Pacto Pelo Ensino Médio Caderno V

Colégio Estadual do Campo Coelho Neto
Orientadora de estudos: Dione Elenice Mohler Martelo
AYALA REJANE GUERREIRO THEISEN
ELIS REGINA CAPELIN DORNELES
JACINTO VAGNER RUPP
LEONI BARBOSA DA SILVA SCHOMMER
LUCIANA GARLINI
MARCELO THEISEN
MARIA DEL CASTANHEL PERON HUBNER
ROSEMERI APARECIDA DA SILVA SANTOS

Etapa 2 Caderno 5 matemática
Reflexão e ação 1 
Caro Professor, cara Professora,
No texto dessa Unidade fiemos a afirmação de que há um predomínio, nem sempre desejável, do pensamento lógico-dedutivo nas atividades propostas em Matemática. Você, Professor de Matemática, concorda com isso? Ou o dominante é mesmo a mera prescrição de regras e procedimentos sem comprovação?
Vamos pensar sobre o assunto? Nos exemplos que usamos no texto, há a indicação de atividades  que podem ser pensadas por várias áreas ou componentes curriculares. Propomos que, em grupo, seja analisado um conjunto de atividades realizadas com os estudantes no período de uma semana. O ideal é que sejam analisadas as atividades de todos os componentes curriculares de uma determinada turma de estudantes na tentativa de observar e identificar os tipos de pensamento matemático que possam estar
presentes nessas atividades. Sugerimos o uso da seguinte tabela:
Antes de iniciar a atividade prática propriamente dita pensemos que:  a afirmação sobre o predomínio do pensamento lógico-dedutivo nas atividades propostas em Matemática entende-se que este exige muita compreensão que muitas vezes realmente deixa a desejar.
           Sabemos que a matemática é um saber essencial em nossas vidas, uma vez que está presente em todos os momentos e contribui para que a pessoa consiga ler, interpretar dados, calcular, mediar situações nos quais são utilizados valores numéricos de diversas formas.
          O estudo da matemática contribui para a formação plena do educando como um ser crítico, auxiliando-o na resolução de problemas desde os mais simples do cotidiano até as mais complexas situações.
           Não podemos esquecer também que o desenvolvimento do raciocínio matemático auxilia no bom desempenho do aluno em outros componentes curriculares, como é o caso dos pensamentos dedutivo, não-determinístico, lógico-dedutivo e geométrico-espacial.
          A matemática está inserida na vida de todos. Portanto, é importante que o aluno realize atividades que o façam raciocinar e perceber a importância dos cálculos. Esse aprendizado contribui para o desenvolvimento cultural, intelectual, crítico, criativo e capacidade de argumentação do aluno, auxiliando-o no processo de emancipação enquanto sujeito capaz de produzir história.
Componente curricular
Replanejando a praça da comunidade na parte jardinagem e arborização.

Breve descrição da Atividade
Com a participação dos alunos no replanejamento da praça, esperamos conseguir um aprendizado significativo e de interferência no meio e conectando os conteúdos curriculares, cabendo ao professor ajuda-los a transformar o conhecimento prático em conhecimento cientifico, podendo assim generalizar e abstrair o conhecimento aprendido. Tendo como objetivo além da aprendizagem o contato com a natureza e o prazer em poder fazer parte da mesma, cientes de que, conhecendo amamos e se amamos cuidamos.
Tipos de pensamento matemático envolvidos
O  fazer matemático mobiliza quatro diferentes tipos de raciocínios ou intuições: o pensamento indutivo
 Levar o aluno a pensar pelo espaço físico qual o número de árvores poderiam ser plantadas.
 Conhecendo o metro quadrado qual é aproximadamente proporção de calçada e gramado que compõe o ambiente.
 Qual é a importância de ter uma praça na comunidade?
 Onde essa praça está inserida, como podemos fazer sua localização.

 

O raciocínio lógico-dedutivo
 Através das distâncias estabelecidas entre as árvores e a medida do comprimento e largura da praça formular a quantidade de árvores que precisamos plantar.
 Estabelecer uma distância x para construção de suporte para lixeiras.
 Muitas pessoas fazem caminhada em torno da praça, se uma volta queima x calorias é possível fazer o cálculo para queimar n calorias.

 A visão geométrico-espacial
 Conhecer o ambiente físico que forma a praça
 Destacar as diversas formas geométricas planas e seus elementos fundamentais ali apresentadas.
 Efetuar cálculos de área e perímetro dos diversos componentes.
 Representação cartesiana de alguns pontos que formam a praça.
 Localizar a praça e a comunidade por via satélite no programa google Earth disponível no site: http://www.gosur.com/map/?gclid=CMKrnqrv5cgCFVWBkQodX4YB7A&z=18&ll=-25.3...

 Produzir e interpretar representações planas de objetos espaciais, plantas baixas de construções, mapas de diversos tipos,
 Construir maquetes da praça como se encontra e apresentar o projeto de como poderá ficar.
 Construir alguns canteiros para jardim, explorando as formas geométricas
 Trabalhar as cores em relação as flores.

Pensamento não-determinístico

 Planejar e organizar os dados em tabelas e gráficos das espécies de árvores que serão plantadas.
 Acompanhar e ver a quantas árvores plantadas resistiram as condições climáticas.
 Pesquisar as espécies de flores que mais se desenvolvem na época do ano. E quais podem ser plantadas ou semeadas.
 Tabular as flores que mais resistiram as condições climáticas.
 Fazer um levantamento de quantas pessoas usam a praça pra lazer.
 Verificar qual o fator que motiva as pessoas fazer sua caminhada em volta da praça.
 Fazer levantamento qual horário é mais propicio para homens ou mulheres fazer a caminhada. E questão idade.
 Incentivar e promover o desenvolvimento do espírito cooperativo para o trabalho em equipe.

 

a) Com os dados completos dessa tabela, é possível identificar os tipos de pensamento matemático em todas as atividades?
Quando trabalhamos o conteúdo na integra e ao aprofundar um conhecimento percebemos que não só os quatro pensamentos são necessários como também as outras disciplinas se fazem necessárias para construir um pensamento sobre um conhecimento. No início os alunos podem até estranhar mas penso que depois de um certo tempo o professor consegue perceber a diferença, pois os alunos acabam tendo um envolvimento maior e o sentido educacional vai aos poucos se completando.
b) Quais serão os tipos de pensamento mais frequentes na sua área?
A partir das explicações e exemplos feitos no texto, pode-se verificar o que foi afirmado em relação a ser o pensamento lógico-dedutivo o mais usado nas atividades de Matemática?
O pensamento lógico dedutivo e o geométrico pode ser o trabalhado por um maior período de tempo, pois após generalizar uma situação sentimos a necessidade de explorar várias situações e é um momento de rever os conteúdos básicos que servirão para outras disciplinas, então um vai puxando outro. Mas os outros pensamento, todos, são trabalhados de forma mais reflexiva. Mas são de vital importância pois são momentos onde o aluno apresenta o pensamento indutivo e o não determinístico que ele percebe se realmente entendeu a situação, e com esse pensamento ele pode fazer estimativas, que é muito importante para poder analisar os resultados. Pois sem esse pensamento o aluno pode tornar-se uma máquina apenas operando com técnicas. E o que queremos é alguém que haja no meio em que vive com criatividade e conhecimento.

3) Como produzir maior equilíbrio em relação aos diversos tipos de pensamento matemático? Como isso pode auxiliar em planejamentos individuais e coletivos que apontem a escolha do que será trabalhado com os jovens? É importante que o produto dessa reflexão possa ser utilizado em comparação com as outras atividades que propomos adiante.

É importante proporcionar experiências escolares que promovam o desenvolvimento desses quatro tipos de raciocínios ou intuições, fazendo escolhas mais adequadas às necessidades de compreensão e usos dos conhecimentos matemáticos em contextos enriquecedores. Para tanto, torna-se fundamental um equilíbrio no uso das ferramentas que a Matemática oferece, no sentido de construir experiências que promovam o desenvolvimento dos diferentes, todavia articulados, modos de raciocinar da Matemática, possibilitando aos estudantes mobilizá-los em todas as áreas de conhecimento.
Os tipos de raciocínios ou intuições – pensamento indutivo, raciocínio lógico-dedutivo, visão
geométrico-espacial, pensamento não-determinístico. Cabe à Matemática escolar propiciar aos estudantes o desenvolvimento de tais modos de pensar e a apropriação significativa das formas de representar objetos matemáticos. Para tanto, será importante promover ações didático-pedagógicas que levem os jovens a realizar atividades tais como: explorar/experimentar, fazer conjecturas, procurar generalizações ou o que há de invariante numa situação, entre outras, e também a fazer os registros de suas observações e hipóteses, usando diferentes tipos de representações. É importante fazer com que o estudante compreenda que, em Matemática, não basta uma hipótese ou conjectura ser verificada em um ou alguns casos para concluir-se que a afirmação seja verdadeira sempre. É imprescindível encontrar propriedades e argumentos matemáticos para validá-la ou fornecer um contraexemplo para rejeitá-la, assim como poder comunicar suas conclusões  em linguagem apropriada. Tais procedimentos levam ao desenvolvimento de aspectos essenciais  da competência matemática e de repertório de linguagens específicas que permitem a comunicação  adequada das ideias na área. É nessa perspectiva que o ensino pode contribuir para desenvolver uma atitude positiva face à Matemática e, de modo mais amplo, face à ciência. De fato, levar os estudantes a desenvolver a atitude/curiosidade de formular conjecturas e procurar validá-las, desenvolve o espírito crítico, a capacidade de argumentação e a criatividade.
Reconhecer a existência de incerteza é fundamental para o desenvolvimento do pensamento matemático não-determinístico. Ela está presente na vida dos jovens, por exemplo, em relação ao mercado de trabalho e seus riscos. (BRASIL, 2013a).
Assim, a importância do estudo de estatística no Ensino Médio reside muito mais em favorecer a leitura adequada e crítica de informações do que a simples construção de tabelas e gráficos.
Assim, as propostas voltadas para o ensino médio, em geral, estão baseadas em metodologias mistas, as quais são desenvolvidas em, pelo menos, dois espaços e tempos: um voltado para as denominadas atividades integradoras e outro destinado ao aprofundamento conceitual no interior das disciplinas. É a partir daí que se apresenta uma possibilidade de organização curricular do ensino médio que potencialize uma ampliação de conhecimentos em sua totalidade e não por suas partes isoladas. (BRASIL, 2013b, p. 40, grifos nossos)

