É preciso falar, mas com a certeza de ser ouvido

Trago a música “A Próxima Parada” de Jota Quest a fim de levantar uma questão muito debatida hoje em dia no cotidiano escolar que é a de dar voz aos jovens. É de suma importância que isso seja feito, pois estes são os principais sujeitos do Ensino Médio e eles têm muito a dizer. Porém não se tem apenas a forma verbal de se expressar, mas pode-se falar com ações, gestos, corpo, etc.

E quando a fala (seja verbal ou de qualquer outra natureza) acontece será que estes jovens são realmente ouvidos dentro da instituição escolar?

Para que a fala seja realmente válida é necessário a escuta por parte dos demais. Pois como diz Paulo Freire “ensinar exige saber escutar” e nesse processo “... não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precisa falar a ele” (FREIRE, 2011, p.111). Assim, a fala pelo ato de falar não basta, é preciso o ato de ouvir para completar a ação de quem fala.

E você jovem, o que tem a dizer? Fala que nós te escutamos!!!

Fonte: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários para à prática educativa. São Paulo: Terra e Paz, 2011.

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Comments

imagem de Paulo Carrano

Dialogar escutando...

Valéria, muito boa lembrança! É preciso ouvir, mas com sincera disposição de escutar e buscar compreender o que o outro quer nos dizer. Paulo Freire, também muito bem lembrado por você, dizia que haviam dois tipos de dialogantes: os que mais falavam e os que mais escutavam. Estes últimos são os que mais fortalecem o diálogo, ressaltou o mestre da palavra e da escuta. 

Abraços,

Carrano

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