Bioma Caatinga - Conhecer para preservar
ESTADO DA PARAIBA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO INOVADOR PROFª ADILINA DE SOUSA DINIZ
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO- PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
ARTIGO: Bioma Caatinga - Conhecer para preservar
EQUIPE:
Audinete Franco de Santana
Francerly Moreira Barreiro
Francisca Possidônio da Silva
Josefa Náubia A. de Brito
Josefa Nilzélia de Santana
Luciana Ângelo Pereira
Marinalva Miguel de Sousa
Maria Lúcia Juvito
DIAMANTE-PB
2014
ARTIGO: BIOMA CAATINGA Conhecer para preservar
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
1.INTRODUÇÃO
Mais do que urgentes os temas de discussões sobre a Caatinga nordestina vem despertando o interesse de estudiosos e técnicos de várias partes do Brasil, tendo em vista a importância e urgência em trabalhar questões ambientais relacionadas a este bioma, bem como propor medidas mitigadoras para amenizar os impactos já causados. O bioma caatinga é o terceiro em grandeza no Brasil e um dos menos pesquisados do país, talvez pelo fato de seu próprio nome estiver atrelado a aspectos negativos como secas periódicas, pobreza, falta de chuvas, acidez, êxodo rural e vegetação desprovida de folhagem na época de seca, entre outros fatores.
O desconhecimento deste bioma e da sua importância para a manutenção dos padrões regionais e globais do clima, da disponibilidade de água potável, de solos agricultáveis e de parte importante da biodiversidade do planeta, levou descaso a sua conservação e hoje a Caatinga é um dos biomas mais degradados. “O resultado é que várias espécies encontradas na Caatinga estão ameaçadas de extinção global, como mostra a lista oficial de espécies ameaçadas do IBAMA, e uma espécie de ave está oficialmente extinta na natureza: a ararinha-azul (Cyanopsittaspixii). Esses indicadores refletem, de forma inequívoca, a ausência de políticas voltadas para a conservação da biodiversidade da Caatinga e de seus demais recursos naturais”, explica Silva.
Portanto, este projeto tem o objetivo de incluir professores e alunos no trabalho de sensibilizar o alunado da Escola Estadual de Ensino Médio Inovador Adilina de Sousa Diniz, como também toda a comunidade escolar da nossa cidade da importância de valorizar nossa fauna e flora como também presenciar experiências que podem ser demonstrada pelo crescimento e sustentabilidade de empreendimentos como a que hoje atuam no cariri paraibano- Cabaceiras, PB ; largando o estigma da desarticulação e da pobreza por ser considerada uma região onde a seca e tida com um fator agravante.
‘O estudo deste bioma justifica-se pela crescente deterioração dos diversos ecossistemas naturais decorrentes de ações antrópicas. Mais que uma proposta de ativismo voluntário, é de suma importância oferecermos elementos capazes de fundamentar argumentos, influenciar atitudes e contribuir para a escolha de encaminhamentos adequados, levando em consideração as necessidades de nossas espécies e de todos os outros componentes ambientais vivos e não vivos.
2.DESENVOLVIMENTO
Todo o Brasil convive com a Caatinga. Seja por meio do forró, que foi popularizado por Luiz Gonzaga. Seja por meio dos cordéis e dos repentes, eternizados por milhares de poetas populares, incluindo Patativa do Assaré, e revistados pelo Cordel do Fogo Encantado. Seja por meio da literatura de Graciliano Ramos, de Rachel de Queiroz, de José Lins do Rego, de Guimarães Rosa e de Ariano Suassuna, que em 2007 tem uma obra prima, A Pedra do Reino, adaptação para a televisão em forma de microssérie. Seja por meio da mundialmente aclamada xilogravura de J. Borges, na qual são inseridos os elementos do imaginário sertanejo: lampião, vaqueiros, festa de São João, entre outros. Seja por meio do cinema, desde O cangaceiro, de Lima Barreto, de 1953, passando pela estética da fome de Glauber Rocha em Deus e o Diabo na Terra do Sol e Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos, às produções mais recentes, Abril Despedaçado, de Walter Salles, Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, e Baixio das Bestas, de Cláudio Assis, produção que disseca o lado negro da indústria da cana no sertão de Pernambuco em tempos de louvação ao etanol.
A metodologia deste trabalho se configura de carácter qualitativa/ exploratória, através de Pesquisa bibliográfica/Documental, como também entrevistas e visitação in loco, a fim de vivenciar experiências de sucesso que transforma a vida de pequenos produtores que convive com a seca no semiarido nordestino.
No decorrer do projeto, foram utilizadas diversas fontes bibliográficas sobre o bioma Caatinga. Também foram delimitados alguns materiais bibliográficos sobre as especificidades da fauna e da flora destacando uma diversidade pouco (re)conhecida e por que a Caatinga é considerado o bioma “mais vulnerável” aos efeitos das mudanças climáticas, que corre sérios perigos de desertificação. Assim foram discutidos os problemas como a caça em excesso, desmatamento provocado pelo homem, queimadas, o mau uso do solo, desertificação natural e artificial. Uma vegetação que uma vez destruída não se recupera por causa da falta de chuva, ficando o solo exposto a intempéries, aos ventos e as radiações solares. Ressaltamos ainda o desequilíbrio ambiental e os impactos socioeconômicos da Caatinga: desmantelamento da produção agrícola, fome, miséria, êxodo rural e migrações.