Reflexão e ação 2 
Fazer o projeto do dia da consciência negra
Nessa unidade discutimos sobre as juventudes no Ensino Médio e do reconhecimento que, em geral, a curiosidade e a criatividade são pouco exploradas no cotidiano da escola para esses grupos. Vamos, então, fazer um exercício em torno da construção de um projeto que
possa sustentar um trabalho coletivo dos estudantes e uma interação entre os diversos componentes curriculares? Isso pode ser realizado entre vocês professores e, depois, transposto para um planejamento nas atividades da escola junto com os jovens.
Formulem uma ou mais perguntas em uma área de interesse do grupo. Percebam que é necessária uma negociação para a escolha dessas questões. Como foi a de vocês? A partir das escolhas feitas elaborem um projeto. Para tanto, propomos discutir as justificativas
(por que o projeto é importante?) e os objetivos ou finalidades (o que se pretende alcançar com o projeto?). Outra discussão fundamental tem a ver com a metodologia ou planejamento de atividades (como o projeto será desenvolvido?). Por fi, quais instrumentos podem ser
utilizados para a compreensão sobre o quanto os objetivos foram atingidos e sobre a adequação do planejamento? (Avaliação processual e das aprendizagens).
Cada área de conhecimento ou componente curricular consegue
se inserir nesse trabalho?
a) Como identifiar conhecimentos da área a partir das escolhas feitas por vocês?
b)  Como planejar atividades como essa no seu contexto?
c)  É preciso modifiar a divisão dos tempos e repensar os espaços da escola?

O projeto é um recurso didático que oferece subsídios aos educadores e transforma o aprendizado para os alunos, tornando-os mais significativos. Também oferece uma planificação de aulas e matérias, ajudando o educador na aplicação dos conteúdos, além de tornar o aprendizado um processo contínuo.
Os  projetos educacionais estimulam a construção do conhecimento pelo aluno, incentivando sua maior participação em aulas, por meio de atividades criativas e que fogem do estilo tradicional de ensino. São várias as atividades que o educador pode investir durante a aula, como as que fazem uso de equipamentos e brinquedos educacionais que foram desenvolvidos para descomplicar o aprendizado.
Ao participar dessas atividades, o aluno coloca o conhecimento ou o vê na prática, o que lhe ajuda a assimilar novos conhecimentos, compreendê-los melhor e em sua totalidade.
No livro Globalização e Interdisciplinaridade, o educador espanhol Jurjo Torres Santomé, da Universidade de La Coruña, afirma que a interdisciplinaridade dá significado ao conteúdo escolar. Ela rompe a divisão hermética das disciplinas.
O caminho mais seguro para fazer a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação real. A abordagem interdisciplinar permite que conteúdos que você daria de forma convencional, seguindo o livro didático, sejam ensinados e aplicados na prática — o que dá sentido ao estudo.

Um projeto desenvolvido na escola, onde todas as disciplinas são contempladas é a implementação da lei Nº 10.639/03- Inserção da Educação das Relações Étnico-raciais e do Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana.
Área de Linguagens- Gênero textual= Entrevista; Música e dança; Descrição de obras de arte;
Área de Matemática- Tratamento de informações/gráficos; Termodinâmica/escalas/temperaturas
Área de Ciências Humanas- Continente africano/Dimensão geográfica, econômica e política; Ética e moral; Alteridade e antropologia
Área de Ciências da Natureza- Sistemas biológicos/níveis de organização dos seres vivos; Substâncias e Misturas; O papel do ambiente e transmissão de características (herança de cromossomos sexuais)

AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS - Dia da Consciência Negra

•  Apresentação da Equipe na Reunião Pedagógica sobre as ações a serem realizadas pela equipe multidisciplinar no corrente ano, e em especial a necessidade de todos os professores incluírem em seu plano de trabalho docente os conteúdos relativos à história e cultura indígena, a história e cultura africana e afro-brasileira, nas diversas áreas do conhecimento, em cumprimento as leis 10.639/03 e 11.645/08.
• Realização do questionário (com todas as turmas) da diversidade cultural e étnica da comunidade.
• Construção gráfica com os dados coletados no questionário.
• Programação e organização das ações que serão culminadas no Dia da Consciência Negra e distribuição de tarefas para esse momento.
•  Inserção no Projeto Político Pedagógico da Escola a Equipe Multidisciplinar e as ações relacionadas à Educação para as Relações Etnicorraciais (ERER)
• Garantia nos documentos da Escola (PPP, PPC, PTD, Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção) práticas pedagógicas concretas e aplicáveis que possibilitem a operacionalização das ações e políticas afirmativas que integrem os diferentes sujeitos histórico e o direito de oportunidade que deve ser estendido a todos, indiscriminadamente
• Conhecimento a realidade escolar, identificando os sujeitos (afrodescendentes, povos indígenas, do campo) através de uma investigação junto aos alunos (as), professores (as) e agentes educacionais da escola, por meio de entrevistas, pesquisas e questionários, mediados pela equipe pedagógica.
• Momentos de reflexão e discussão sobre diferenças étnico-raciais e culturais. Sugestão: o filme “NOSSA UNIÃO, MUITA CONFUSÃO”.
• Visita a Reserva Ava Guarani na Semana Cultural para conhecer a comunidade, o artesanato e assistir as apresentações de danças culturais.
• Desenvolvimento de palestras, debates pertinentes a temática promovendo a participação de toda a comunidade escolar, com a publicação prévia em espaços de uso da comunidade para instigar a participação;
• Conhecimento e divulgação da importância das Cotas/reserva de vagas para negros e indígenas para democratizar o acesso ao Ensino Superior público e em instituições de ensino superior privadas pelo PROUNI, assim como outras ações afirmativas existentes na sociedade.
• Produção dos relatórios sobre os avanços, possibilidades e limites no percurso da Equipe Multidisciplinar, bem como reelaboração do Plano de Ação.
Manhã cultural e comemorativa ao “Dia da Consciência Negra”
• Abertura com a dança: Pérola Negra (Daniela Mercury) com a turma do 9º ano- Professora responsável : Lucilene (disciplina de Matemática);
• Exposição das máscaras, painéis, cartazes, gráficos e atividades realizadas sobre a temática no decorrer do ano letivo. (professores de arte, sociologia, filosofia, história);
• Apresentação das diversas etnias (aluno e sua família) que compõem a Comunidade. Professora responsável: Dione (disciplina de Geografia).
• Interação com jogos indígenas e africanos (comprados e confeccionados) com os alunos do 7º ano. Professora responsável: Ayala (disciplina de Educação Física);
• Apresentação do teatro “Navio Negreiro” pelos alunos do Ensino Médio a partir da leitura e reflexão da obra. Professora responsável: Sandra (disciplina de Língua Portuguesa);
• Trabalho em sala com os alunos do 6º ano com lendas indígenas (leitura e interpretação) na exposição da lenda do índio Guairacá e contação de lendas que foram exploradas durante as aulas;
• Declamação de contos indígenas que foram selecionados e trabalhados em sala. Caracterização e apresentação do trabalho pelos alunos da 1ª série do Ensino Médio;
• Pesquisa no laboratório de informática (alunos do 8º ano) sobre os conhecimentos a respeito das ervas medicinais afro-indígena, bem como suas propriedades e o uso correto da utilização dessas plantas;
• Painel com as plantas medicinais (nome popular e o nome científico) realizado com os alunos do 7º ano.
• Confecção de placas com as respectivas identificações e benefícios das plantas (identificação e sua afro-indígena) feitas pelos alunos do 6º ano;
• Doação de mudas de plantas medicinais (plantadas e cultivadas pelos alunos) para os visitantes. Professora responsável pelo trabalho das plantas medicinais: Rejane (disciplina de Ciências)
• Promoção uma feijoada e tapioca que será servida para todos os alunos e professores do e membros da APMF do Colégio. Profissionais responsáveis: Diretora, Pedagoga, Secretário e Merendeira.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/interdisciplinaridade-avanco-...

REFLEXÃO E AÇÃO 3
Professor, professora, que tal aproveitar um pouco de sua curiosidade a partir dessa imagem? Procure listar, a partir dela, noções específicas do seu componente curricular que é capaz de identificar. A ideia é que no espaço coletivo de discussão, ao final
da Unidade, todos os professores possam refletir em conjunto sobre a complexidade de leituras possíveis para esse esboço de Leonardo da Vinci.
Homem Vitruviano
É uma obra de Leonardo da Vinci. É um desenho famoso que acompanhava as notas feitas pelo artista por volta do ano 1490 num dos seus diários. Descreve uma figura masculina desnuda separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado.
Proporções do homem vitruviano
TABELA COM OS ELEMENTOS ANATÔMICOS CONSIDERADOS POR VITRUVIUS
CD AB
Altura. Comprimento dos braços estendidos.

Altura. Distância entre a raiz do cabelo e a linha do queixo.

Altura. Largura máxima dos ombros.

Altura. Distância do topo da cabeça para a linha inferior do
queixo.
Altura. Distância do topo da cabeça para a linha dos mamilos.

Altura. Distância do cotovelo para a axila.

Altura. Distância do cotovelo para a ponta da mão.

Altura da cabeça. Distância da linha do queixo para o nariz.

Altura. Comprimento da mão.

Altura da face. Distância da raiz do cabelo para a linha das
sobrancelhas.
Altura. Distância do topo da cabeça até a linha inferior do
pescoço.

