Reflexão acerca do conteúdo do Caderno I - Formação de Professores para o Ensino Médio

ESCOLA ESTADUAL ERNANI VIDAL – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Cidade: CURITIBA - PR

Reflexões sobre o conteúdo abordado no Caderno I – Formação de Professores do Ensino Médio.

Orientadora de Estudos: Deise Pereira Santos Carvalho

Professores participantes – Equipe 2:
Jeana Escolástica Maffini dos Santos
Márcia Cristina Marquezini Pinheiro de Freitas
Mário Cerdeira Fidalgo
Nelson Mario Rizzardi

Para a leitura, reflexões e debates a respeito do conteúdo do Caderno I – Formação de Professores do Ensino Médio, o grupo de professores participantes deste curso em nossa escola foi dividido em duas equipes. Nós, integrantes da equipe 2, entendemos que ao longo da história da educação brasileira verifica-se questões que são relevantes para a definição do quadro atual de ensino e, particularmente, da modalidade do ensino médio, foco desse estudo.
Acreditamos que uma questão crucial para o aprimoramento e modernização do ensino no Brasil é atribuir-lhe o devido valor. É desenvolver a ideia de que conhecimento é realmente indispensável para uma nação que queira garantir seu espaço na história. É ensinar à população que ir à escola é muito mais do que garantir um lugar seguro para a permanência de seus filhos, mesmo porque essa segurança muitas vezes é relativa.
Verifica-se no decorrer da história da educação a clara divisão de classes: ricos x pobres, dominantes x dominados. Sabemos que essa divisão aconteceu e, infelizmente, ainda acontece, por questões de interesses diversos, talvez para se manter inalterado o status quo dessas classes sociais.
Dessa forma, perguntamo-nos: estaria a sociedade, de um modo geral, realmente interessada na formação intelectual de nossos jovens e adolescentes que frequentam a escola pública, onde se encontra o maior contingente de estudantes das classes sociais menos favorecidas?
Um segundo ponto sobre o qual refletimos, e cremos ser consequência do já exposto, é a falta de valor dada ao conhecimento por parte da própria população, ou seja, pelos elementos ativos dessa história. Em que lugar da ordem do dia está o aprendizado? O que é para essas pessoas ter conhecimento, ter cultura? A que se dá importância no cotidiano? Quais são os assuntos mais relevantes no meio do povo? Percebe-se que numa grande maioria da população, a educação, a cultura, o conhecimento, o saber não fazem parte da vida nem dos estudantes que ainda estão ativos, frequentando escolas, nem das pessoas que já passaram por uma formação acadêmica. Deixamos claro que refletimos sobre a população brasileira como um todo, e levantamos hipóteses e deduções a partir da observação e vivência que nós professores constatamos em salas de aula diariamente.
Somando-se a esse aspecto já mencionado anteriormente, deparamos com a situação da evasão escolar, uma vez que muitos jovens, ao invés de frequentarem os ambientes escolares para a aquisição do saber, buscam por trabalho, uma vez que para eles é muito mais importante e necessário o rendimento salarial imediato, que os permite suprir suas necessidades econômicas pessoais e familiares, do que uma preparação acadêmica que possivelmente possa lhes promover uma melhor condição de vida a longo prazo.
O imediatismo para os resultados é um ponto perceptível no ambiente escolar. Estudar, pensar no futuro, passar por etapas de aprendizado e conhecimento e construir suas relações, são elementos que têm um grau de importância muito pequeno, para um grande percentual dos estudantes. Alguns deles questionam: para que estudar tanto, despender tanto esforço nisso, se há a possibilidade de trabalhar por um salário mínimo e garantir uma renda ao final do mês? Para que aprender este ou aquele conteúdo, se não vou utilizá-lo em nada na minha vida?
Talvez seja prematuro, nesse momento, elencar possíveis soluções para os fatos apresentados, uma vez que há um grau de complexidade muito grande envolvido nessas questões, mas desejamos que no decorrer desses encontros para realização de nossos estudos, ocorram de fato caminhos a serem trilhados por todos os integrantes da escola pública, em especial do ensino médio, que culminem com as expectativas que temos de uma educação de qualidade, ocupando seu verdadeiro papel na sociedade. A realização desse estudo e a oportunidade de reflexões acerca do tema, a nosso ver, já demonstram um passo importante para o alcance desse objetivo.

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imagem de Terezinha Giomo Catuzo

Formação de Professores do Ensino Médio

Discutir a Educação do Ensino Médio, em um país como o nosso, marcado por tantas e tão profundas desigualdades, é sempre um problema e um grande desafio.  Portanto trata se de examinar o Ensino Médio numa época muito especial, pois estamos em um tempo de significativos problemas sociais,  ao mesmo tempo em que somos conscientes de que deve haver profundas transformações. Somos conscientes, de que certamente essas mudanças virão a  longo prazo, mas de início devemos apontar para direções que consideramos desejável e favorável aos nossos anseios  em relação ao ensino Médio. Assim lidar com as questões do Ensino Médio, significa envolver se com elementos e dispositivos que estão implicados o poder e suas múltiplas conexões com o saber.

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