Escola no Ceará é acusada de utilizar conteúdo homofóbico

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais recebeu queixa de aluno

Juliana Dal Piva (Email)
Publicado: 5/03/13 - 21h05

RIO - O material de uma aula de física do terceiro ano do ensino médio virou caso de Justiça no Ceará. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais denunciou nesta terça-feira (5) ao Ministério Público do Ceará e ao Ministério da Educação que o material utilizado pela escola da Organização Educacional Farias de Brito, em Fortaleza, teria conteúdo homofóbico.

A denúncia é motivada por uma apostila produzida pela própria escola e utilizada para explicar o princípio da atração e repulsão de cargas elétricas. Na ilustração, a imagem de dois meninos próximos é afastada por duas setas com indicação de “repulsão”. Na mesma página, há uma referência semelhante para duas meninas.
O secretário de educação da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis, Toni Reis, explicou que a questão foi levada à associação por um aluno da escola que diz ter sido motivo de chacota durante aula com a apostila e, por este motivo ele não foi identificado.
— Os desenhos são muito nítidos ao mostrar a homofobia. O menino tem só 16 anos e pensa até em desistir de estudar — contou Reis, ao dizer que quer uma investigação sobre o caso.
De acordo com o diretor-superintendente da Organização Educacional Farias Brito, Tales de Sá Cavalcante, a escola ainda não recebeu uma denúncia formal sobre o caso e abrirá uma investigação sobre assunto. Até lá, a apostila continua em sala de aula.
— Não é justo que se impute a duas crianças um desejo homossexual que não existe nessa idade. Nós temos funcionários homossexuais, professores homossexuais, alunos homossexuais — afirmou Cavalcante.
Para a escola, no entanto, o caso pode significar sabotagem da concorrência.
— Infelizmente isso é fruto de concorrência desleal. Aqui no Ceará, os outros colégios não se conformam com o sucesso do Farias Brito em termos nacionais — afirmou Cavalcante.
A escola existe há 77 anos e possui 13.500 alunos atendendo alunos desde a educação infantil até o ensino superior.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/escola-no-ceara-acusada-de-utilizar-con...
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imagem de Tania Mauricia Willamil Silva

 Sabemos que é real no

 Sabemos que é real no cotidiano da vida e da escola a existência do preconceito das mais variedas vertentes, porém a presença das diferentes vozes contra a discriminação, faz com hajam reações e este torne-se mais velado (o que também é triste em pleno século XX). Mas imaginar que  uma escola tenha elaborado uma apostila de Física e expressado da forma como o fez é inadmissível.

Não somos cargas positivas ou negativas, somos pessoas e diferente dos "bonequinhos" que servem de ilustração ,TEMOS UM CORAÇÃO QUE BATE E EMOÇÕES E SENTIMENTOS que afloram nosso corpo e nos fazem cada vez mais humanos. Esta escola errou e feio, tomara que cheguem a esta conclusão e MUDEM SUA PRÁTICA para além da homofobia, não apenas encarem um processo.

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