Seguindo este conceito de beleza o arquiteto Marcus Vitruvius Pollio descreve o corpo humano da seguinte maneira:
 um palmo é o comprimento de quatro dedos
 um pé é o comprimento de quatro palmos
 um côvado é o comprimento de seis palmos
 um passo são quatro côvados
 a altura de um homem é quatro côvados
 o comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços) é igual à sua altura
 a distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um décimo da altura de um homem
 a distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem
 a distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto da altura de um homem
 o comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem
 a distância entre a o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura de um homem
 a distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um homem
 a distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem
 o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem
 a distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento do rosto
 a distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do comprimento do rosto
 o comprimento da orelha é um terço do da face
 o comprimento do pé é um sexto da altura

Vitrúvio já havia tentado encaixar as proporções do corpo humano dentro da figura de um quadrado e um círculo, mas suas tentativas ficaram imperfeitas. Foi apenas com Leonardo que o encaixe saiu corretamente perfeito dentro dos padrões matemáticos esperados.
O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano no século XV por Leonardo e os outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao Renascimento italiano.
O desenho também é considerado freqüentemente como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, para extensão, para o universo como um todo. É interessante observar que a área total do círculo é identica ‘a área total do quadrado e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional ‘phi’ (=1,618).

REFLEXÃO E AÇÃO
Professor, professora, no decorrer desta Unidade propusemos dois exercícios individuais de reflexão a partir da sua especialidade. Chegou o momento de compartilhar suas ideias e anotações com os demais colegas.
a)Sobre o Homem Vitruviano propomos que:
- Compartilhem as anotações feitas anteriormente sobre o que identificaram no desenho de Leonardo da Vinci.
Através da observação e análise do desenho do homem Vitruviano podemos imaginar muitas coisas, porém se pensarmos no contexto escolar várias disciplinas podem ser englobadas, a história que representa uma época, um período, a geografia as transformações que vem ocorrendo nesse contexto histórico, as diferentes linguagens representadas nesta obras, mas é a matemática que mais se destaca neste, a    simetria, as retas, os cálculos para elaboração do desenho , o PI, conceitos geométricos...

- Explicitem quais articulações percebem nessa obra com as dimensões do trabalho, cultura, ciência, e tecnologia, compatíveis com a época em que ela foi produzida pelo artista.
Ao olhar mais de perto, percebe-se que os traços feitos não são contínuos, se assemelhando com desenhos e traços infantis. Obras de arte permitem que a cada vez que a olhamos atentamente seja possível abstrair algo novo, Teixeira (2011)  “Já a informação estética não é passível desse esgotamento. Quanto maior for a taxa de informação de uma mensagem estética, mais variadas serão as abordagens por ela permitidas”  . Devido a isso, uma obra de arte pode carregar consigo diferentes entendimentos, quanto mais informação acrescentada pelo artista maior será a compreensão do observador. Ou seja, de modo geral, a análise desse trabalho tem por método a utilização de referências textuais e recursos gráficos para extrair todas as possíveis informações e interpretações relacionadas à performance e ao que se resultou dela.  Fazendo  uma nova observação sobre o  homem vitruviano, contempla-se  marcas do passado mas que se fazem presentes na atualidade. Podemos utilizar para  mostrar  que diferente dessas proporções ideais e do padrão que a sociedade impõe como perfeito, todo ser humano tem suas imperfeições. Então, essa performance contesta os padrões ideias da atualidade.

b) Sobre a exposição idealizada:
- Compartilhem e debatam as anotações feitas anteriormente sobre a idealização da exposição.
- Registrem os conhecimentos que consideraram mobilizados em cada área de conhecimento e as articulações identificadas com as dimensões do trabalho, cultura, ciência e tecnologia.
A partir desses dois exercícios de reflexão e combinando com as reflexões realizadas nas outras duas unidades, seria possível definir alguns critérios para a modificação de determinadas rotinas no trabalho semanal que permitissem novos planejamentos mais integrados?
Enfim, somente o  redesenho curricular tendo como eixo estruturante as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura conseguiriam estabelecer novos parâmetros de um novo contexto. Porém,  não esqueçamos que a função primordial de um currículo não é a de conduzir as atividades de ensino, mas sim a de propor os caminhos que melhor possibilitem o aprendizado dos estudantes na direção da formação integral pretendida. Currículo é percurso escolar. Desse modo devemos  refletir quais os caminhos mais adequados a serem trilhados para que os estudantes, com suas características pessoais, sociais, econômicas e culturais próprias, possam caminhar efetivamente na direção dos direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano previstos nos textos legais. Compreende-se o trabalho como mediação de primeira ordem entre o homem e a natureza e, portanto, elemento central na produção da existência humana. Dessa forma, é na busca de produzir a própria existência que o ser humano gera conhecimentos, os quais são histórica, social e culturalmente acumulados, ampliados e transformados. Sob essa ótica, o conhecimento é uma produção do pensamento em que se percebem e se representam as relações constitutivas e estruturantes da realidade. A teoria, por sua vez, surge quando essas relações, elevadas ao plano do pensamento, são ordenadas e retiradas do contexto em que foram produzidas e apreendidas originalmente, com o objetivo de potencializar o avanço das forças produtivas  na construção de uma proposta curricular, fazer escolhas condizentes com os objetivos pretendidos e coerentes com as convicções e cultura próprias de cada  escola. E cuidar com a avaliação que merecerá ser compartilhada para não correr o risco de provocar uma fragmentação ainda maior.  Pensar em integração requer a produção de instrumentos de avaliação também integrados, que permitam um olhar global sobre as aprendizagens dos estudantes. 

Professor, professora, no decorrer desta unidade propusemos dois exercícios individuais de reflexão a partir da sua especialidade. Chegou o momento de compartilhar suas ideias e anotações com os demais colegas.
a) Sobre o Homem Vitruviano propomos que:
- Compartilhem as anotações feitas anteriormente sobre o que identificaram no desenho de Leonardo da Vinci.
- Explicitem quais articulações percebem nessa obra com as dimensões do trabalho, cultura, ciência, e tecnologia, compatíveis com a época em que ela foi produzida pelo artista.
Trabalho  é o modo pelo qual o ser humano produz para si o mundo, os objetos e as condições de que precisa para existir.  Cultura é o conjunto dos resultados dessa ação sobre o mundo. E estes  estão  associada a concepção de ciência e tecnologia: conhecimentos produzidos, sistematizados e legitimados socialmente ao longo da história.
           Porém naquele momento viva-se o  Renascimento, que  foi um período de renovação cultural com grande produção artística e científica, que ocorreu na sociedade europeia, nos séculos XV e XVI, em decorrência do desenvolvimento do capitalismo. Iniciou na Itália e espalhou-se por outras partes da Europa.  
             Durante esse período, a cultura greco-romana passou a ser cultivada, o que para os artistas renascentistas, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ou seja, humanista – valores da Antiguidade, que exaltavam o homem como ser dotado de liberdade, de vontade e de capacidade individual. Porém, o individualismo marcou mais que o Humanismo da Antiguidade. O individualismo renascentista trouxe a ideia do gênio e o ideal passou a ser um homem que se ocupa de todos os aspectos da vida, da arte e da ciência. Leonardo Da Vinci foi um desses gênios.
             Ainda podemos citar: MATOS E GENTILE (2004) dizem também que o pensamento renascentista influenciou pintores, escultores e artistas em geral, que retomaram os padrões da Antigüidade clássica em suas obras. A arte renascentista celebrou abertamente o corpo e a beleza física. Como mostra FARACO E MOURA (1995), o nu passa a mostrar uma nova ideologia de mundo, a “da concretude terrena, do material” MATOS E GENTILE (2004) mencionam ainda que a mulher, antes ligada ao pecado, reapareceu, seminua e deslumbrante, em O Nascimento de Vênus, tela de Sandro Boticelli pintada em 1485. Leonardo da Vinci, na gravura conhecida como O Homem Vitruviano (1492) e Michelangelo, conforme FARACO E MOURA (1995), com A criação do homem (pintura) e David (escultura), imortalizaram o equilíbrio e as proporções da figura masculina.

b) Sobre a exposição idealizada:  ( Para discussão do grupo)
- Compartilhem e debatam as anotações feitas anteriormente sobre a idealização da exposição.
- Registrem os conhecimentos que consideraram mobilizados em cada área de conhecimento e as articulações identificadas com as dimensões do trabalho, cultura, ciência e tecnologia.
A partir desses dois exercícios de reflexão e combinando com as reflexões realizadas nas outras duas unidades, seria possível definir alguns critérios para a modificação de determinadas rotinas no trabalho semanal que permitissem novos planejamentos mais integrados?
A história da matemática, como qualquer outra ciência, tem um longo processo de desenvolvimento, o qual está em constantes mudanças e aperfeiçoamentos. Buscaremos assim, abordar brevemente um pouco dessa evolução ao longo da história. Portanto, a maneira mais antiga de contagem, era feita através de pedras ou marcas de riscas feitas em ossos.  A Figura do homem Vitruviano  representa também, a perfeição física da forma humana, além de ilustrar um famoso estudo de anatomia de Leonardo da Vinci. Entretanto  para alguns estudiosos : O chamado homem vitruviano trata-se, na verdade, de um estudo matemático das proporções humanas que foi primeiramente esboçado ainda na época da Roma Antiga, no século I a.c., por Marcus VitruviusPolio¹. Devido a relação das proporções do corpo humano para a solução do problema da quadratura do círculo, o qual “é um dos três problemas clássicos da Geometria grega; consiste em construir, usando apenas régua e compasso, um quadrado com a mesma área que a de um círculo dado” (SANTOS, 2012).
A possibilidade de usar as medidas proporcionais do corpo humano como valor de escala para a solução do problema geométrico da quadratura do círculo seduziu matemáticos ao longo de toda a história. A razão maior dessa sedução foi a possibilidade de se utilizar um número, considerado por muitos um número mágico, senão até mesmo divino, para a solução do problema. Trate-se do uso de Phi. [...] um número irracional, dos mais misteriosos e enigmáticos da história, pois surge numa infinidade de exemplos encontrados na natureza sob a forma de uma razão.
     Existem ainda outras relações matemáticas encontradas no desenho do Homem Vitruviano como, por exemplo: a distância do nascimento do cabelo para o topo do peito é um sétimo da altura de um homem; a largura máxima dos ombros é um quarto da altura de um homem; a distância do cotovelo para o fim da mão é um quarto da altura de um homem; o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem; a distância do nascimento do cabelo para as sobrancelhas é um terço da longitude da face; a altura da orelha é um terço da longitude da face.         
Por isso podemos dizer que a  matemática é o exemplo prático dessa aplicação, pois nas aulas de História, de Literatura, de Português, Geografia  e outras áreas são utilizadas propriedades próprias da matemática para compreender e interpretar informações, na medida em que os conhecimentos se interligam e se relacionam.
Inúmeras vezes esse planejamento e sua aplicação acontecem sem que seja percebido. Estas relações surgem no contexto com diferentes possibilidades, fazendo do educando um sujeito com maiores aptidões para produzir intervenções na realidade.
          Assim, conclui-se que é indispensável em qualquer processo educativo o planejamento e a utilização da matemática, bem como um trabalho interdisciplinar, envolvendo os diversos saberes.

