Acidente radioativo de Goiânia - Césio 137

O acidente com o Césio-137 foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando uma cápsula com 19 gramas do elemento radioativo foi aberta em um ferro-velho. Este incidente foi classificado como nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
Quatro pessoas morreram no mês seguinte devido à exposição aguda à radiação. Este é o número oficial de mortes considerado pela Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, que tem hoje 943 vítimas cadastradas para receber acompanhamento no Centro de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves Ferreira (fundado no ano seguinte para atender a população afetada).      
Mas a Associação de Vítimas do Césio-137 estima que o acidente tenha causado 81 mortes, e contaminado ou irradiado outras 1,5 mil pessoas - incluindo militares, bombeiros e profissionais de saúde que entraram em cena para remediar o acidente. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), os 19 gramas de material radioativo geraram 6 mil toneladas de lixo atômico, volume composto por casas demolidas, roupas, móveis, carros e objetos contaminados. O episódio ocorreu no ano seguinte ao acidente de Chernobyl, quando a tragédia nuclear estava fresca na memória nacional. O caso não teve relação com uma usina nuclear, como na Ucrânia, e sim com o abandono de um aparelho radioterapêutico que continha o material radioativo. Deixado numa clínica abandonada, o aparelho foi vendido ao dono de um ferro-velho, Devair Ferreira, para reciclagem. Os 19 gramas de césio-137 contidos em uma cápsula foram manipulados e expostos a seus familiares, amigos e funcionários.