UNIDADE DE ENSINO INTERDISCIPLINAR SOBRE RADIAÇÃO

PACTO DO ENSINO MÉDIO BAHIA
COLÉGIO ESTADUAL ANTÔNIO BAHIA/ DIREC 12 – CONCEIÇÃO DO COITÉ-BAHIA
ORIENTADOR DE ESTUDOS: GERINALDO DOS SANTOS FERREIRA
ATIVIDADE DO CADERNO III: CIÊNCIAS DA NATUREZA
UNIDADE DE ENSINO INTERDISCIPLINAR SOBRE RADIAÇÃO
Resumo
Em face às mudanças que vem acontecendo no âmbito educacional da área de Ciências da Natureza, surge a necessidade de acompanhar e colocar em prática as orientações preestabelecidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM (Resolução CNE/CEB n° 2, de 31 de janeiro de 2012) no que diz respeito à organização dos conhecimentos a serem abordados na área e em seus componentes curriculares. Em vista disso, este trabalho objetiva apresentar uma unidade de ensino com a temática Radiação, pautada na abordagem Organização do Conhecimento, envolvendo de maneira interdisciplinar os componentes curriculares: Biologia, Física e Química.
Palavras Chave: Organização do Conhecimento, Abordagem, Radiação, Interdisciplinaridade.
Introdução
A reorganização dos componentes curriculares em áreas do conhecimento ou disciplinas afins propõe uma nova estrutura de trabalho pedagógico em que estimula o diálogo entre disciplinas de forma que as aulas sejam mais significativas e contextualizadas na abordagem de seus conteúdos. Conteúdos estes, que devem ser pensados e selecionados levando em consideração alguns aspectos inerentes ao Ensino Médio, preestabelecidos nas DCNEM. Ramon Ribeiro de Souza e Cristine Nunes Ferreira (2012), afirmam que “com falta ou quase inexistência de conexões entre as áreas, os alunos têm dificuldades em associar determinados assuntos, quando abordados em diferentes disciplinas, ou até mesmo, em diferentes conteúdos de uma mesma disciplina.” E como consequência dessa fragmentação do ensino, leva a uma falta de compreensão de conceitos amplos e a uma fragilidade em sua formação crítica e competente. A falta de atrelamento entre os assuntos dificulta o entendimento e traz um desestímulo ao estudo de Ciências da Natureza, principalmente a Física.
Segundo Myrian Krasilchik e Marta Marandino (2007, p. 54-55), o ensino de Ciências da Natureza deve sim acontecer de forma significativa, que estimule no
estudante a descoberta, a criatividade, vivenciando experiências através de trabalhos práticos, levando os alunos a relacionarem seus conhecimentos com sua vida. O trabalho realizado de forma dinâmica e planejada permite um maior envolvimento e motivação por parte dos educandos na construção de sua aprendizagem. Nessa perspectiva, cabe ao professor propor um trabalho em que haja um diálogo entre os conteúdos propostos, um trabalho conjunto com outras disciplinas do currículo, que permita a construção dos conhecimentos de forma integrada. De acordo com as autoras supracitadas, é preciso disponibilizar ambientes de aprendizagem que possibilitem momentos pedagógicos de grupo, em que as interações em sala de aula favoreçam a negociação de significados e a valorização das ideias dos estudantes, são propícios para a construção de uma concepção social de produção de conhecimento científico. Dessa forma, o ensino de Ciências da Natureza deixa de ser uma ação superficial e mecânica e passa a ter um real sentido através da prática vivenciada.
As DCNEM apresentam algumas abordagens que permeiam o ensino de Ciências da Natureza, tais como Investigação Temática, Estudo da Realidade, Problematização Inicial, Organização do Conhecimento e Aplicação do Conhecimento. Para a realização e desenvolvimento da unidade de ensino, utilizou-se como base do trabalho a abordagem Organização do Conhecimento. De acordo com os conteúdos do Caderno III, da II etapa do curso de Formação de Professores, esta abordagem envolve a apresentação dos conhecimentos científicos escolares por meio de atividades pedagógicas elaboradas pelos professores e realização de leituras, levantamento e análise de dados (de forma individual ou coletiva), construção de diferentes formas de interpretação, elaboração de argumentações, pelos estudantes.
Unidade de ensino envolvendo os componentes curriculares de Ciências da Natureza
De acordo com a proposta da atividade de Reflexão e Ação do Caderno III da etapa II será apresentado o planejamento de uma unidade de ensino envolvendo os componentes curriculares da área de Ciências da Natureza de maneira interdisciplinar: Física, Química e Biologia.
O tema a ser trabalhado é: Radiação. Após iniciar a introdução do tema e ativação dos conhecimentos prévios dos alunos a respeito do tema, sugere-se o trabalho com o texto presente no link: http://veja.abril.com.br/240299/p_072.html para dar continuidade à discussão.
