O uso de drogas e o jovem estudante

USO DE DROGAS E O JOVEM ESTUDANTE

Bertollo, M1; Brustolim, A. O. C2; Czervinski, A. C3; Czervinski, T4; Fabiane, P5; Finoketi, S. M6; Fornari, A7; Kurek, E8; Nieratka, ​E9; Roque, N.M10; Rosa, E11; Vincenzi, R. A. A12.
1- Professora da Disciplina de Filosofia, Colégio Estadual Jose de Anchieta;
2- Professora Pedagoga, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
3- Professora da Disciplina de História, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
4- Professor da Disciplina de Biologia, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
5- Professor da Disciplina de Sociologia, Colégio Estadual Jose de Anchieta;
6- Professora da Disciplina de História, Colégio Estadual Alto Recreio;
7- Professor da Disciplina de Biologia, Colégio Estadual Padre Sigismundo;
8- Professora da Disciplina de Arte, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
9- Professora da Disciplina de Educação Física, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
10- Professora Pedagoga, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
11- Professora da Disciplina de Língua Portuguesa, Colégio Estadual Arnaldo Busato;
12- Professora da Disciplina de Química, Colégio Estadual Arnaldo Busato, raavincenzi@gmail.com.
Resumo: Este projeto está sendo desenvolvido para esclarecer os jovens do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio, sobre o uso indiscriminado de drogas que abrangem desde as mais comuns como álcool, cigarro e maconha às mais pesadas como craque, cocaína, anfetamina, ecstasy dentre outras, pois o uso contínuo afeta o sistema nervoso central e, consequentemente, a aprendizagem escolar além da agressividade e violência observadas no meio escolar.

Palavras-chave: drogas; jovem; educação; prevenção; escola.
Introdução
​Com o passar dos anos, o profissional da educação observa que o espaço escolar e da sala de aula não mais aquele em que os alunos devam ficar enfileirados um atrás do outro e responder “Sim Professor”, “ Não Professor”.
​O espaço escolar é local de dinamismo e troca de experiências e, principalmente, de aquisição de conhecimentos diversos que visem não somente determinadas formas didáticas, mas, principalmente de aprendizado do mundo que cerca o cotidiano escolar que sempre extrapola os muros escolares.
​Pensando nesse espaço como promotor do conhecimento sistematizado, RIBEIRO (2004, p.105),
o espaço escolar deve compor um todo coerente, pois é nele e a partir dele que se desenvolve a prática pedagógica, sendo assim, ele pode constituir um espaço de possibilidades, ou de limites, tanto o ato de ensinar quanto o de aprender exigem condições propícias ao bem estar docente e discente.(RIBEIRO, 2004, p.105).
Logo, esse espaço deve estar associado ao cotidiano do estudante e suas práticas sociais que interferem no relacionamento e no seu desenvolvimento escolar. Por diversos fatores sociais atuais este trabalho foi pensando com o objetivo de despertar no jovem a necessidade de conhecer o mundo que o cerca e  como isso acontece.​ 

O uso de drogas entre jovens e adultos, é um fator complexo e que requer o envolvimento de toda sociedade de modo que todos os sujeitos envolvidos no processo contribuam de forma a promover métodos de prevenção e maneiras de tratamento aos já acometidos no processo de dependência.

​Este projeto está sendo elaborado com o intuito de ter uma conversa clara e objetiva com os jovens estudantes do Colégio Estadual Arnaldo Busato _ Ensino Fundamental e Médio, com o objetivo de esclarecer e fomentar maneiras de prevenção no envolvimento dos jovens com drogas lícitas e ilícitas, uma vez que as mesmas estão disponíveis em cada esquina, seja do colégio, da casa, do bairro onde mora, do supermercado.

​No processo de amadurecimento que inicia na puberdade o jovem adolescente passa por momentos de confusão, autoafirmação, conquista de espaço, permanência no grupo e liderança.

​Segundo SILVA et al (2006, p.281).

“estudos mostram que o envolvimento com drogas ocorre principalmente dentro da população de adolescentes e adultos jovens, até 24 anos de idade. No Brasil, onde 35 milhões de pessoas têm menos de 30 anos, os problemas relacionados ao uso de psicoativos é preocupante.” (SILVA et al, 2006, p.281).

​Isso preocupa porque o futuro de todo país é a juventude que hoje está no ensino fundamental e médio, que, se fizer uso de drogas nessa faixa etária, sequer chegarão aos cursos universitários com formação acadêmica para desenvolvimento do país e também, pesquisas de ponta na área de tecnologia, pois estarão perdidos em um mundo irreal.