REFLEXÃO E AÇÃO  4
Convidamos vocês, professores das áreas, a fazer o exercício de organizar conjuntamente as ideias discutidas no último exemplo, e outras que imaginarem, em subprojetos que acreditem ter viabilidade na sua escola, a partir da pergunta central formulada. Registrem seus subprojetos, as questões motivadoras, os objetivos e as ações pretendidas em uma tabela análoga àquela desenvolvida ao final do primeiro exemplo. Não esqueçam de discutir e registrar os processos adequados de avaliação para os subprojetos elencados.
Projeto integrado os quatro eixos propostos pelo Pacto para o Ensino Médio
1- Conteúdo Trabalhado: Ditadura Militar no Brasil
2- Conteúdos escolhidos para trabalhar o tema
2.1 Matemática  (porcentagem, funções, estatística, lucro e prejuízo causado pelo endividamento...) Os quatro pensamentos matemáticos serão trabalhados, podemos destacar como pensamento dedutivo, quando trabalhamos algumas analises de crescimento e de posições que estamos e que podemos alcançar em relação a economia. O pensamento lógico dedutivo quando falamos em produção ou consumo de energia elétrica podemos pensar na relação entre duas grandezas e tentar encontrar uma função que represente esses dados. O pensamento geométrico-espacial pode ser encontrado de forma oculta mas não de menos utilização pois para entender o texto e a situação precisamos nos localizar, enquanto Município, Estado e país, quais produtos que tiveram maior crescimento nesta época, como era feita o transporte e a estocagem dos mesmos, o que interfere um produto ter a embalagem da forma que tem? Quais eram os modelos de carro na época e como ocorreu o processo de industrialização. E o pensamento, não-determinístico pode ser explorado das mais diversas formas, e em todos os apontamentos é possível fazer representações gráficas como também trabalhar com a parte mais analítica. Considerando se o crescimento foi de tanto é possível representar graficamente e fazer estimativa para o crescimento futuro é possível trabalhar a medidas de tendência central da estatística como também utilizar a mesma para tomar decisões.
Economia / Milagre / Concentração de Renda
*De 1968 a 1973, a fase de excepcional crescimento econômico, conhecida por Milagre Brasileiro.
*O regime repressivo e a política de arrocho salarial elevam as taxas de lucro, acumulação e investimentos.
*Desde 67 é invertida a linha recessiva de Campos Bulhões, e desobstrui o crédito e passa a fomentar um crescimento acelerado.
*Em 6 anos de milagre, o PIB cresce 88,4%, o PIB per capita 60,8%.
*A indústria de transformação mais do que dobra (cresce 111,2%), com ênfase nos bens de consumo duráveis e meios de produção.
*Produção de veículos salta 215,1% (de 225 mil para 709 mil unidades).
*A de Energia Elétrica sobe 88,8%.
As exportações mais que quadruplicam, graças a estímulos oficiais, incidindo sobretudo sobre os bens manufaturados.
*Divida externa aumenta 272,8% (de US$ 3,4 bilhões para 12,6 bilhões); mas a relação dívida líquida / exportações melhora, de 1,92 para 0,99 x 1.
*A indústria automobilística é o carro chefe.
*A fatia das estatais no patrimônio líquido da indústria brasileira sobe de 26% em 68, para 32%, em 72. O estado controla, então 80% da geração de energia elétrica.
*A concentração da renda vem à luz com o censo de 1970. A parcela dos 50% mais pobres caiu. A fatia dos 10% mais ricos subiu. E a do 1% do topo da pirâmide cresceu mais ainda. O próprio Gen. Médici admite: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”. Já Delfim Neto (min. da Fazenda desde 67) julga natural a concentração de renda; alega que em qualquer tipo de desenvolvimento “alguns melhoram mais do que os outros”, e que “é preciso deixar o bolo crescer para depois dividi-lo”.
*O desenvolvimento é excludente. Em 70 o então sociólogo Fernando Henrique Cardoso estima o mercado de consumo de carros e eletrodomésticos em cerca de 5 milhões de pessoas de alta renda, mais 15 milhões que se inserem de alguma forma graças à expansão do crédito; outros 73 milhões ficam à margem.
2.2- Ciências Humanas (reconfiguração espacial, luta pela terra, linha cronológica do período da Ditadura Militar, a ideologia comunista, a ideologia da Ditadura Militar, o situação dos sindicatos e da sociedade neste período  )
A Prática da Reforma Agrária
Não justifica os temores iniciais dos críticos do Estatuto da Terra: entre 65 – 81 o governo federal baixa apenas 124 decretos desapropriando terras. O movimento de trabalhadores rurais, parte mais interessada, duramente atingido em 64, só se recupera duas décadas depois. Já os grandes proprietários fundiários são um esteio social e político indispensável ao regime. Os EUA desde 67 deixam de fomentar a Reforma Agrária na América Latina. No mesmo ano, o regime brasileiro desloca sua ênfase para a modernização da agricultura e, na área fundiária, para colonização. O Ibra, ligado diretamente à Presidência; em 71 dá lugar ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), subordinado ao Ministério Da Agricultura. A concentração de terras perdura e se agrava.

O golpe de 1964
Em 20 de março de 1964, a Associação dos marinheiros e dos fuzileiros navais pediu a demissão do ministro da Marinha, Almirante Sílvio Mota, fato que demonstrava grave indisciplina. O governo da República colocou-se numa posição favorável aos marinheiros.
Em 31 de março, as Forças Armadas desencadearam o movimento que iria depor João Goulart. Os Generais Olímpio Mourão Filho e Carlos Luís Guedes alertaram suas tropas, recebendo o apoio do então governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto.
Logo a seguir, quase todos os estados se aliaram ao golpe militar.
No dia seguinte, o presidente vendo que não contava com o apoio das forças da capital federal seguiu para o Rio Grande do Sul. O senado declarou que o cargo presidencial estava vago e empossou o Presidente da Câmara Ranieri Mazzili, era o início da Ditadura Militar

O governo do General Castelo Branco
Em 1964, o Comando Supremo da Revolução, nos primeiros dias de abril, editou, o Ato Institucional nº 1, suspendendo as garantias constitucionais estabeleceu eleições indiretas e o Executivo passou a ter direito de cassar mandatos políticos e decretar estado de sítio, sem consultar o Congresso.
Essas medidas atingiram principalmente os líderes do regime deposto e as organizações que exigiam as reformas de base como a CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), a PUA (Pacto de Unidade e Ação) e as Ligas Camponesas. Após estas medidas foram instaurados inquéritos seguidos de processos políticos a cargo da Justiça Militar.
O movimento vitorioso justificava-se como restaurador da economia, abalada pelas constantes greves, e favorável à definição de um padrão de desenvolvimento baseado na livre empresa e associado ao capital estrangeiro.
Politicamente, o projeto do General Humberto de Alencar Castelo Branco, escolhido como presidente, incluía o fortalecimento do Executivo e a segurança do Estados, para os quais foram criados órgãos como o Serviço Nacional de Informações (SNI). A segurança nacional foi o argumento usado para justificar as arbitrariedades praticadas.
Em 1965, realizaram-se eleições para governador em 11 estados e o governo perdeu em 5 deles. Em resposta, foi editado o AI-2, que permitia a intervenção do governo nos estados e municípios e que pó Executivo legislasse através de “Decretos-Lei”. Também extingui os partidos políticos e cancelou seus registros. A partir daí, passaram a existir apenas 2 partidos, a ARENA(Aliança Renovadora Nacional) e o MDB(Movimento Democrático Brasileiro).

A Ato Institucional nº 3 foi decretado logo em seguida, acabando ainda mais com a democracia no país. Esse Ato estabelecia o fim das eleições diretas para governadores e prefeitos das capitais. A partir de então os governadores seriam indicados pelo presidente para a aprovação das assembleias Legislativas. E os prefeitos seriam indicados pelos governadores.
Em 1966, o Congresso Nacional Foi Fechado, o que provocou a reação de muitos que se identificavam com o movimento. As cassações de mandatos continuaram.
Decretou-se também o Ato Institucional nº 4, que dava ao governo poderes para elaborar uma nova Constituição.
No início de 1967, O Congresso foi reaberto, desfalcado de alguns parlamentares, e aprovou uma nova Constituição, elaborada por juristas do governo. As atribuições do poder Executivo foram consideravelmente aumentadas, e a autonomia dos estados diminuída. Instituiu, ainda, um tribunal Militar para julgar os civis.
Desta forma, o Marechal Castelo Branco pode contar com um Congresso bastante submisso. Foi essa submissão que possibilitou a aprovação de novos atos ditatoriais, como a limitação do direito de greve e a deposição dos governadores de Goiás, Amazonas e Rio de Janeiro.
Não foram apenas líderes políticos e sindicais que foram perseguidos pelo regime militar. Intelectuais, fincionarios públicos, militares e artistas foram demitidos ou sofreram perseguições porque a ditadura os considerava perigosos. Acreditavam que, impedindo essas pessoas de exercer sua profissão, estariam combatendo o Comunismo. Ao final do governo Castelo Branco, quase 4000 pessoas já haviam sido punidas.
Mesmo com a institucionalização da ”Revolução”, como desejava o presidente Castelo Branco, a democracia estava longe de ser garantida. Os partidos não representavam os diferentes interesses em jogo, dificultando a participação popular.
Ao nível econômico, o Governo Federal, procurou exercer um controle sobre a inflação, incentivou as exportações e procurou atrair investimentos externos. Para controlar a inflação, houve uma queda nos salários, o aumento das tarifas públicas e uma diminuição dos gastos do Estado. Essa política favoreceu a negociação do Governo com o FMI, obtendo empréstimos. Os EUA renegociaram a dívida externa do Brasil e instalaram-se várias empresas norte-americanas no país.
O desenvolvimento Capitalista brasileiro, do qual se beneficiavam a burguesia e as empresas estrangeiras ou associadas ao capital estrangeiro, precisava das Forças Aramadas e dos tecnocratas para exercer funções de controle, no plano social e modernizadoras, no plano administrativo.
Ao final do governo Castelo Branco o Alto Comando Militar, escolheu como novo presidente o marechal Artur da Costa e Silva, que era o Ministro da Guerra. Essa escolha foi confirmada pelos membros da ARENA no Congresso Nacional. Para registrar seu protesto o MDB retirou-se do local da votação

