Ensino Médio do Paraná 'reprova' em auditoria do TCE - Tribunal de Contas

Imagem ilustrativa e não presente na matéria originalInstalações inadequadas, falta de capacitação de diretores, professores e aumento da evasão escolar.

Os dados constam do Relatório da Auditoria Operacional Ensino Médio, elaborado pelo Tribunal de
Contas do Estado do Paraná (TCE­PR). O documento, resultado de oito meses de trabalho, foi entregue
ao secretário da Educação, Flávio Arns, nessa quarta­feira (18). O governo estadual tem 20 dias para
apresentar o contraditório. 
Devido aos feriados de final de ano, a expectativa é de que o prazo para contraditório seja estendido. A
Auditoria Operacional Ensino Médio é de âmbito nacional e vem sendo realizada por outros 27 tribunais
de contas, em todo o País. No Paraná, a fiscalização é de responsabilidade do TCE. A apresentação do
sumário executivo – com a compilação dos dados nacionais – está prevista para fevereiro do ano que
vem, em Brasília. 
O relatório apresenta um retrato do ensino médio paranaense. Ao final, oferece quatro sugestões ao
governo estadual. O primeiro assunto abordado é a gestão. O documento aponta problemas como o
distanciamento entre a Seed e os estabelecimentos de ensino, o que gera fragilidade de instrumentos
pedagógicos considerados importantes, como os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) e o
Planejamento Anual (PA). 
Os servidores do TCE constataram que os Núcleos Regionais de Educação visitam as escolas apenas
para atender questões pontuais. Não há uma política sistêmica de apoio, monitoramento, avaliação e
supervisão. Por outro lado, foi possível observar que há estabelecimentos onde a equipe diretiva possui
conhecimentos administrativos mais amplos, o que melhora o resultado final dos serviços prestados à
população. 
O estudo também revelou a importância da participação da comunidade na gestão e na tomada de
decisões escolar. "Onde esta se faz presente, foi possível visualizar seus efeitos de melhoria". Como
bons exemplos de integração entre escola e comunidade, foram citados o Colégio Estadual Santa
Cândida (Curitiba), Sagrada Família (Campo Largo), Ulysses Guimarães (Foz do Iguaçu) e Eleodoro
Pereira (Cascavel). Contudo, não há incentivo, por parte da Seed, à efetiva participação comunitária. 
Estrutura 
Quanto à infraestrutura de escolas e colégios, não foi encontrada nenhuma situação de "extrema
precariedade". Porém, em muitos casos foram encontradas instalações que "não são totalmente
adequadas". Entre as deficiências apontadas no relatório estão falta de bibliotecas, salas de aula
improvisadas, sem conforto térmico ou acústico, prédios abandonados, acesso deficiente à internet e
rede wi­fi, além de falta de acessibilidade (como rampas e banheiros adaptados). 
Entre as recomendações apresentadas ao secretário Arns estão o mapeamento constante das
necessidades dos estabelecimentos de ensino; o aprimoramento do diagnóstico da infraestrutura das
escolas; conscientização da comunidade escolar – gestores, professores e alunos – sobre a importância
da correta utilização e preservação do bem público; e um plano de ação que contemple cursos de