Quando pensamos na escola pública no Brasil vem à mente nossas mazelas, mas vem também o nosso esforço diário e os bons resultados alcançados por alguns professores que são (perdoem o clichê) verdadeiros heróis. Não basta mais recursos, não basta tecnologia, não bastam "professores heróis" e nem alunos interessados. É preciso esforço conjunto, seriedade, professores e alunos tem que ser ouvidos.

    Ideal é sempre ideal. Mesmo em países que são referências, por vezes questionamos a formação daqueles estudantes como pessoas e cidadãos. Assim,quando o artigo menciona  "alunos trabalham com problemas que valem a pena resolver" isso também é questionável: afinal o que vale a pena  resolver? me parece buscar sempre a utilidade, a funcionalidade. Vale a pena também discutir, refletir, criar, artes, literatura, etc. 

       Fica principalmente desse artigo,  a noção do que nós, professores e alunos brasileiros nas  escolas públicas, estamos perdendo, mas que muito podemos e temos o dever de fazer.

 

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imagem de Jaquelinne Alcantara Soares

A Escola dos sonhos é possível!

Retirei o trecho abaixo do artigo e fiz algumas alterações para expor minha opinião.

Parte que fala dos princípios da educação 3.0

          Os alunos trabalham com problemas que realmente valem a pena resolver, o dito vilão dos estudantes a matemática, muitas vezes não faz sentido algum. Porque é ensinada somente pautada nas regras sem aproximação de algo palpável, próximo da relidade que nos cerca, então é preciso saber o porque de aprender determinado conteúdo e para quê ele me será útil.           Alunos e professores colaboram nas produções, chega de modelos prontos, o aluno deve ser co-autor da sala de aula. Ninguém merece uma sala cheia de estudantes que não se expressam, diz aí galera, pensem e falem! Os alunos se envolvam em auto-dirigida pesquisa, ferrementa incrível que acabaria com o copiar e colar de pesquisas para trabalhos que muitas vezes nem são lidos, a galera vai acabar mergulhando dentro do assunto e aprendendo de fato.Os alunos aprendem como contar uma boa história, uma das grandes dificuldades dos estudantes estão em construir uma redação (requisito de vestibular), como é possível isso? Eles são grandes comunicadores das redes sociais, então é só aprimorar este talento!           Estudantes ajudam a escolher a melhor ferramenta para empregar em cada tarefa, com liberdade para diferenciar de acordo com suas predileções e aptidões, não seria incrível?Os alunos aprendem a ser curioso e criativo, isto é extremamente preciso, pois a escola tradicional engessa os pensamentos e cala as vozes.

Pensem nisso!

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