Os conhecimentos da área de Linguagens e as relações com a Pedagogia Histórico-crítica

Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto
Orientadora:
Maria Valdeny  Gomes Folador
Cursistas:
Anizio Bello
Helenice Folador
Janete Otilia Sebben
Josiane da Silva Dias
Juceli Zimmermann
Luciana Coelho Santos
Sheila Graziele Acosta Dias

REFLEXÃO E AÇÃO: CADERNO 4 – LINGUAGENS (atividade da página 14)
Os conhecimentos da área de Linguagens e as relações com a Pedagogia Histórico-crítica

De acordo com o caderno 4, são os conhecimentos sobre linguagens que, ao serem mobilizados na atividade educativa, podem favorecer o alcance de direitos de aprendizagem e desenvolvimento no Ensino Médio. E faz a seguinte exposição desses conhecimentos:
1) O conhecimento sobre a organização e o uso crítico das diferentes linguagens. Diz respeito às diversas possibilidades de uso das linguagens em práticas sociais, que quando chegam ao estudante de forma significativa, possibilitam uma ampliação de saberes relativos à produção de identidades, das relações sociais e da própria realidade.
2) O conhecimento sobre a cultura patrimonializada local, nacional e internacional. Compreende o acesso à cultura patrimonializada pelo viés da reflexão crítica sobre o próprio processo de patrimonialização, sempre envolto em ideologias, interesses e jogos de poder, compreendendo desse modo também o acesso aos bens culturais que não foram institucionalizados. Se por um lado têm-se patrimônios como as cidades históricas, a literatura, as artes plásticas, há também todo um conjunto de expressões do bairro e da própria escola que são bens culturais importantes para o posicionamento daqueles sujeitos na estrutura social. Muitas vezes, a comunidade perde em organização social e bem-estar por não conhecer e lutar pela valorização de um patrimônio seu.
3) O conhecimento sobre a diversidade das linguagens. Está relacionado à valorização e/ou desvalorização de grupos à medida que compreende a construção das identidades socioculturais, e a consequente inserção em práticas políticas, éticas e estéticas. Os estudantes podem se beneficiar do compartilhamento e da reflexão sobre o outro e o que o constitui. O conhecimento sobre a diversidade se legitima pela vivência da diferença, não cabendo aí a imposição de algumas codificações culturais como melhores que outras.
4) O conhecimento sobre a naturalização/desnaturalização das linguagens nas práticas sociais. Compreende o reconhecimento de que as manifestações de linguagem se estabilizam através de um processo histórico e social que envolve relações de poder e hegemonia. Muitas das representações que tratamos como naturais e imutáveis, podem manter relações de colonização, de desigualdade de gêneros, de preconceitos étnico-raciais. Quando os estudantes se percebem como produto e produtores de linguagens, podem desenvolver-se uma dimensão crítica sobre a linguagem que, desnaturalizada, favorece a participação e a mudança social.
5) O conhecimento sobre autoria e posicionamento na realização da própria prática. Trata-se de um conhecimento sobre as possibilidades e limites da própria ação que se forma pela experiência da participação política e do protagonismo. Consiste, além disso, em uma ampliação das referências através das quais os estudantes estabelecem critérios que permitem avaliar a sua própria conduta, e entender e caracterizar a conduta dos outros.
6) O conhecimento sobre o mundo globalizado, transcultural e digital e as práticas de linguagem. Compreende as práticas e problemas sociais resultantes dos ajustes e desajustes nos planos macroeconômicos, tecnológicos, de comunicação e transporte que impactam as formas de ser e agir no mundo contemporâneo. Assim, esse conhecimento diz respeito à prática social transversal e globalizadora decorrente do rompimento das fronteiras espaço-temporais que põem em cena as mestiçagens linguísticas, culturais, étnicas, sociais etc. características desse início de século.
O acesso a saberes sobre o mundo digital é fundamental aos estudantes do Ensino Médio, pois:
1) as práticas digitais, direta ou indiretamente, impactam o seu dia-a-dia,
2) certamente já lhe despertam o interesse, o que favorece o ensino significativo,
e 3) delas podem melhor se apropriar técnica e criticamente para sua participação social e profissional.
Nesta unidade discutimos a formação da área de Linguagens, o conceito de linguagem e apresentamos os conhecimentos da área. Agora vamos refletir um pouco sobre esses temas através da discussão do vídeo Teatro de sombras, Grupo Atraction:
1. Assistir ao vídeo, procurando observar e anotar:
a) Quais são as relações entre linguagem e construção da realidade;
b) Como as práticas de linguagem estão atreladas aos contextos sociais e históricos;
c) Como os conhecimentos de linguagem listados acimas aparecem no vídeo.
2. Produzir um texto relacionando as questões discutidas com a prática pedagógica do CEEP, destacando os limites e as possibilidades da integração das disciplinas que tem a linguagem como fio condutor, e de que forma as demais disciplinas contribuem (ou não) com essa prática, pensando que nossa linha educacional é a Pedagogia Histórico-crítica. Histórico: Porque nesta perspectiva a educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua transformação. Crítica: Por ter consciência da determinação exercida pela sociedade sobre a educação.

Nas instituições de ensino, a comunicação está presente em todas as situações, pois é através dela que os professores, alunos, funcionários, direção, equipe pedagógica se relacionam e transmitem todas as informações necessárias para que aconteça o processo de ensino aprendizagem.  É uma ferramenta importantíssima para que ocorra a aproximação entre disciplinas.
As várias formas de comunicação através da linguagem seja ela escrita, oral, visual ou corporal, estão presente em todas as outras áreas e é instrumento indispensável para que o processo ensino- aprendizagem ocorra em toda sua plenitude. E para que o conhecimento cumpra com o seu papel social, desenvolva a criticidade e liberte o indivíduo do senso comum, a comunicação precisa ocorrer em mão dupla: a forma como o remetente envia a mensagem ao destinatário e a forma como o destinatário recebe a comunicação precisam estar em conexão. A comunicação efetiva produz mudanças, transformações e crescimento a partir de um instrumento eficaz: a linguagem.
Em relação ao CEEP, percebe-se que mesmo as disciplinas que não tem a linguagem como fio condutor, integram as diversas formas de linguagem através de abordagens metodológicas diversas, como seminários, representações teatrais, produção de textos, debates e outros. Isso oportuniza que o aluno faça uma leitura do contexto social, percebendo-se parte dele, ou seja, compreende que existe uma relação entre este meio social e profissional. A partir desta compreensão, o aluno torna-se um sujeito histórico ativo, capaz de interferir e transformar os seus ambientes de convívio (família, comunidade e trabalho).
Através da análise do vídeo proposto, percebe-se que os movimentos das sombras representam uma comunicação não verbal, porém muito expressiva.  Ocorre uma interação entre as sombras e o público, a ponto de produzir na plateia diversas emoções, como ansiedade, medo, espanto, alegria, tristeza... isso porque as sombras produziram diversos cenários que os seres humanos experimentam durante sua existência...  há uma provocação para a plateia se enxergar nas etapas da vida, desde o nascimento...  a sua relação com o meio... chegando a finitude. As sombras trazem um processo de linguagem que muitas vezes utilizamos e não nos damos conta como acabamos reproduzindo a realidade... o presente no nosso modo de viver e conviver com as pessoas.