Alunos conhecem cultura Maori sem sair da sala de aula

Uma turma de estudantes da EEB Governador Heriberto Hülse, no bairro Próspera, em Criciúma, teve a oportunidade de conhecer a cultura Maori, da Nova Zelândia, sem sair da escola. Uma família formada por um brasileiro e uma neozelandesa foi até a escola e dividiu sua bagagem cultural com os estudantes. Além de levar fotos de rituais como o casamento, templos maoris e objetos de decoração típicos, a família encenou cumprimentos e até a dança tradicional.
O reflexo foi alunos interessados e atentos que interagiram com a família e aplaudiram cada demonstração da cultura não mais estranha.

Durante cerca de uma hora, o geógrafo Rafael Comin, 32 anos, a produtora musical Naomi Larsen Comin, 30 anos, e os filhos Tuan, 6 anos, e Noa, 4, contaram um pouco da cultura Maori, desde a dança, chamada de Haka (com características de dança para o combate), a comida típica Hungi (carnes cozidas debaixo da terra, enterradas), os cumprimentos carinhosos demonstrados pelos filhos e o aspecto cultural e cosmopolita da colonização neozeolandesa após o fim do domínio inglês.

Rafael conheceu Naomi em 2003. Ele graduou-se em Geografia pela UFSC e foi para a Nova Zelândia fazer mestrado em cartografia. Lá, casaram, tiveram um filho e vieram para o Brasil em 2010. “O país é fascinante e a mistura de pessoas que tem lá é interessante, chineses, indianos, africanos, iranianos, iraquianos ajudaram a povoar as ilhas que formam o país de 167 anos. O comportamento das pessoas também é diferente daqui e a cultura Maori lá é muito forte. Eles são organizados , inclusive, na política”, afirma Rafael, que tem as costas tatuadas. O seu desenho foi um presente de casamento e que traz significados confidenciados por ele ao tatuador.

O casamento, para o geógrafo e a produtora é uma troca e processo de adaptação comportamental frequente. Eles moram em Florianópolis, onde Rafael trabalha. Naomi aos poucos habitua-se com o comportamento das brasileiras. “Por enquanto não trabalho, está difícil. Diariamente aprendo um pouco da Língua Portuguesa e me habituo com o modo de agir das pessoas aqui. As brasileiras são mais enfeitadas, se arrumam mais. Me acostumei tanto com isso que quando voltamos para lá estranhei as mulheres de lá, que não costumam se arrumar tanto”, contou Naomi.

A experiência foi promovida pela professora da disciplina de Geografia e Atualidades Karyme Schneider, dentro do projeto Ensino Médio Inovador (no qual os alunos ficam na escola em período integral em alguns dias da semana), com enfoque no tema Juventude e Identidade. “Tratamos de sinais de identificação, chegamos às tatuagens com um bate papo com a tatuadora Alessandra Topanotti, origens e, por sorte, encontramos essa família Maori. É o único grupo nativo de outro Continente que mantém forte suas características sem se deixar influenciar pela cultura inglesa, já que a Nova Zelândia é uma ex-colônia da Inglaterra. Uma troca maravilhosa de cultura que jamais vamos esquecer”, explica Karyme.