Barômetro da Juventude e os líderes do amanhã

O que os jovens americanos, suíços e brasileiros têm em comum? Muitas similaridades, apesar de viverem em países tão distantes geográfica e culturalmente. Quando se fala em tendências, modismos e o boom do mundo virtual - incluíndo aí as redes sociais, troca de informações por mensagens eletrônicas ou download de músicas pela internet -, os jovens desses três países e do restante do mundo são praticamente iguais. Entretanto, quando o assunto é política, educação, valores e tradições, esses mesmos jovens têm posições bastante diferentes.

Interessada em descobrir o que os jovens pensam e buscam como prioridade na vida, o Credit Suisse, uma das maiores instituições bancárias internacionais, decidiu fazer uma pesquisa envolvendo essas três nacionalidades. O resultado do chamado Barômetro da Juventude* apresenta alguns resultados surpreendentes. Jovens entre 16 e 25 anos responderam a um extenso questionário pela internet, ou seja, o meio ao qual estão bastante acostumados e se sentem muito à vontade. Foram ouvidos 761 jovens no Brasil, 987 nos Estados Unidos e 1011 na Suíça.

Nessa primeira edição da pesquisa, conduzida por institutos baseados nos três países, o foco principal foi a internet. Com os resultados analisados, o estudo foi intitulado The internet sets global trends but does not resolve local problem (A internet cria tendências globais, mas não resolve problemas locais). O que já é conhecimento geral e a pesquisa comprovou é que, para os jovens, não existe mais mundo sem a internet. Tanto os jovens brasileiros, como os americanos, disseram que o email é a mais importante forma de comunicação usada por eles. Entretanto, para falar com os amigos, 47% dos brasileiros afirmaram ainda fazer uso da linha de telefone fixa, seja de casa ou do trabalho. Já em outros países, muitas famílias nem têm mais telefone fixo. 71% dos jovens suíços dizem que fazem contato com os amigos por meio de mensagens de texto no telefone celular.

O Facebook é considerado a rede social in do momento pelos jovens dos três países. Mesmo assim, no Brasil, o Orkut ainda é mais popular. 53% dos entrevistados admitem que usam as redes sociais para "espiar" outras pessoas, enquanto apenas 23% dos suíços alegam usar a ferramenta para tal fim. Culturalmente mais receosos e precavidos, 87% dos suíços dizem ter medo que informações da internet caiam em mãos erradas. Mais tranquilos, pouco mais da metade dos brasileiros (57%) têm medo de usar a rede. Sem dúvida nenhuma, os americanos parecem ser os grandes entusiastas do mundo virtual: 77% deles acreditam que a internet pode mudar o mundo, contra bem menos otimistas suíços, que na grande maioria, afirmam que as redes sociais são superficiais (73%).

Quando questionados sobre a forma como se informam sobre as notícias diárias, há grandes diferenças nas respostas dos jovens das três nacionalidades:
- jornais gratuitos, distribuídos extensivamente pelas cidades, têm papel vital no dia-a-dia dos suíços;
- os brasileiros apontam a internet como sua mais importante fonte de consulta, destacando portais, blogs e redes sociais. 48% deles afirmaram fazer suas pesquisas várias vezes durante o dia. As revistas semanais também são bastante apreciadas por 48% dos brasileiros entrevistados;
- nos EUA, a televisão é o principal meio de comunicação apontado pelos jovens, seguido pelos portais da internet.

O LADO SÉRIO DA VIDA
As maiores discrepâncias entre a opinião de suíços, americanos e brasileiros apareceram ao apontarem os problemas que mais os afligem. Pelas respostas dadas, descobre-se que é completamente falsa a imagem de que nossos adolescentes são alienados e desinteressados.

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