Em de Biologia, o professor pode deixar claro que estamos sujeitos diariamente à radiação natural, proveniente de raios cósmicos ou de sais presentes na água e nos alimentos que ingerimos. São sais que contêm alguns isótopos radioativos de elementos como o potássio e o iodo. Elementos naturalmente radioativos, como o urânio e o plutônio das bombas e reatores nucleares, ou o césio e o cobalto utilizados nos aparelhos de terapia do câncer, também emitem o mesmo tipo de radiação.
Em Química, o professor fará a exposição que as radiações podem penetrar na matéria e ionizá-la, ou seja, remover elétrons dos seus átomos e moléculas, e alterar seu comportamento químico. Formadas de átomos e moléculas, as células sujeitas à radiação podem modificar-se, daí resultando sérios distúrbios no organismo. Os efeitos podem ser quase imediatos ou tardios, conforme a dose (quantidade de radiação) recebida e o tipo de exposição. As células jovens e as que se reproduzem intensamente são as mais sensíveis.
Em Física, pode-se estudar os elementos radioativos e unidade de medida da radiação. A unidade mais usada para medir o efeito da radiação é o rem1. Para se ter uma ideia, absorvemos da natureza cerca de 0,2 rem por ano. Entretanto, podemos receber radiações de até 10 rem e não apresentarmos mudanças nem externas, nem observáveis ao microscópio. Entre 10 e 100 rem percebem-se alterações sanguíneas. De 100 a 200 rem ocorrem cefaleia, náusea, vômito, queda de cabelos e redução de glóbulos brancos, que provoca baixa do sistema de imunidade do organismo. Mas a recuperação é possível em algumas semanas. Doses superiores a 200 rem costumam ser fatais porque destroem as células da medula óssea, onde se produzem os glóbulos brancos e vermelhos e as plaquetas sanguíneas. A solução, no caso, pode ser um transplante de medula. Acima de 1000 rem, a morte pode sobrevir por lesões no sistema gastrointestinal e, em consequência, diarreias incontroláveis, vômitos e náuseas. Uma pessoa que recebesse doses superiores a 10000 rem apresentaria lesões no Sistema Nervoso Central e morreria em poucas horas.
Como atividades para o tema acima pode-se: 1 - pedir aos alunos que façam um levantamento, com os seus dentistas ou com os dentistas do bairro em que residem, dos métodos de controle usados para exposição de raios-X aos pacientes. Um dos cuidados é a proteção do paciente com um avental de chumbo, enquanto o dentista deve manter-se a uma distância segura no momento da emissão do feixe de
radiação. Além disso, a lei prevê a inspeção periódica do consultório por um profissional habilitado em controle de emissão de raios-X. 2 - Atividade semelhante pode ser estendida às clínicas ortopédicas. 3 - Hospitais e clínicas radiológicas costumam manter, blindados por cápsulas de chumbo, sais radioativos usados na diagnose e terapia de tumores. Há uma variedade grande de tratamentos que variam de raios-X a bombardeamento com fontes de raios gama. Pode-se programar uma visita a um centro radiológico hospitalar, onde os estudantes poderão anotar os procedimentos que atendem às normas de segurança. 4 - Vale propor também uma atividade interdisciplinar que alcance outras séries da escola e da comunidade, com o objetivo de chamar a atenção para os riscos das radiações. Para tanto, uma comissão de professores e alunos pode preparar folhetos e cartazes de esclarecimento que incluam questões como: o que são as radiações? Você está protegido delas? O consultório do dentista pode ser um lugar perigoso para você? Como e onde o hospital perto de sua casa armazena material radioativo?
Considerações finais
Em vista do que foi abordado, bem como apresentado na Unidade de aula interdisciplinar com o tema Radiação, verifica-se que o trabalho em conjunto com outras disciplinas pode surtir um efeito mais satisfatório do que o trabalho realizado isoladamente sem um planejamento mais detalhado e objetivo, por parte do educador, do que se pretende ensinar.
Diante disso, é importante reconhecer a necessidade de integrar os saberes dos componentes curriculares nas atividades de sala de aula como forma de superar os problemas acarretados pela fragmentação do conhecimento a fim de possibilitar a efetivação de uma prática contextualizada que assegure uma melhor aprendizagem e promova a formação humana e integral do educando.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno III: Ciências da Natureza / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Daniela Lopes Scarpa... et al.]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. 48p.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2 de 30 de janeiro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 31 de janeiro de 2012, Seção 1, p. 20. Disponível em: < http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagi... > Acesso em: 12/01/2015.
EDWARD, José. Garis atômicos. Veja. 1999. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/240299/p_072.html > Acesso em 27/01/2015.
FERREIRA, Cristine Nunes; SOUZA, Ramon Ribeiro de. Fotossíntese e eletromagnetismo: uma abordagem interdisciplinar para alunos de Ciências da Natureza. IV Circuito de Iniciação Científica do CEFET Campus. 2012. Disponível em: < https://www.google.com.br/search?q=Ciencias+da+Natureza+-+Fotossintese+e... > Acesso em 30/01/2015.
KRASILCHIK, M.; MARANDINO, M. Ensino de Ciências e cidadania. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2007.
NOVA ESCOLA. Agentes radioativos e o organismo humano. Disponível em: < http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/agentes-radioativos-e-o-

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