O governo do Marechal Artur da Costa e Silva
O Marechal Artur da Costa e Silva tomou posse em 31 de janeiro de 1967.
No seu governo, foi criado o PED (Plano Econômico de Desenvolvimento), que continuaria a prática econômica do governo anterior, porem corrigindo os possíveis erros da política de combate à inflação.
A política econômico-financeira era dirigida pelo ministro da fazenda Antonio Delfim Neto. A partir de 1968 o governo Costa e Silva marcou-se pelo rigor como que reprimia as agitações.O ENTÃO MINISTRO DA Justiça, Gama e Silva, desarticulou um movimento conhecido como FRENTE AMPLA, composto por políticos cassados, representantes o MDB, do governo deposto em 64, estudantes e trabalhadores. O programa da Frente era exclusivamente político, exigindo anistia geral, elaboração de uma constituição democrática e restabelecimento das eleições diretas em todos os níveis. Devido à sua diversidade, a coesão ficou dificultada, levando-a ao fracasso. Mas era um sintoma do descontentamento que havia em relação aos caminhos que o regime estava tomando.
No Rio de Janeiro, em 1968, mais de cem mil pessoas saíram nas ruas em passeata, protestando o assassinato do estudante Édson Luís , de 18 anos, pela polícia. Também surgiram greves operárias, como a de Osasco, em São Paulo, e Contagem, em Minas Gerais.
O Congresso Nacional foi fechado e a 13 de dezembro de 1968 foi editado Ato Institucional nº 5, o mais severo de todos. O AI-5 dava ao presidente da República poderes totais para perseguir e reprimir as oposições. Podia decretar estado de sitio, intervir nos estados e municípios, cassar  mandatos e suspender direitos políticos, demitir funcionários, confiscar bens. Tamanho era o poder do presidente que seus atos não podiam sequer ser submetidos ‘a apreciação do Judiciário.
Utilizando o AI-5, o governo prendeu milhares de pessoas em todo o país, entre elas Carlos Lacerda, o marechal Lott e Juscelino. Fechou o Congresso Nacional por prazo indeterminado. Cassou os mandatos de 110 deputados federais, 160 deputados estaduais, 163 vereadores, 22 prefeitos. Afastou 4 ministros do Supremo Tribunal Federal.
Mesmo sendo um militar linha-dura, Costa e Silva não queria passar para a história como o criador do AI-5. por isso, confiou ao seu vice-presidente Pedro Aleixo, que era contra o AI-5, a missão de elaborar nova constituição que substituísse toda aquela legislação arbitrária. A nova Constituição estava praticamente concluída, quando Costa e Silva ficou gravemente doente e afastou-se da presidência. Uma Junta militar, composta pelos ministros  do Exército, da Marinha, e da Aeronáutica, impediu i vice –presidente Pedro Aleixo de assumir o poder. Não confiava no político civil.
A Junta Militar governou durante 2 meses, de 31 de agosto à 22 de Outubro de 1969. Nesse curto período, alterou profundamente a Constituição de 1967, dando origem ao novo texto constitucional de 1969, que reforçava ainda mais o poder do Executivo, o mandato presidencial era de 5 anos, foram mantidos todos os atos institucionais decretados depois de 1967, foi estabelecida a pena de morte e o banimento do território nacional para os casos de subversão.
Reconhecendo a impossibilidade de Costa e Silva recuperar a saúde, a junta militar declarou a extinção de seu mandato. E indicou o seu sucessor: o general Emílio Garrastazu Médici.
Em 22 de Outubro de 1969, o Congresso foi reaberto depois de 10 meses. Nele não mais estavam presentes os antigos deputados federais, pois haviam sido cassados pelo AI-5.

O governo do General Emílio Garrastazu Médici
O general Médici foi eleito indiretamente, ou seja, escolhido pelo Congresso Nacional, tomando posse em 30 de Outubro de 1969.
Seu mandato caracterizou-se pelo endurecimento político, com a implantação de censura. A censura tinha como objetivo impedir a divulgação de qualquer notícia que comprometesse a imagem do governo ou mostrasse os problemas do país. Alguns jornais, como o Estado de São Paulo, por exemplo, não aceitavam a imposição da censura, e em vez de substituir matérias censuradas, deixavam o espaço em branco ou colocavam poesias, em sinal de protesto à decisão do governo. Os jornais que desobedecessem eram proibidos de circular. Dessa forma o povo tinha uma imagem falsa do país, e era levado a acreditar que vivíamos no melhor dos mundos e que seus governantes eram sábios e honestos.

A doutrina de segurança nacional
Define objetivos nacionais permanentes sob a ótica de uma guerra permanente entre o Ocidente Cristão e o Leste Comunista. Divide o mundo não tanto em estados nacionais mas em fronteiras ideológicas. Extrai daí a noção de inimigo interno (o comunismo, entendido de forma abrangente) e com ela justifica o novo papel dos militares. Torna-se a filosofia oficial do regime. Golberi fala no “novo dilema, o do bem estar e o da segurança, apontado por Goering sob a forma “Mais canhões, menos manteiga”. E na verdade, não há como fugir à necessidade de sacrificar o bem-estar em proveito da segurança”.

A Proposta Inicial da Ditadura Militar
É de um regime de exceção transitório. Castelo diz que, se os militares tomam o poder pela força, nele pela força permanecem e dele a força sairão. No poder propõe-se a “restaurar a legalidade; restabelecer a federação; eliminar o desenvolvimento do plano comunista de posse do poder; defender as instituições militares que começam a ser destruídas; estabelecer a ordem para o advento de reformas legais”. Consta que resiste à dilatação do mandato, que considera a essência da ilegalidade; em privado, desabafa: “Não tenho vocação para ditador”.

A Repressão aos Sindicatos
Já em 64, o Ministério do Trabalho intervém em 03 das 07 confederações de trabalhadores, 43 das 107 federações e 452 dos 1.948 sindicatos urbanos. Isto significa 19% dos sindicatos pequenos, 38% dos médios e 70% dos grandes. Prisões golpeiam as principais entidades de SP. Tropas ocupam sedes sindicais no Rio. Os 17 líderes do CGT são condenados no total a 184 anos de prisão. Alei de 01/07/64 impossibilita na prática a greve legal.

A UNE e a Ubes
Têm sua sede no Rio saqueada e incendiada em 01/04/64; seus líderes se exilam. O IPM da UNE ouve 750 pessoas. A Nov/64 a Lei Suplicy proíbe as entidades estudantis pré 64; no lugar dos Centros Acadêmicos, cria os DAs (Diretórios Acadêmicos) que se agrupam em DCEs (Diretórios Centrais Estudantis) por universidade, DEEs, por estado, e um DNE(Diretório Nacional), que só pode se reunir nas férias. Os estudantes rejeitaram a lei; algumas correntes mantêm os Centros Acadêmicos livres, outras atuam nos DAs; mas todas participam do clandestino 27º Congresso (S. Paulo, julho/65) que reorganiza a UNE; apenas o RS cria um DEE. Em 66 a Ubes se rearticula. Mesmo perseguidas, as entidades atuam abertamente.
A repressão à intelectualidade é intensa. Em 01/04/64 metralha as Faculdades de Filosofia da UFRJ e USP. Demite centenas de professores universitários, entre eles o arquiteto Oscar Niemeyer, o sociólogo Josué de Castro, o economista Celso Furtado, os educadores Anísio Teixeira e Paulo Freire; a universidade de Brasília, a mais atingida, invadida pela PM em 18/10/65, perde 210 professores. Samuel Wainer se exila e 1.500 jornalistas são demitidos. Herivelto Martins, Mario Lago, Jorge Goulart, Wanda Lacerda, Dias Gomes, Nora Ney, Oduvaldo Viana, Paulo Gracindo e Jorge Veiga são alguns dos artistas perseguidos.
A Tortura de Presos políticos faz suas primeiras vítimas, algumas fatais. Mas só se converterá em sistema na 2ª e mais feroz onda repressiva, pós AI-5.

2.3  As Linguagens  (trabalhar o contexto histórico através de diferentes tipos de linguagens e gêneros textuais. Através das letras das músicas de Chico Buarque, Geraldo Vandré, pinturas, gravuras de outros artistas retratando os desmandos do regime. A introdução do militarismo na educação e a Educação Física como forma de preparar atletas, soldados...)
o professor de língua portuguesa poderá pedir aos alunos uma pesquisa sobre o compositor e músico Chico Buarque. Já ao professor de história caberia, concomitantemente, pedir uma pesquisa sobre o contexto histórico, político e social do país, fazendo uma ligação entre o músico e este contexto mais abrangente.

É a época mais virulenta da ditadura militar. A linha dura domina. Chico Buarque, Vandré, Caetano Veloso e Gilberto Gil se exilam, os dois últimos após serem presos (Gil despede-se no samba “Aquele abraço”). O regime aposenta centenas de acadêmicos (Caio Prado Júnior, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni,…), mantêm fechado o Congresso e as Assembleias Legislativas. Prende Juscelino, Lacerda, jornalistas célebres. Submete as PMs ao Exército. Sufoca as lutas estudantis e o ensaio grevista de 68. Em 11 meses impõe 12 atos institucionais, 59 atos complementares e 20 decretos-lei.
 

2.4 As Ciências Naturais (a composição química e física das bombas de efeito moral; efeitos do choque elétrico física e psicologicamente nas pessoas, armas químicas, guerras químicas...)

