REFLEXÃO E AÇÃO - ENSINO MÉDIO

Podes-se considerar consensual a definição da educação como formação humana, a questão,portanto, que necessita ser examinada é em que consiste a formação humana, admitindo que determinados homens,criança e os jovens são formados por outros homens,os adultos, cabe verificar se isso é possível e , em caso positivo, se é legitimo. Estamos ai diante de uma questão filosófica por excelência,ligada ao problema da possibilidade ,da legitimidade ,do valor e dos limites das ações humanas.  A educação revela-se impossível na medida em que fossem considerados apenas os elementos que caracterizam a estrutura do homem em seu aspecto empírico, ou seja, enquanto ser situado,determinado pelas condições do meio natural e cultural, a educação resultava impossível.
A formação humana coincide, nessa acepção, com o processo de promoção humana levado a efeito pela educação,dessa forma, a filosofia da educação cumpre um papel preliminar de estabelecer a própria identidade de seu objeto,isto é, a educação.
    Escrever sobre os desafios que permanecem no ensino médio, é uma situação    na  qual ,para podermos fazer uma mensuração, é necessário que se haja nova mudança  em todo sistema de educação básica, quando se fala de mudança, é que seja independente dos governantes existentes, que se faça acontecer o que a lei exige. Pois é notório de que as mudanças só acontece quando é para atender os interesso de um determinado grupo ou organização e nunca para atender uma coletividade social.
    Pois,sabemos que as funções atribuídas ao novo ensino médio eram para suprir uma carência de profissionais de nível médio bem como para os alunos concluintes que quisessem ingressar   nos curso superiores. Porém as contradições existentes ,denunciavam uma escola profissionalizante a qual não qualifica para o mercado.
       Com tudo isso, acontece  o empobrecimento nos currículos escolares, o que  ocorre  é uma fragmentação nos conteúdos no qual é fundamental para uma formação critica social. Ocorre que essas situações eram sustentadas na tese da Teoria do capital Humano ( essa teoria,conhecimentos e habilidade constituem um capital humano e são em grande parte, produto de inversões econômicas,individuais e sociais,que junto a outras inversões explicariam os diferenciais de renda e salários e principalmente, a superioridade produtiva dos  países tecnicamente avançados) ,no qual subordinavam a educação das demandas do mercado de trabalho e com isso implicava uma  descaracterização e uma desqualificação do ensino médio e com isso ocorre uma ruptura entre a educação para os que tem um poder aquisitivo e a educação para o assalariado .
    Com o término da ditadura, ocorre uma passagem de transformação social com a nova constituição de 1988 e nova lei de DIRETRIZES e BASES da EDUCAÇÃO NACIONAL em 1996 na qual estipulou o Ensino Médio com a função formativa, sendo que esta lei de diretrizes e bases da educação nacional que estabelece ao mesmo tempo, que o ensino médio como nível da educação básica tem que ser ofertado de formas adequadas conforme as necessidades e disponibilidades da população de jovens e adultos de forma a possibilitar a condição de acesso e permanência na escola. Não podemos dizer que não houve avanço com a constituição de 1988, e com  as demandas da sociedade organizada foram, então, substituídas por medidas produzidas por especialistas e tecnocratas, geralmente assessores destes organismos  multilaterais, pois  um dos maiores frutos foi reflexão critica das inciativas  dos movimentos sociais e populares e de educadores  democráticos organizados  nos fóruns  em defesa escola  pública que participaram do processo constituinte  e da elaboração  da nova LDB, dessa forma o PROJETO DE FORMAÇÃO INTEGRAL ,propõe  a superar uma dualidade presente na organização do ensino médio, no qual  promove um encontro sistemático entre cultura e trabalho  que forneça aos alunos uma educação integrada ou unitária e que capaz de proporcional uma compreensão da vida social, pois ,a formação humana integral”, é um direito do trabalhador brasileiro, uma necessidade premente e atual, uma conquista histórica e uma construção tardia na qual não devemos aceitar qualquer retrocesso. 
  A falta de interesse dos jovens pelo ensino médio e o alto índice de evasão dos alunos estão entre os principais problemas da educação brasileira nesta etapa da escolarização. Esta situação não é apenas nas escolas da rede publica do país , mas em todas dependências administrativas educacionais, por mais que busquemos indicadores sociais que mostre determinadas situações sócio – econômicos , os resultados são apenas quantificadores para impressionar, pois é notório que, enquanto não houver uma verdadeira preocupação pela educação, esse dados a tendencia é aumentar. Hoje ,são 8,5 milhões de alunos , onde a taxa de abandono escola chega a 10% no Brasil, enquanto na Argentina é de 7%, no Chile de 2,1% e na Venezuela de  1% . A emenda Constitucional 59, reafirma no Plano nacional de Educação, que está em discussão no congresso Nacional,coloca como meta a universalização do ensino médio até 2016 e até 2020 alcançar até 85% da população de 14 a 17 anos com matriculas efetivas.
       Um outro grande desafio no ensino médio é o numero de alunos que não avança para as séries seguintes, principalmente no período  noturno, pois uns desses fatores, são atividades, isto é, o trabalho , pois eles chegam cansados das atividades do trabalho e com o passar do tempo, os mesmos acabam desistindo em função do cansaço físico ou em função do rendimento salário que é aumentado em função das horas extras trabalhadas e com isso há uma desistência do estudos. 
      É importante notar a tendência decrescente nos últimos dez anos da proporção de jovens que apenas estudam e que estudam e trabalham e o aumento dos que apenas trabalham, os dados vem confirmar a hipótese de que o ingresso no mercado de trabalho consiste em um dos importantes motivos da evasão escolar , pois boa parte dos jovens que apenas trabalham são os mesmos que não completaram o ensino médio.  Onde o trabalho é uma questão central para os jovens brasileiros, pois o trabalho também faz a juventude, não significa de maneira ingênua, defender o trabalho de adolescente e jovens, mas ao contrário. Implica admitir que a construção da condição juvenil decorre de um complexo de valores sedimentados sob o ponto de vista social e histórico.
        Acredita-se que três questões estão ligados para o ensino médio, uma delas é a qualidade dos professores,o que envolve a formação na universidade, a oferta de educação continuada, as condições de trabalho, a carreira ,incluindo salários, e a dedicação exclusiva, a segunda questão é o número de alunos por sala de aula, fator responsável pelo rendimento escolar e a terceira questão é ampliação do tempo do jovem no ambiente escolar. 
      Não compete ao professor preparar projetos para os alunos, porque isso é manipulação,o professor tem de se planejar com o outro,ter interdependência, colaboração, perceber que a escola é lugar de trabalho e de troca, “ o desafio maior do ensino médio,assim como o da educação como todo,é sermos responsavelmente ousados, destruir os guetos que existem dentro de nós, acabar com a segmentação”.

         A formação humana é analisada na relação entre o processo histórico de objetivação do gênero humano e a vida do individuo como um ser social, o que faz do individuo um ser genérico, isto é, um representante do gênero humano, é a atividade vital, a qual é definida por Max como aquela que segura a vida de uma especie.