​O envolvimento com as drogas por parte dos jovens inicia normalmente enquanto criança dentro do seio familiar que sem pensar acaba colocando como prática normal entre as pessoas o uso das drogas lícitas como o cigarro e a cerveja. A partir daí, é normal que ele se sinta a vontade para beber e fumar na adolescência.

​No entanto, no meio de outros jovens, ele acaba se envolvendo com drogas mais pesadas, com pequenos furtos, na intenção de autoafirmação ou ter domínio sobre um grupo determinado.

​As drogas que serão trabalhadas neste projeto referem-se à maconha, cigarro, álcool, cocaína, heroína, anfetaminas, craque, LSD, ecstasy.

​Os objetivos desse trabalho é inserir o aluno na pesquisa científica; identificar as situações de risco e perigo quanto ao uso das drogas, incentivar a prática de atividades e atitudes saudáveis, esclarecer os efeitos do uso de drogas, alertar para as consequências futuras do envolvimento dos jovens com drogas na adolescência, mobilizar a sociedade e a comunidade escolar com palestras, elaboração de painéis, feiras, teatros e seminários que abordam o assunto de modo a esclarecer os jovens sem instigá-los a fazer uso por curiosidade.

Desenvolvimento
Não há dados quantitativos do consumo de drogas no interior da escola. A prevalência de consumo indiscriminado é de bebidas alcóolicas por encararem o álcool como droga lícita. A segunda droga mais consumida é o tabaco e, em terceiro lugar, a maconha.

Na escola tem proibições, quando acontece e são descobertos eles são orientados e repreendidos, mas fora da escola nas festas e no convívio social eles usam livremente.

Entre educadores percebe-se o consumo de tabaco e álcool, porém apenas no convívio social.

Observa-se todos os níveis ou características de consumidores, alguns experimentadores, e alguns poucos casos de reconhecimento abusivo/dependente. Apesar de isso ser constatado apenas informalmente por pais e professores.

Os problemas decorrentes do uso de drogas são principalmente indisciplina, agressividade e/ou passividade, e principalmente pouca frequência, e constantes atrasos no horário e baixo rendimento escolar. Também se observa mudanças repentinas de humor por parte das crianças/adolescentes usuários.

​Segundo Martins (ago/14), o uso de drogas é um fenômeno sociocultural complexo que significa que sua presença em nossa sociedade não é simples. Isso demonstra que a complexidade do uso de drogas envolve processos sociais e culturais, mas também, e principalmente, político e educacional, uma vez que a sociedade perdeu o domínio sobre os seus e deixou à escola a responsabilidade de educar e conduzir de qualquer forma, o jovem.

​Nesse sentido, deve-se tentar colocar-se no lugar dos jovens e provocar aproximação de seu mundo para que ele veja no educador o seu igual.

“Temos que ser iguais todas as vezes que as diferenças nos inferiorizam, e temos que ser diferentes todas as vezes que as igualdades nos descaracterizam”. (SOUSA SANTOS).
​O uso de drogas em idade escolar tem aumentado nos últimos anos e isso é uma preocupação crescente no meio educativo e para a saúde pública (BAUS et al, 2002, p.41).
​Ainda segundo BAUS et al, (2002, p.41), levantamentos realizados nas principais capitais do Brasil pelo Cebrid, demonstram que de 1987 a 1997 o aumento do uso frequente e pesado tem aumentado significadamente e isso tem custado muito caro ao país.
Materiais e Métodos
​Trata-se de uma pesquisa aplicada, pois, segundo Gil (2010, p.26) é voltado à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica e, neste caso, para sanar problemas relacionados ao uso de drogas nesta fase da adolescência.
​Este trabalho desenvolvido com os alunos do Primeiro Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio, da cidade de Quedas do Iguaçu – PR.
​Os alunos foram divididos em grupos e para cada grupo foi sorteado um tipo de droga que os mesmos irão pesquisar em sites, livros, videoclipes para poder embasar teoricamente seu trabalho.
​Cada grupo após a pesquisa bibliográfica apresentou em PowerPoint, um videoclipe e um painel sobre seu assunto. Esta apresentação deu-se inicialmente em sala de aula para o grupo e para o professor.
​Após essa fase, houve a apresentação a nível escolar compondo um único trabalho que apresentado para a comunidade escolar e a presença de autoridades como a promotoria pública que com uma fala sobre drogas e menores infratores para alunos, professores, pais e comunidade entorno.
​Os painéis foram expostos pelo colégio para que todos os alunos e professores tenham contato com o trabalho produzido.
​Os materiais utilizados foram elaboração de painéis, Datashow para apresentação dos trabalhos e videoclipes, seminários e palestras.
Resultados e Discussão

