Qual o papel que a Matemática escolar pode desempenhar na formação humana integral dos estudantes do Ensino Médio?
A pergunta colocada é extensa e não há resposta simples nem única para ela. No entanto, uma reflexão a esse respeito é necessária, não apenas por parte dos professores de Matemática, mas também por todos os que atuam no Ensino Médio, caso se admita como verdadeiro que a ação curricular integrada entre as áreas de conhecimento seja fundamental para o auxilio da formação humana integral.
A Matemática e as demais áreas devem proporcionar ao estudante o acesso ao conhecimento científico históricamente construído , proporcionando uma reflexão crítica sobre o sentido e significado da ciência, cultura ,trabalho e tecnologia de forma a produzir novos conhecimentos, dando aos estudantes condições para que eles possam ler, interpretar e transformar sua realidade. Individualmente, a Matemática propicia o desenvolvimento de quatro tipos específicos de pensamento: indutivo, lógico-dedutivo, geométrico-espacial e não-determinístico. Muitos de seus conhecimentos são úteis em várias situações do dia adia e, além de serem inúmeras as formas de uniões possíveis com as outras áreas de conhecimento ou componentes curriculares, intrínsecas a situações problemas em diversos âmbitos.
No contexto escolar os professores e a escola devem desenvolver atividades para que o estudante potencialize os quatro pensamentos. Para isto deve-se priorizar o conhecimento prévio do aluno despertando e instigando os jovens a ter objetivos perseguidos e alcançados. Algo que tenha grande importância para o jovem com seus desejos e interesses, esclarecendo que as diferentes aprendizagens são direitos de todos os jovens e, que as áreas precisam encontrar maneiras adequadas para possibilitar tais direitos, citando, principalmente, as potencialidades da Matemática em contribuir para o desenvolvimento integral do jovem, propondo atividades integradoras.
Os estudantes fazem parte de grupos sociais diferentes, constituídos a partir de interesses, conveniências, afinidades ou proximidades regionais. Não se pode esquecer também que muitos estudantes “vivem” num mundo virtual,no qual estão permanentemente conectados uns com os outros, mesmo não estando próximos fisicamente, mas acessíveis e presentes o tempo todo. Ao chegar no Ensino Médio, de um modo geral, os jovens não apresentam ,frequentemente, problemáticas muito elaboradas. As perguntas são cada vez mais particulares, localizadas e com interesses imediatos.
Na atualidade, se por ventura os jovens tiverem um questionamento, perguntas ou dúvidas, acreditam que a internet pode responder de forma mais rápida e imediata; na verdade, encontram respostas satisfatórias para suas perguntas, mas sem um nível de crítica e questionamentos adequados. Eles não entendem que deveriam selecionar criteriosamente as respostas que são dadas pela internet. Seria essencial conduzir o estudante para uma revisão dos seus saberes e crenças e levá-lo a perceber que a internet não tem o poder absoluto e que nem tudo é verdadeiro.
