Estudantes pelo caminho da evolução

Estudantes da Escola param em Ararauma, uma das cidades visitadas por Darwin Uma equipe de jovens de escolas públicas do Ensino Médio das cidades envolvidas acompanhou e documentou a passagem do Caminhos de Darwin em cada município. A intenção era dar total autonomia aos estudantes para que reportassem a expedição de acordo com o seu próprio ponto de vista. Os jovens com idade entre 15 e 22 anos produziram material audiovisual e  blog sobre o projeto.

A recém inaugurada Escola SESC de Ensino Médio, localizada no Rio de Janeiro, teve cinco de seus 350 alunos envolvidos na expedição. Os estudantes da escola, que tem uma proposta pedagógica para lá de inovadora, mostraram-se entusiasmados ao conhecer um lado de Darwin que não é muito divulgado em sala de aula. “Na escola temos o contato com o Darwin cientista, durante a expedição percebi o lado mais humanista dele, através do que narrava em seu diário sobre escravidão e o povoado da região”, salienta a estudante Adryane Nunes, 15 anos.

Os alunos da Escola SESC são de diferentes regiões do país. Quando o assunto foi a recepção que tiveram nas cidades por onde passaram, os jovens foram unânimes ao dizer que o envolvimento da comunidade local com o tema marcou muito a expedição. As apresentações preparadas pelas escolas municipais mostraram o esforço dos alunos em desenvolver atividades relacionadas a Darwin: “percebemos que nas menores cidades o envolvimento era maior”, conta o estudante Eduardo Mendonça,15.

A passagem do projeto Caminhos de Darwin mobilizou escolas municipais das cidades por onde passou e faz parte de uma série de ações do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em conjunto com as universidades para a popularização do conhecimento cientifico.

Para o estudante do Ensino Médio do município de Maricá e participante da expedição Josimar Domingues Teixeiras, 22, a presença dos acadêmicos enriqueceu o conteúdo do Caminhos de Darwin. No entanto, Josimar sentiu que a expedição poderia repercutir mais nas cidades por onde passou: “Faltou divulgação nos municípios em relação a quem era Darwin e o que ele estava fazendo ali. O tempo de organização, apenas quatro meses, contribuiu para esta falha”.

Josimar, que foi selecionado junto com outros estudantes para produzir um documentário que mostra o “olhar do jovem” sobre a expedição, alerta que os filmes produzidos precisam ser finalizados para que o projeto não caia no esquecimento.  “Com os documentários da Casa da Ciência e o que nós gravamos, o trabalho com o tema de Darwin nas escolas não se limita só aos dias da expedição” conclui o jovem. 

Os alunos e professores consideraram a passagem pelas cidades rápida demais e destacaram que o lado científico da Placas foram inauguradas onde Darwin passouviagem poderia ser mais valorizado. “Foram quatro dias para visitar doze cidades. Muito pouco. Não pudemos fazer observações do ecossistema. Só em Barra de São João que aproveitamos mais a passagem e tivemos contato com o ecossistema que Darwin viu”, analisa o professor Wellton Conceição do Departamento de Ciência da Natureza da Escola SESC.

A proposta da Casa da Ciência de criar um roteiro educacional científico permanente envolve um plano pedagógico multidisciplinar que pode interessar ao aluno não só pelo lado da Ciência, mas também de outras disciplinas como  História e Geografia. Afinal, Charles Darwin foi o homem que tirou dos homens o privilégio de terem sido criação especial de Deus e isso, com certeza, não repercutiu apenas na sociedade cientifica.

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