 

A Química, a Física, a Biologia  e a Ditadura Militar

  Iniciaremos a aula com os Slide é baseado nas "Armas Químicas" que foram utilizadas durante o Regime Militar no Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=gWweC8kCtvw, sendo por base as principais substâncias utilizadas durante este período da história Brasileira. É já fartamente comprovado o engajamento das principais indústrias químicas, plásticas e farmacêuticas no apoio ao golpe de abril de 1964 e à ditadura que se seguiu. Havia vários Produtos Químicos que eram comprovadamente utilizados como método de tortura. Para fazer o acusado confessar, era aplicado soro de pentatotal, substância que fazia a pessoa falar, em estado de sonolência. Em alguns casos, ácido era jogado no rosto da vítima, o que podia causar inchaço ou mesmo deformação permanente.

Exército Brasileiro testou Napalm durante a Ditadura Militar

  Jornal GGN – Entre abril e junho de 1970, o II Exército brasileiro realizou uma operação de guerra no Vale do Ribeira. A Agência Pública foi até a região conversar com testemunhas que relataram, entre outras coisas, o uso de napalm pelas forças armadas.
Pública encontra destroços de bombas de napalm no Vale do Ribeira
Por Anne Vigna, Luciano Onça e Natalia Viana
Da Agência Pública

Região a 200 km de São Paulo foi palco de operação de guerra durante a ditadura militar. Entre 22 de abril e 1 de junho de 1970, no sexto ano da ditadura militar, o Vale do Ribeira, a 200 km de São Paulo, foi palco de uma verdadeira operação de guerra. A “Operação Registro” foi a maior mobilização da história do II Exército.
Foram empregados 2954 oficiais, entre membros do Centro de Informações do Exército, regimentos de infantaria e pára-quedistas das forças especiais, polícias da Polícia Militar e Rodoviária de São Paulo e do Dops, além da Marinha para vasculhar a área e capturar 9 integrantes da organização VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) comandados pelo Capitão Carlos Lamarca, que instalou dois centros de treinamento de guerrilha na área.
Para contar essa história, a Pública viajou duas vezes ao Vale do Ribeira, conversou com 12 testemunhas dos bombardeios, revisou documentos secretos e vasculhou a floresta durante 7 horas. Segundo um relatório oficial do II Exército, a Força Aérea Brasileira bombardeou a área com aviões T-6 e B-26; na mesma época, o adido militar francês Yves Boulnois escrevia um relato ao Ministério de Defesa da França atestando o bombardeio por Napalm.
Não era a primeira vez que a FAB usava bombas de napalm, o que fizeram algumas vezes durante exercícios militares durante aquele ano. Para os moradores da região, os bombardeios são ainda uma lembrança forte, do qual se lembram em detalhes, com medo e incompreensão. Como Pedro Passos, o seu Pedrico, que levou a Pública até o local onde encontrou uma carcaça de bomba há cerca de 20 anos. Os destroços foram recolhidos e serão entregues oficialmente à Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa Estadual durante uma audiência pública na segunda-feira, dia 25, às 13 horas. O vídeo sobre nossa expedição para achar os destroços. https://youtu.be/KDgcKtfbC0c.

Armas Químicas

História
Às 17h do dia 22 de abril de 1915, durante a I Guerra Mundial, as tropas alemãs na cidade de Ypres, na França, descarregaram 180.000 kg de cloro gasoso contidos em 5.730 cilindros na região de Steenstraat no canal de Yser e Poelcappelle. A nuvem de gás deslocou-se com o vento, matando ou causando a fuga das tropas francesas e argelinas nas trincheiras, abrindo uma abertura de 8 a 9 quilômetros na linha aliada. Em 24 de abril de 1915, os alemães realizaram um segundo ataque em Ypres, desta vez contra as tropas canadenses. Houve quase 200 ataques químicos durante a I guerra mundial usando-se gás lançado dos cilindros. No maior destes ataques ocorrido em outubro 1915, os alemães liberaram 550 toneladas do cloro de 25.000 cilindros em Rhiems!

O chefe do serviço de guerra química alemã durante a I guerra mundial, o Prof. Fritz Haber, dirigiu pessoalmente o primeiro ataque com gás cloro. Quatro anos mais tarde, em 1918, ganhou o prêmio Nobel em química por sua descoberta de um processo para sintetizar amônia pela combinação de nitrogênio e hidrogênio. Haber é freqüentemente referido como o pai da guerra química.
O primeiro ataque com gás cloro representou meramente o início formal do uso de produtos químicos irritantantes. Entretanto, o uso de fumaças irritantes, por exemplo, de enxofre ardente, contra fortificações inimigas, data da antiguidade. As variações na intensidade e direção do vento e do clima e a falta de tecnologia química moderna serviram como limitações eficazes no emprego de produtos químicos nas guerras antes de 1914.

Guerra Química

  A Guerra química é um tipo de guerra não convencional, baseada no uso de propriedades tóxicas de substâncias químicas para fins de destruição em massa – seja com finalidades táticas (limitadas ao campo de batalha), seja com fins estratégicos (incluindo a retaguarda e vias de suprimento do inimigo). As armas químicas diferem de armas convencionais ou nucleares porque seus efeitos destrutivos não são principalmente decorrentes da força explosiva.
  A categoria de armas químicas pode incluir, além das armas químicas propriamente ditas, também aquelas que utilizam prevalentemente venenos de origem biológica. Quanto a isto, há controvérsias. De todo modo, o uso ofensivo de organismos vivos (como o antrax) é em geral considerado como guerra biológica, para efeito dos acordos internacionais sobre armamentos.
Armas químicas são baseadas na toxicidade de substâncias químicas, capazes de matar ou causar danos a pessoas e ao meio ambiente – tais como o gás mostarda, o cloro (Cl2), o ácido cianídrico (HCN), o gás sarim, o agente laranja ou o Napalm. Têm sido utilizadas tanto para reprimir manifestações civis – como é o caso do gás lacrimogêneo – quanto em grandes conflitos. A guerra química moderna surge na I Guerra Mundial, para superar a luta nas trincheiras, derrotando o inimigo com gases venenosos. No conflito, as armas químicas mataram ou feriram cerca de 800 mil pessoas. A substância mais conhecida era o gás mostarda (de cor amarelada), capaz de queimar a pele e produzir danos graves ao pulmão, quando aspirado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, também foi utilizada. O professor Yoshiaki Yoshimi publicou uma série de estudos sobre o uso de armas químicas, pelo exército japonês, contra prisioneiros australianos.
As armas químicas mais temidas são os Agentes organofosforados, que agem sobre o sistema nervoso, bastando pequenas quantidades sobre a pele para provocar convulsões e morte. Se o conceito de arma química for ampliado, também pode ser incluído o herbicida Agente laranja, sem efeito imediato em seres humanos, que foi usado pelos norte-americanos na Guerra do Vietnã. Na guerra entre Irã e Iraque (1980-1988), os iraquianos usaram armas químicas contra o inimigo e voltaram a usá-las posteriormente, em 1991, contra aldeias curdas do norte do país.

Proibição

  A Convenção de Armas Químicas (CWC) é consequência do Protocolo de Genebra de 1925, que proíbe o uso de gases tóxicos e métodos biológicos para fins bélicos. Vários países assinaram o acordo, antes da II Guerra Mundial, quando foram interrompidas as negociações. A discussão do protocolo só foi retomada com o fim da Guerra Fria.
Finalmente, em 1993, a CWC foi concluída, sendo adotada a partir de abril de 1997. No mês seguinte foi criada a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Organization for the Prohibition of Chemical Weapons – OPCW), encarregada de supervisionar a destruição de arsenais químicos e assegurar a não-proliferação de armas químicas, com exceção do gás lacrimogêneo para conter revoltas e tumultos, medida considerada pacificadora.
Há, entretanto, outros produtos químicos usados para fins militares e que não estão listados na Convenção, tais como: Desfolhantes, que destroem a vegetação mas cujos efeitos tóxicos sobre os seres humanos não são imediatos, como o agente laranja, usado pelos Estados Unidos no Vietnam, que contém dioxinas, substâncias cancerígenas que causam também alterações genéticas e deformidades fetais.
Incendiários ou explosivos, como napalm, também extensivamente usado pelos Estados Unidos no Vietnam. Vírus, bactérias ou outros organismos, cujo uso é classificado como guerra biológica. As toxinas produzidas por organismos vivos podem ser consideradas armas químicas, já que envolvem processos bioquímicos, porém as toxinas são objeto da Convenção de armas biológicas.
Até 20 de novembro de 2008, apenas os seguintes países não tinham ratificado a Convenção: Angola, Bahamas, Coréia do Norte, Egito, Iraque, Israel, Myanmar, República Dominicana, Síria e Somália.

Armas químicas

  No período entre o início da 1ª Guerra Mundial e o final da 2ª Guerra Mundial, a Química das substâncias tóxicas e letais se desenvolveu bastante, principalmente para aplicações militares.Compostos, denominados armas químicas, foram desenvolvidos, considerando-se o grande potencial de extermínio em massa. Algumas armas químicas, ou venenos militares conhecidos, são: gás Mostarda, O-mostarda, Sesquimostarda, Sarin, Soman, VX, Tabun, DFP, GF, entre outros.

Gás Mostarda ou Iperita

  Gás Mostarda ou iperita é um agente químico (Cl – CH2 – CH2 – S – CH2 – CH2 – Cl), geralmente utilizado por forças policiais e militares. Foi produzido pela primeira vez em 1822, na Inglaterra.

  Provoca irritação nos olhos e feridas na pele e se for inalado pode matar por asfixia. O gás mostarda é uma substância incolor, líquida, oleosa, muito solúvel em água e muito tóxica.  Na forma impura, o gás mostarda apresenta-se na coloração amarela. À temperatura ambiente (25°C), pode ser utilizado de maneira perigosa. Foi muito utilizado na 1ª Guerra Mundial.

Efeitos
• Cegueira
• Abertura dos poros da pele
• Rompimento dos vasos sanguíneos (veias e artérias) morte dolorosa de 3 a 5 minutos se estiver em contato direto com o mesmo.