​Esse projeto tem alguns objetivos bem abrangentes. No entanto, sabe-se que quando se fala a linguagem do jovem haverá uma aproximação maior e a construção de uma base sólida de confiança.
​Dessa forma, pretendeu-se que o projeto tenha alcance no seio familiar e social e, principalmente, na escola incluindo as relações que os estudantes estabelecem com outros jovens.
​Sabe-se que será muito difícil conseguir retirar do meio das drogas os que já estão muito envolvidos com ela. Porém, os que tencionam buscar esse meio principal alvo do projeto servirá de alerta para que os pais fiquem mais atentos aos seus filhos e a sociedade participe mais da vida dos jovens.
​Aos jovens, em especial, se busca deixar uma mensagem para que não procurem o submundo da sociedade da droga pautada no uso da barbárie e da falta de opção e sonhos no futuro.
​O envolvimento dos jovens com a pesquisa e com as apresentações despertaram neles o desejo de preservar a vida e continuarem saudáveis, além de torná-los reprodutores desse conhecimento. Alguns jovens relataram que quando iniciaram sua pesquisa tinham uma visão sobre a droga e, que os aspectos viciantes apresentado, deixou-os com medo e assustados, com a firme ideia de que jamais irão se envolver.
​Alguns fatores contribuem para o início do uso de drogas pelos jovens, na faixa etária compreendida entre 14-15 anos e/ou 15-17 anos quando estão na fase da puberdade onde acontecem diversas mudanças hormonais, quais sejam, segundo TAVARES (2004,p.788) no Brasil tem-se atribuído à violência doméstica, fatores sociodemográficos e a qualidade do relacionamento familiar.
Conclusão

​Este projeto está sendo desenvolvido com a participação da comunidade escolar e visa alertar jovens em idade escolar sobre o perigo do envolvimento com drogas lícitas que acabam levando-os para o mundo das drogas ilícitas.
​Tanto um consumo quanto outro no que diz respeito a lícito e ilícito causam diversos males à saúde do sistema nervoso central e, também, à sociedade como um todo.
​Os indivíduos que fazem uso em fins de semana são fortes candidatos a terem agravado o vício em pouco tempo e isso fará com que os mesmos busquem a associação com drogas mais potentes.
​Para a sociedade isso é um fator crítico porque afeta a produção não somente estudantil, como provoca feridas de difícil cura no seio familiar, escolar e social.
​O envolvimento dos alunos é um fator de suma importância porque ele vai buscar a informação e esta vai provocar a busca de conhecimento acerca dos fatores que podem interferir no convívio social trazendo boas perspectivas de que esse jovem não se envolva com drogas.
​Os fatores limitantes é que um projeto dessa magnitude é algo que se esperam resultados em longo prazo porque é próprio do meio onde o estudante vive suas condições sociais, afetividade, autoconfiança, segurança.
​Não se consegue mudar a consciência acerca do mundo ao redor dos jovens, pode-se apenas chegar próximo.
​Mesmo com o apelo dos meios de comunicação, comunidade, sociedade em seu entorno, o projeto busca resgatar os jovens que já estão envolvidos com drogas de forma a que ele se sinta disposto a buscar ajuda e a despertar no jovem que não está envolvido o receio em ter essa experiência.

Bibliografia

Conforme ABNT.  Vocês podem encontrar boas orientações sobre formatação de citação e referências no site <http://www.bu.ufsc.br/design/framerefer.html> 
ARATANGY, L.R. (1998). Desafios da convivência – pais e filhos. São Paulo: Gente.

BAUS, José; KUPEKB, Emil; PIRESA, Marcos. Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de drogas entre e escolares. Departamento de Psicologia Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário, Trindade, Revista Saúde Pública, Florianópolis, SC, Brasil. 2002; 36(1): 40-6.

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FREIRE, P. (1993). Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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SANTOS, Boaventura de Sousa. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitanismo multicultural. Introdução: para ampliar o cânone do reconhecimento, da diferença e da igualdade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003: 56.

SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.

TAVARES, Beatriz F.; BÉRIA, Jorge U.; LIMA, Maurício Silva de. Fatores associados ao uso de drogas entre adolescentes escolares. Revista Saúde Pública 2004; (38)6:797-86. Porto Alegre. RS.2004.

RIBEIRO, Solange Lucas. Espaço Escolar: Um  Elemento (IN)Visível  No Currículo. Sitientibus. Feira de Santana, n. 31. P 1103-118.jul./dez. 2004. Disponível em: http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/31/espaco_escolar.pdf

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imagem de Samuel da Silva Alencar

O uso de drogas e o jovem estudante

Evitar o contato dos jovens com as drogas presume-se  praticamente impossível nos dias de hoje; no entanto, conscientizá-los do prejuízo concernente a elas  tende a  criar mecanismos de defesa.

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