Diversas estratégias metodológicas foram desenvolvidas durante a implementação do projeto que se desenvolveu nas disciplinas de Biologia e Iniciação Científica, com alunos dos 1ºaos 3º anos da Escola Professora Adilina de Sousa Diniz, Diamante PB.
• Visita a Cabaceiras na Paraíba com a turma do 3º ano B, durante a festa do “Bode Rei” para conhecer a experiência dos produtores da caprinovinocultura que é fonte de renda para muitas famílias da região. A visita foi em conjunto com os professores de Ed. Física, Química, Física e Biologia explorando atividades e entrevistas de acordo com sua área de conhecimento com o apoio e acompanhamento da direção da escola.
• Excursão didática com alunos do 1º ano A, observando e fotografando a Caatinga local com vegetação nativa como mandacaru, xique-xique, coroa-de- frade, macambira,mufumbo, umburana e marmeleiro e observação de alguns animais ainda existentes destacando a sua importância para o equilíbrio do meio ambiente.
• Filme: Caatinga preserve esta mata, onde explora a educação ambiental mostrando a importância de se preservar a mata Caatinga.
• Solicitação de outros filmes para assistirem e comentarem em sala de aula: O alto da compadecida, Narradores de Javé, Vidas Secas, Lampião e o rei do cangaço, Lampião e Maria Bonita.
• Debates em sala de aula e uso de multimídia (computador, data show) para assistir documentários, slides da fauna e flora ampliando o conhecimento e percebendo a devastação deste Bioma.
• Documentário produzidos pelos alunos sobre a valorização do “ jegue” animal característico da caatinga nordestina que até então é visto como animal sem dono por perambular a beira das BRs nordestinas.
• Trabalhamos também com músicas relacionadas ao tema como O último pau de arara- (Luiz Gonzaga), Maria Fulô- (H. Teixeira/ Sivuca), Meu Cariri- (RosilCavalcante) Paraiba-H.Teixeira (Luiz Gonzaga)Juazeiro ( Luiz Gonzaga/ H. Teixeira), Umbuzeiro- (Elomar).
• Plantio de mudas de minicactos e suculentas junto com os alunos para distribuir como lembrancinhas do projeto no dia da culminância.
A seguir serão descritas algumas atividades interdisciplinares produzidas pelos professores junto a seus alunos, a partir de orientações e metas previstas no projeto Bioma Caatinga- conhecer para preservar.
• Português: Leitura do livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, biografia do autor, DVD do filme para assistir juntamente com os alunos episódios da família típica nordestina, onde a seca inclemente os obriga a abandonar sua terra em busca da sobrevivência. Gravação em diversos locais do município para produção de filmagem com os próprios alunos para apresentação na culminância do projeto.
• Geografia: Trabalhando com mapas para localização do bioma Caatinga e estados que abrangem.
• História:Personagens característicos deste bioma conhecido como cenário de histórias do cangaço e dos heróis do escritor Paraibano Ariano Suassuna; e por ser a terra do xote, do xaxado e do baião: Cangaceiro, violeiro e vaqueiro;
• Artes: Pinturas em tela retratando a fauna da Caatinga- Animais em extinção.
3. CONCLUSÃO
A participação de todos os alunos do Ensino Médio da Escola ProfªAdilina de Sousa Diniz durante este projeto foi de fundamental importância para a valorização deste bioma. Assim pude perceber a capacidade e criatividade dos alunos nas produções de textos e cartazes, participação em entrevistas com os agricultores e produtores rurais, nas gravações de cenas do filme Vidas Secas de Graciliano Ramos e documentário sobre a valorização do “jegue” animal característico da região nordeste, que até então é visto como animal sem dono. Ao final das atividades, as turmas entenderam que as causas políticas da seca merecem maior aprofundamento, que é necessário cuidar da Caatinga sem agredi-la, aprenderam técnicas importantes para a convivência na região, repassando conhecimentos aprendidos também para a família. Conhecimentos estes que incentivou a melhoria da aprendizagem e a frequência dos alunos durante o desenvolvimento do projeto. Foi verificado de forma contínua a qualidade das apresentações e as adequações sugeridas, a fim de tornar a sequência dos conteúdos mais flexíveis aproveitando as questões dos alunos e fatos que foram surgindo ao longo dos estudos realizados. A interdisciplinaridade foi fundamental para esta ação.
REFERÊNCIAS
1.ABÌLIO,F.J.P. et.al. Educação Ambiental: formação continuada de professores no Bioma Caatinga- João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010.
2.Almanaque Brasil Socioambiental– ISA/2008disponível em www.apoena.org.br/biomas-detalhe.php?cod=215
3.BARRETO, A. L. P.; FEITOSA, A.A.F.M.A Bioma Caatinga e Educação Ambiental: formação de professores no semiárido paraibano, In: SEMINÁRIO REGIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO E ENCONTRO PARAIBANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, Mesa redonda..., João Pessoa007, p. 1-9.
4.BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde. Brasília: MEC; SEMTEC, 128p. 1997.
5. BRASIL, Ministério de Educação e Desporto. Política Nacional de Educação
Ambiental (PNEA). Lei 9.795/99 de abril de 1999. Brasília- DF.
6.Referênciais Curriculares para o Ensino Médio da Paraiba: Ciência da Natureza, Matemática e suas tecnologias./ Girleide de Almeida Monteiro. João Pessoa: 2006.
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