  O gás mostarda faz parte de um grupo de compostos, os denominados, mostardas de enxofre. Todos os mostardas de enxofre possuem dois grupos cloroetila (-CH2CH2-Cl) ligados a um átomo de enxofre, alguns compostos podem apresentar átomos a mais de oxigênio ou enxofre na estrutura. Sendo uma substância incolor, líquida, oleosa, muito solúvel em água e muito tóxica. Na forma impura, o gás mostarda se apresenta na coloração amarela. Este líquido possui grande volatilidade, à temperatura ambiente (25°C), podendo ser utilizado de maneira perigosa, nesta temperatura. Ele é pouco solúvel em água e muito solúvel em gorduras e lipídios.

Propriedades físicas

• Temperatura de fusão: 13°C;
• Temperatura de ebulição: 216°C;
• Densidade: 1,274 g/mL.

  Este composto é um veneno mortal, que provoca graves ulcerações e irritações na pele, nos olhos e no sistema respiratório, além de lesões neurológicas e gastrointestinais e destruição de tecidos e vasos sanguíneos. Uma pessoa contaminada com gás mostarda pode sentir os sintomas em poucos minutos, dependendo da concentração a qual foi exposta.
Antídotos: Quando ele reage com o cloro, ou NaOCl, ou ainda, Ca(OCl)2, ocorre a formação de compostos atóxicos. Sendo estas, reações para uma possível descontaminação ou desativação do composto. O gás mostarda foi utilizado durante a 1ª Guerra Mundial e em lutas militares na Etiópia, em 1936. Os Estados Unidos produziu e estocou uma grande quantidade deste composto, desde a 2ª Guerra Mundial.

O-Mostarda

  O O-mostarda faz parte de um grupo de compostos, os denominados, mostardas de enxofre. Todos os mostardas de enxofre possuem dois grupos cloroetila (-CH2CH2-Cl) ligados a um átomo de enxofre, alguns compostos podem apresentar átomos a mais de oxigênio ou enxofre na estrutura.
  O O-mostarda é um líquido incolor e volátil, entretanto, menos volátil, a 25°C, que o gás mostarda, é tóxico e possui solubilidade pequena em água.

Propriedades físicas
• Temperatura de fusão: 10°C;
• Temperatura de ebulição: 120°C;
• Densidade: 1,24 g/mL.

Este composto, em contato com a pele, penetra e pode provocar graves lesões, inflamações e empolamentos.  O O-mostarda, militarmente, é utilizado em conjunto com o gás mostarda, originando a combinação conhecida como: HT. Esta combinação possui ação tóxica ainda maior que a de cada composto isolado.
Antídotos: Não se conhece antídoto para este composto, entretanto, quando ele reage com o cloro, o NaOCl e Ca(OCl)2, ocorre a formação de compostos atóxicos. Sendo estas, reações para uma possível descontaminação ou desativação do composto.

Sarin

  Sarin (C4H10FO2P) é uma substância tóxica que atua essencialmente sobre o sistema nervoso. Muito utilizada em guerra química. Substância líquida, muito tóxica, solúvel em água e com odor adocicado. Um composto organofosforado, sendo esta classe de compostos sintetizada pela primeira vez em 1936 pelo químico Gerhard Schrader, que tentava desenvolver pesticidas de uso agrícola. Outro composto organofosforado de efeito devastador é o tabun.

  O Sarin é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organofosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos. Os gases de nervos mais conhecidos são: Sarin, VX, Soman, Tabun.

Propriedades físicas

• Temperatura de fusão: -57°C;
• Temperatura de ebulição: 147°C;
• Densidade: 1,10 g/mL.

O que causa?

  Os compostos organofosforados agem sobre o sistema muscular pela degradação de um importante neurotransmissor, a substância Acetilcolina, envolvida tanto no sistema nervoso central quanto no sistema nervoso periférico, pois sua liberação nas ramificações do axônio contribuem para a contração e relaxamento musculares. A Acetilcolina é degradada pela enzima Acetilcolinesterase, fazendo com que a contração e relaxamento dos músculos sejam interrompidos.
Os sinais da intoxicação incluem: fortes contrações musculares, salivação abundante, diminuição da frequência cardíaca, sudorese, náuseas, vômitos, cegueira temporária e permanente e paralisia; pode ocasionar ação também no sistema nervoso central, que resulta em convulsões, com alto índice de mortalidade. A contaminação faz com que haja uma insuficiência para realização de funções básicas, como a respiração e o controle dos batimentos cardíacos, já que os músculos são severamente afetados.
O Sarin, como dito, é altamente tóxico e pode ser absorvido pela pele, pelos olhos, ingerido ou inalado. Minutos após à sua exposição, uma pessoa pode morrer. Ao ser contaminada por Sarin, uma pessoa pode apresentar os seguintes sintomas: vômito, sudorese (suor excessivo), dificuldade respiratória, náuseas, dores de cabeça, fraqueza e espasmos musculares.
A morte se dá pelo ataque à musculatura. Ou seja, o indivíduo contaminado perde a capacidade de sustentar funções básicas, como a respiração ou batimentos cardíacos, pois como dito, ocorre o enfraquecimento muscular. Em caso de contaminação, a medida mais adequada a ser tomada é a remoção das roupas e lavagem do local contaminado.
  Antídotos: O tratamento deste tipo de exposição pode incluir, entre outros, o uso da atropina – sulfato de atropina – para o combate de efeitos periféricos e substâncias anticonvulsivantes, para os efeitos centrais. Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do Sarin. Entretanto, a atropina é a que apresenta ação mais eficaz.

VX

  O VX é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organofosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos.

Propriedades físicas
• Temperatura de fusão: -39°C;
• Temperatura de ebulição: 298°C;
• Densidade: 1,008 g/mL.

  O VX é um líquido incolor, inodoro, solúvel em água e altamente tóxico. Sua fórmula molecular é C11H26NO2PS, substância extremamente tóxica, que pode provocar efeitos graves e danosos ao homem, em caso de contaminação. Esta substância pode ser introduzida no organismo, através de inalação, ingestão, ou absorção pela pele. No caso da contaminação, alguns sintomas aparecem no indivíduo contaminado, por exemplo, náusea, vômito, diarréia, espasmos musculares, sudorese (suor excessivo), dificuldades respiratórias, tremores, convulsões e morte. Em caso de contaminação com VX, a região deve ser lavada com bastante água.
Antídotos: Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do VX. Entretanto, a atropina é a que possui ação mais efetiva.

Soman

  O Soman é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organofosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos.

Propriedades físicas
• Temperatura de fusão: -42°C;
• Temperatura de ebulição: 167°C;
• Densidade: 1,022 g/mL.

O Soman é o gás de nervos mais tóxico, e pode agir como contaminante por todas as vias de exposição. Ele é uma substância líquida, incolor, solúvel em água, na qual sofre hidrólise facilmente à temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é C7H16FO2P.
A contaminação por Soman pode se dá através de ingestão, inalação, absorção por pele, mucosas e olhos. Os sintomas da contaminação podem ser: náusea, vômito, diarréia, espasmos e fraqueza muscular, sudorese (suor excessivo), dificuldades respiratórias e morte.
Antídotos: Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do Soman. Entretanto, a atropina, fenobarbitol, carbamatos, algumas oximas e clonidina são estudadas e empregadas com eficiência contra a ação do Soman.

Agente Laranja

  O Agente laranja é uma mistura de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. Foi usado como desfolhante pelo exército norte-americano na Guerra do Vietnã. Ambos os constituintes do Agente Laranja tiveram uso na agricultura, principalmente o 2,4-D vendido até hoje em produtos como o Tordon.
  2,4,5-T
Por questões de negligência e pressa para utilização, durante a Guerra do Vietnã, foi produzido com inadequada purificação, apresentando teores elevados de um subproduto cancerígeno da síntese do 2,4,5-T: a dioxina tetraclorodibenzodioxina. Este resíduo não é normalmente encontrado nos produtos comerciais que incluem estes dois ingredientes, mas marcou para sempre o nome do Agente Laranja, cujo uso deixou sequelas terríveis na população daquele país e nos próprios soldados norte-americanos.
Em 1984, uma ação judicial movida por veteranos de guerra norte-americanos contra as companhias químicas fornecedoras do Agente Laranja resultou em um acordo de 93 milhões de dólares em indenizações aos soldados. Esta ação foi arquivada pela seguinte sentença “Não há base legal para qualquer das alegações sob as leis domésticas de qualquer país, nação ou estado ou sob qualquer forma de lei internacional”.

Napalm

Napalm é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, utilizados como armamento militar. O napalm é na realidade o agente espessante de tais líquidos, que quando misturado com gasolina a transforma num gel pegajoso e incendiário.

O napalm foi desenvolvido em 1942 durante a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos por uma equipe de químicos da Universidade Harvard liderada por Louis Frieser. O nome napalm deriva do acrônimo dos nomes dos seus componentes originais, sais de alumínio co-precipitados dos ácidos nafténico e palmítico. Estes sais eram adicionados a substâncias inflamáveis para serem gelificadas. Um dos maiores problemas dos fluidos incendiários (tais como os usados nos lança-chamas) é que eles salpicam e escorrem muito facilmente devido à sua baixa viscosidade. Nos Estados Unidos descobriu-se que a gasolina sob a forma de gel aumentava o alcance e a eficiência dos lança-chamas.
No entanto, no início da Segunda Guerra Mundial, para se obter gasolina gelificada era necessário usar borracha natural, a qual estava, na altura, sob forte procura e com preço elevado. O napalm veio providenciar uma alternativa mais barata. O napalm moderno é composto por benzeno e poliestireno, e é conhecido por Napalm-B.
O napalm foi usado em lança-chamas e bombas pelos Estados Unidos e nações aliadas, para aumentar a eficiência dos líquidos inflamáveis. A substância é formulada para queimar a uma taxa específica e aderir aos materiais. O napalm é misturado com a gasolina gélida em diferentes proporções para alcançar este objetivo.
Diversos lançadores foram desenvolvidos para seu uso, culminando nas armas lança-chamas utilizadas contra os exércitos vietnamitas no fim da década de 1960. Na Segunda Guerra Mundial, a Força aliada bombardeou cidades do Japão com napalm. Foi usada também contra guerrilhas comunistas na Guerra civil grega, pelas Forças armadas dos Estados Unidos foi usada na Coréia e na Guerra do Vietnã e pelo México em 1960 usada contra guerrilha de Guerrero.
Outro efeito do napalm em bombas consiste na desoxigenação do ar envolvente e aumento da concentração de Monóxido de Carbono os quais provocam asfixia. Outra utilização do napalm na Guerra do Vietnã consistiu na abertura de clareiras para a aterrissagem de helicópteros.

