O som das ruas - Dueto JVB

Dueto JVB - Junção Violino & Beatbox. Av. Rio Branco, Centro do Rio de Janeiro, 11.12.12

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Gosto muito de caminhar nas ruas do centro da cidade. De qualquer centro de cidade. As pessoas, a movimentação, o encontro com o inesperado. Com a arte e com a beleza. No caso deste vídeo, são jovens artistas populares que realizam uma inusitada e bela junção com o clássico (o violino) e o popular (o beatbox - literalmente, "caixa de batida", ou a percussão vocal do Hip Hop). Espero que gostem. Eu gostei!

Abraços, Paulo Carrano

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Comments

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Falta tempo para admirar

Muito legal o som!!

É uma pena que muitas vezes na correria do dia a dia não nos permitimos (ou não conseguimos) parar para apreciar aquilo que está à nossa volta.

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Essa tal falta de tempo

Essa tal falta de tempo me fez lembrar de uma experiência que o jornal The Washington Post fez em 2007 ao colocar um dos melhores violinistas do mundo, o americano Joshua Bell, para tocar em uma estação de metrô da cidade, com o intuito de constatar a reação do povo à música do instrumentista. O vídeo resumido da experiência pode ser visto aqui.

Segue abaixo o relato da experiência:

Às 7h51 (hora local) do dia 12 de janeiro de 2007, na estação L'Enfant Plaza, centro da capital federal, o artista e ex-menino prodígio começou seu recital de seis melodias de diversos compositores clássicos diante de dezenas de pessoas que só pensavam em chegar a tempo ao trabalho.

A idéia do jornal era descobrir se a beleza seria capaz de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado.  Bell, vestido de calça jeans, camisa de manga comprida e boné, tocou seu Stradivarius de 1713, avaliado em US$ 3,5 milhões, para 1.097 pessoas que passaram a poucos metros de distância durante sua apresentação.

Ao longo dos 43 minutos em que tocou, o violinista (Indiana, 1967) arrecadou US$ 32,17 - posteriormente doados para instituições beneficentes -, valor bem abaixo dos US$ 100 que os amantes de sua música pagaram três dias antes por assentos razoáveis (não os melhores) no Boston Symphony Hall, que na ocasião teve lotação esgotada.

Na estação L'Enfant Plaza, fora dos grandes palcos e tendo como única companhia seu violino, Bell só foi reconhecido por uma pessoa, e poucas a mais pararam para ouvi-lo por alguns instantes.

Segundo o Post, Leonard Slatkin, diretor da Orquestra Sinfônica Nacional dos Estados Unidos, esperava que "entre 75 e 100 pessoas parariam e passariam um momento ouvindo" o artista, ainda que nenhuma delas fosse reconhecê-lo à primeira vista.

Na verdade, só três minutos e 63 pessoas depois, alguém se deu conta de que uma bela melodia ecoava no metrô.  Um homem de meia idade foi o primeiro a tirar os olhos do chão e a desviá-los em direção a Bell, mesmo que por um segundo.

Trinta segundos mais tarde, uma pessoa depositou o primeiro dólar no estojo do violinista. No sexto minuto da apresentação, finalmente alguém decidiu parar por um momento e se apoiar numa das paredes da estação para apreciar a boa música que era tocada.

O violinista começou seu pequeno concerto popular tocando a "Chacona" (Partita nº 2), de Sebastian Bach. Depois, prosseguiu com a "Ave Maria", de Schubert, e a "Estrellita", de Manuel Ponce.  Ao todo, foram sete os indivíduos que interromperam seus passos para ouvir Bell, enquanto 27 decidiram dar-lhe algum dinheiro.

Embora só uma mulher - que havia estado num de seus concertos - tenha reconhecido o instrumentista, de modo geral, as pessoas que pararam para ouvi-lo perceberam que não se tratava de um músico qualquer.  "Era um violinista soberbo, nunca tinha ouvido nada assim. Ele dominava a técnica, seu fraseado (musical) era ótimo. E seu violino também era bom; tinha o som amplo, rico", descreveu John Piccarello, um supervisor do serviço postal que um dia tocou o instrumento.

Outro usuário do metrô que parou para ouvir o virtuoso violinista foi John David Motensen, funcionário do Departamento de Energia e que, sem os conhecimentos de Piccarello, disse ao Washington Post que a música de Bell fazia-o "sentir uma paz".

 

Fonte: Agência EFE

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