Reflexões do caderno II - COLÉGIO ESTADUAL SEBASTIÃO SAPORSKI

Na juventude é que são traçadas algumas marcas profundas de nossa personalidade e, por esse motivo, um dos papéis da escola é ajudar na reflexão sobre os espaços culturais dos alunos, suas famílias, suas crenças, os grupos que frequentam, etc., para que haja uma autorreflexão sobre as identidades desses jovens, para que desenvolvam uma autoconsciência de suas ações, ou seja, para que se desenvolvam de maneira autônoma, criando valores não mais impostos pela tradição, mas pensados, estruturados de forma lógica e reflexiva, escolhidos conscientemente.
Como estamos imersos em um momento histórico em que as tecnologias predominam as relações sociais e os jovens contemporâneos estão inseridos muito mais em ambientes “virtuais” do que presenciais, precisamos fazê-los pensar sobre o papel que as redes sociais e as tecnologias como um todo operam na formação de suas identidades.
Percebemos, como educadores, que os adolescentes de hoje comunicam-se muito mais via redes sociais do que pessoalmente. Como nasceram em um contexto em que a internet já estava presente na maioria das casas da população, este instrumento é completamente natural a eles. Os aparelhos eletrônicos estão se tornando extensão do organismo biológico dessa geração, é como se o ser humano ganhasse um aspecto biônico. Pois, percebemos que os jovens ficam desorientados quando estão sem seus celulares, por exemplo. Nosso desafio, como orientadores dessa geração, é primeiramente aprender e compreender suas identidades a partir dessa relação que traçam com o virtual, para, num segundo momento, guia-los para além das banalidades das informações que estão disponíveis na rede e ajuda-los a desenvolver um conhecimento crítico-reflexivo com o que há de salutar no ambiente virtual, visto que há um universo de possibilidades disponíveis na internet, basta saber aproveitá-los. Devemos incentivá-los à visitação de sites que os auxiliem a ampliar sua bagagem cultural, porque percebemos que mesmo com tanto conhecimento à disposição, nossos alunos acabam sendo “leitores de facebook”, isto é, leitores imediatistas, ou seja, a mensagem precisa ser curta e ilustrada para chamar a atenção, se o texto for longo dificilmente o lerão. Notamos que quanto mais informação e conhecimento têm à sua disposição mais apáticos ficam ao ato de pensar. Uma frase familiar a um grande número de professores é: “Por que pensar se posso consultar o google?” Incentivá-los a pensar, ou desenvolver neles a necessidade de pensar mesmo com tanta informação e saberes prontos é um imenso desafio da educação contemporânea.
Para encontrar soluções a esse desafio em primeiro lugar a escola deve ter um suporte tecnológico, devemos trabalhar com a internet a nosso favor. Para isso, precisa-se de investimentos, precisamos das tecnologias disponíveis no mercado dentro escola. Mas isso só não basta, precisamos, também, de qualificação para os professores.