Proibição do Uso contra Civis

   Em 1980, o uso de armas incendiárias (tais como o Napalm) contra civis foi proibido pelo Protocolo III da “Convenção sobre Proibições ou Restrições ao Uso de Certas Armas Convencionais que Podem Ser Consideradas como Excessivamente Lesivas ou Geradoras de Efeitos Indiscriminados” (Convenção da ONU sobre Armas Convencionais). Entretanto, a Convenção não proíbe o uso de tais armas contra objetivos militares, desde que observadas precauções com vistas a evitar danos colaterais em populações ou bens civis.

3- Objetivos a serem alcançados
- Demonstrar como a indústria Química auxiliou a ditadura militar a coagir através das técnicas de tortura, através das Armas Químicas que foram utilizadas durante o Regime Militar no Brasil, através dos contextos históricos desenvolvidos por outras áreas do conhecimento. Será desenvolvido através dos compostos químicos sendo discutidos as fórmulas químicas e seus efeitos fisiológicos e patológicos.
- Entender as transformações sócio espaciais no  Brasil após 1964, destacando as manifestações através delas contra o regime da   Ditadura Militar (até 1985)..
- Identificar os traços marcantes da produção musical no Brasil no contexto da Ditadura Militar.
-  Relacionar  as transformações ocorridas através das artes  no contexto político, social e econômico  nos anos ditatoriais no Brasil.
- Compreender o crescimento econômico através dos dados apresentados no texto e o aumento da dívida externa brasileira e da pobreza no Brasil.
- Compreender os efeitos psicológicos e físicos junto a população e principalmente aos perseguidos, torturados, mortos e exilados pelo regime.
- Identificar os diferentes pensamentos matemáticos dentro desse contexto histórico.

4- Contextualização do conteúdo a ser trabalhado

Trazer ao aluno a discussão sobre o tema Ditadura Militar no Brasil, situando as práticas de tortura e repressão e os movimentos de protesto, dentre os quais  os festivais musicais e a importância da música da MPB na luta contra este regime. A nova ordenação espacial do território brasileiro, a noção de sociedade e luta coletiva; as armas químicas e a evolução das pesquisas químicas, biológicas e da física nesse  período. 
A  discussão de um tema tão importante que posa leva ao   entendimento e ao  conhecimento da História do Brasil se faz amplamente necessária e se dá de várias maneiras, por isso é interessante e julgamos  necessário que o(s) professor(es)  aproveitem as diversas manifestações da sociedade e representações para realizar esta discussão.
Para tanto, propomos  uma sequência de conteúdos  que trabalhe com  documentos de época, legislações, produção cinematográfica nacional, vídeos não-oficiais, notícias de jornais e músicas. Enfim todas as informações que estiverem ao alcance, não perdendo o foco que é a análise de qualquer conteúdo trabalhado   dentro de cada área do conhecimento seja um tema referente a Ditadura Militar .
As atividades serão desenvolvidas em grupos e individualmente, conforme o necessário, procurando sempre organizá-las da maneira em que os alunos apreendam melhor o conteúdo e possam fazer reflexões críticas e produções referente ao tema abordado dentro de cada disciplina,  e em um contexto geral.

5- Fazer o aluno dissertar, argumentar sobre;

Depois de esmiuçar o conteúdo através das quatro áreas do conhecimento, levar o educando à um amplo debate. Criar um embate fictício sobre testemunhas (contra e a favor), ao regime da Ditadura Militar. Observar o quanto é difícil colocar-se a favor de um sistema como esse, que trouxe tantos desmandos, mortes, torturas à muitos brasileiros e por fim produzir um texto dissertativo argumentativo sobre o período da Ditadura Militar no Brasil.

6- Finalizar o trabalho

Incentivar os alunos a produzirem um artigo sobre o período da Ditadura Militar no Brasil e publicá-lo no editorial do jornal local ou em um site livre para compartilharem o aprendizado com o público em geral.

7- Referências Bibliográficas:
http://monografias.brasilescola.com/historia/musica-como-documentosala-a... acessado em 30 de março de 2015
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-4.pdf acessado em 30 de março de 2015
Fonte:https://esquadraodoconhecimento.wordpress.com/ciencias-danatureza/quim/armas-quimicas/ QMCWEB.

 

REFLEXÃO E AÇÃO  5
Reconhecemos o desafio que pode significar a organização e implementação de atividades integradoras com a área de Matemática. Por esse motivo, propomos reservar um tempo para o aprofundamento. Organizar uma roda de conversa com os professores sobre os exemplos de atividades de trabalho e pesquisa propostas nessa unidade. Debatam sobre a viabilidade desse tipo de proposta em sua realidade escolar e apontem o que identificam como positivo e possível, e o que possa apresentar maiores dificuldades ou mesmo impossibilidade de realização. Justifiquem suas conclusões e, sendo o caso, discutam alterações para melhor adequar as ideias das propostas. A partir de cada área de conhecimento e levando em conta as características dos seus estudantes atuais, seus possíveis interesses e a cultura da comunidade local, formulem questões para a elaboração de um projeto de pesquisa e intervenção que possa mobilizar conhecimentos da área e com potencial de adesão dos estudantes à proposta. Com as questões formuladas a partir das diferentes áreas, negociem um dos temas sugeridos que tenha o maior potencial integrador das áreas, para ser objeto de planejamento conjunto de um possível projeto a ser desenvolvido pelos estudantes. Nessa atividade deve ser favorecido o protagonismo dos jovens, assim como o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico. Façam o registro das diferentes etapas desta atividade e socializem com os demais professores em formação, publicando-as, em forma de artigo, no Portal EMdialogo, disponível em: http://www.emdialogo.

Segundo os PCNEM o Ensino Médio é definido como etapa final da formação básica do educando, aquela necessária para todo cidadão educado e visa "introduzir o jovem no mundo como um todo", porque depois vem uma etapa especializada ( no trabalho ou na universidade, etc.). Afirma-se reiteradamente que o nível médio de ensino não deve ter como objetivo principal a preparação para exames vestibulares. O ensino proposto tem como fundamentos filosóficos:
• a estética da sensibilidade (que valoriza o criativo, o curioso e favorece o trabalho autônomo, não padronizado);
• a política da igualdade (que busca a solidariedade e respeita a diversidade, sendo base da cidadania);
• a ética da identidade (que promove a autonomia do educando, da escola, das propostas pedagógicas etc.).
Ai vem a matemática como   a ciência que estuda as quantidades, as formas e as relações espaciais, e as relações entre quantidades e espaços, pode ser definida como uma linguagem formada por símbolos, como algarismos, letras, equações, figuras e formas, usada para expressar determinadas capacidades do ser humano, como a de relacionar coisas, medir e avaliar grandezas e formas.
Na atualidade buscamos então a contextualização das disciplinas  ou seja; a atitude que se deve tomar para superar todo e qualquer enfoque fragmentado que ainda mantemos de nós mesmos, do mundo e da realidade que nos cerca. Assim, a interdisciplinaridade pressupõe novos questionamentos e buscas, visando compreender a própria realidade. Isto implica, na maioria das vezes, em mudanças de atitude, que possibilita a aquisição do conhecimento por parte do indivíduo, indo além dos limites de seu saber, para então, acolher e agregar contribuições de outras disciplinas. Para que ocorra a interação efetiva, tida como sinônimo do interdisciplinar, faz-se necessário compreendermos essa contextualização  como atitude que busca o rompimento com a postura positivista da fragmentação, com intuito de uma compreensão mais ampla da realidade
Assim durante várias décadas, o ensino da matemática e a matemática como ciência foram vistos como imutáveis, prontos, acabados. O ensino resumia-se em transmissão do conhecimento previamente adquirido pelo professor, detentor de toda sabedoria, e memorização por parte dos aprendizes daquilo que lhes era passado e que, posteriormente, seria cobrado numa avaliação metódica e de caráter quantitativo, visando verificar a capacidade de reproduzir tudo o que lhe fora transmitido, fazendo uso dos algoritmos e fórmulas que memorizaram sem poder questionar a verdadeira utilização das mesmas.
Esse aspecto precisava ser mudado. De qual forma? A matemática precisa ser uma ciência viva, dinâmica e, principalmente, significativa. É preciso despertar nos alunos o seu lado questionador, crítico, investigativo, assim como todo cientista age. Em seguida mostrar que a matemática está presente em nossas vidas desde o momento em que acordamos e que suas experiências anteriores, mesmo fora de sala, são de fundamental importância para o desenvolvimento da matemática como ciência. Sobre isso, Ubiratan D’Ambrosio destaca no Programa Etnomatemática: “O Programa Etnomatemática tem importantes implicações pedagógicas. Educação é, em geral, um exercício de criatividade.
Sendo assim  contextualizar a matemática em consonância com outras disciplinas tornou-se fundamental,  buscar novos significados  ao conhecimento matemático e liga-lo  às práticas sociais e outros campos do saber, resgatando a história da matemática para que o estudante consiga perceber a necessidade desta  e como ocorreu a sua evolução.
Mostrar claramente ao educando que  a matemática é indispensável à vida humana. Sua compreensão se dá de várias maneiras: na vida escolar, na interação social, através de observações, na prática de tarefas que a exija, em diálogos, em cursos de formação ou especialização, enfim, são muitos os caminhos que nos levam a compreensão implícita ou explícita da matemática, o fato é que todos a sabemos, muito ou pouco, prática ou teoricamente, mas a sabemos.
Essa não é uma tarefa fácil de ser realizada, porém não é impossível, mudança de atitudes e conhecimento conseguirão promover a ligação entre todos os saberes.

http://ddez.com.br/2014/01/07/porque-eu-preciso-estudar-matematica
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/interdisciplinaridad...
http://www.ppge.ufpr.br/teses/M08_serenato.pdf