Uma história de motivação! Aluno paraense é aprovado na UFPA e UFRJ....saiba mais dessa história.

Venda de bombons ajudou calouro a pagar cursinho...

 

Ir à escola de manhã, ao cursinho à tarde e fazer bombons de chocolate à noite. Por um ano, esta foi a rotina de Hian Oliveira, 17 anos. A venda dos doces feitos com a mãe financiou os custos da mensalidade do cursinho, alimentação e transporte. Agora, o dia a dia do rapaz tende a ser diferente. O cenário pode ser o campi da Universidade Federal do Pará (UFPA) ou Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

  Aprovado em licenciatura em história na UFPA e em fisioterapia na UFRJ, via Sistema de Seleção Unificado (Sisu), o adolescente fez das adversidades uma motivação. Para adquirir mais conteúdo, Hian optou por um cursinho particular, no centro da cidade.

O desemprego da mãe que trabalhava como empregada doméstica pegou a família de surpresa. Foi então que surgiu a ideia de vender bombons caseiros de chocolate. A venda começou tímida. “As coisas ficaram apertadas em casa. Então levei bombons para vender para amigos e pessoas mais próximas”, lembra o calouro. Diariamente o rapaz vendia 100 bombons a R$ 0,50 cada.

 

OCUPAÇÃO

Os doces fizeram sucesso e passaram a ser a ocupação de Laurita Dias, 49 anos. “Fazer bombons para vender nunca tinha passado pela minha cabeça. Trabalhei a vida toda fora e depois em casa de família, mas a ideia veio na hora certa”, reflete a mãe de Hian. “Era com esse dinheiro que nós sustentávamos a casa. Ajudava em tudo”, afirma o adolescente. Dona Laura, como é conhecida, passou a aceitar encomendas, contribuindo mais para a renda familiar.

O ritmo puxado de estudos e o trajeto entre a casa, escola e cursinho deixaram Hian com baixa resistência. Para contornar a situação, ele passou a estudar mais próximo do conjunto Jardim Sevilha, onde mora. “Eu não tinha tempo de vir em casa almoçar e não me alimentava direito. Já não estava mais aguentando a rotina”, diz.

Realizado, calouro não sabe ainda para onde vai

Mas em momento nenhum ele pensou em desistir. E a recompensa veio em dose dupla, nas duas aprovações em universidades federais. Mesmo com passagem marcada para 20 de fevereiro para o Rio de Janeiro, Hian ainda não definiu que universidade vai cursar. Ele fez a pré- matrícula online na UFRJ e preencheu a ficha de matrícula na UFPA. “São dois cursos que eu gosto muito. No Rio eu posso ficar na casa do meu irmão mais velho. Mas aqui sinto que posso ser mais útil para a minha mãe”, analisa.

De um lado, a paixão por história e a vontade de lecionar. Do outro, o maior reconhecimento, status e retorno financeiro que a fisioterapia pode trazer. Dona Laura deixou o filho livre para fazer a escolha. “O que ele decidir, eu vou apoiar”, garante. “É uma decisão que vai alterar não só a minha vida, mas de toda a família”, constata Hian.

(Thamires Figueiredo/Diário do Pará)

Comunidades: