Social ou Antissocial? Estudos reabrem debate sobre o impacto de redes sociais na vida das pessoas

Qual o impacto das redes sociais na vida das pessoas? Elas nos aproximam ou nos afastam?

A discussão, que mobiliza acadêmicos desde que Orkut e Facebook se tornaram populares, ganhou novos capítulos recentemente, com o lançamento de dois livros de teorias opostas.

De um lado estão o sociólogo Barry Wellman e Lee Rainie, autores de "Networked: The New Social Operating System" ("Em Rede: O Novo Sistema Social", sem edição em português), no qual defendem que esses sites são elementos de união. Os sociólogos  recorrem a pesquisas sobre o uso de tecnologia nos EUA para argumentarem que a sociedade está ficando mais integrada por três fatores, que eles definem como "revolução tripla".

O primeiro, do qual a web é peça-chave, é a substituição de grupos sociais coesos por redes interligadas entre si por vários indivíduos. "No passado, as pessoas tinham círculos sociais pequenos, fechados, nos quais familiares, amigos próximos, vizinhos e líderes comunitários formavam uma rede de proteção e ajuda", escrevem os autores. "Este novo mundo de individualismo conectado gira em torno de grupos mais soltos e fragmentados que oferecem auxílio." Segundo eles, completam essa "revolução" o aumento do acesso à banda larga e o uso disseminado de smartphones e tablets.

Do outro lado, Andrew Keen, historiador e autor de "Vertigem Digital", no qual procura explicar por que as redes sociais estão "dividindo, diminuindo e desorientando" seus usuários, utiliza como alegoria de sua tese uma prisão do castelo de Oxford que foi transformada em hotel cinco estrelas. Nela, um átrio central permitia que todos os prisioneiros fossem vigiados --hoje, as antigas celas viraram quartos luxuosos. Para ele, assim são as redes sociais: parecem hotéis cinco estrelas, mas não passam de cadeias em que um preso vigia o outro constantemente. "Muito da minha conclusão foi derivado do meu próprio uso de redes sociais", afirma, por e-mail.

O uso que fazemos das redes sociais, diz, serve para nos manter ligados a nossas identidades virtuais, o que nos faz deixar de lado as reais. Para Keen: "Entramos em rede porque estamos ocupados, mas acabamos passando mais tempo com a tecnologia e menos uns com os outros".

E você, o que pensa sobre o assunto? As redes sociais nos aproximam ou nos afastam? Elas nos tornam sociais ou antissociais?

 

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