O PAPEL DA MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO

PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
CADERNO 5 - ETAPA II
Orientadora: Maria de Lurdes Santana Tamarozi
Cursistas:
Andrea Marcia Gomes Piovesana
Andreza Cristina Fatu Benatti Nicolau
Claudia Almeida Perozin
Edson Luiz da Silva Crescencio
Fabio Luiz  Camara Chagas
Maria Regina de Jesus Nascimento
Nivaldete Aparecida Santos Costa
Rubia Aparecida Batilana
Rosa Maria TaniosYatsu

Atividade coletiva - ARTIGO

O PAPEL DA MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO

1. INTRODUÇÂO

O estudo do caderno V, com a disciplina de matemática, vem com quatro diferentes tipos de raciocínios ou intuições. Ao elaborar projetos ou subprojetos que integrem todas as áreas á Matemática, é necessário questionar quanto as suas dimensões e como fazê-las. Não é fácil, pois se trata do ato de ensinar, portanto se faz necessário analisar todas as possibilidades e esgotá-las para que haja o entendimento do conteúdo pelos alunos. Cada componente curricular deve estar atento quanto à elaboração das atividades, nas abordagens de cada conteúdo com o intuito de contribuir com o crescimento intelectual do aluno.
Busca-se a formação integral de nossos alunos por meio de ações que articulem as vivências e experiências dos estudantes, seus saberes e ex¬pectativas ao aprendizado de conhecimentos significativos e integrados, das diversas áreas e disciplinas. Em especial a busca pela integração da matemática e suas possíveis relações com outras áreas do conhecimento, abordando temas desafiadores no sentido de garantir o aprimoramento do educando como pessoa humana. Educar para a formação ética, desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, reconhecimento e aceitação da diversidade e da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, das formas de produção, dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes.
Portanto o trabalho interdisciplinar é atuante o que viabiliza na formação integral dos estudantes. Alguns temas já abordados; preconceito, cidadania, recursos hídricos, educação ambiental, o lixo e a reciclagem como práticas sustentáveis, a diversidade e outros.
O presente artigo terá por fito expor o resultado das produções coletivas referentes aos estudos do caderno V, Etapa II do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, especificamente naquele que se refere à área de Matemática. As produções apresentadas pelo grupo tendem a aprofundar as discussões e reflexões, dessa maneira, compreender e buscar soluções para problemas da matemática e suas tecnologias.
Para tanto se busca compreender, quem são nossos alunos e seu protagonismo no processo de ensino, ponto crucial para qualquer prática pedagógica. Isto nos permitirá, em sequência, sondar os limites possíveis para a prática interdisciplinar, pondo em prática através do trabalho e projeto, que culmina tal processo e efetiva a prática pedagógica.

2. ASPECTOS SOBRE A MATEMÁTICA
2.1 Conceitos históricos

            De acordo com as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2012), a disciplina de matemática é considerada um componente curricular obrigatório, entretanto faz-se necessário a problematização com o intuito de garantir que estes conhecimentos possibilitem a integração destes no contexto no qual está inserido. Com isso deve haver uma maior integração e participação da comunidade com atividades viáveis, possibilitando ir além de ser integradoras, adequando- as a realidade do seu contexto.
As origens dos conceitos matemáticos são tão antigas quanto à própria cultura. As motivações para a construção desses conceitos foram problemas ligados, por exemplo, ao comércio, à agricultura, às construções de grande porte ou às observações e registros sobre corpos celestes. O que acarretou o desenvolvimento de ciência e tecnologia, constituindo, portanto a cultura das respectivas épocas e sociedades.
A matemática é um dos pilares da civilização. O método matemático é essencialmente dedutivo, em contraste com o método intuitivo das ciências experimentais. É ele quem permite o tratamento de noções abstratas, a renúncia a pensamentos inúteis e a economia de operações mentais. É quem dá o caráter de segurança às ciências naturais exatas, que sem ele não poderiam obter. Por isso, a matemática é indispensável em todos os setores da vida.
O desenvolvimento de calendários foi uma questão central na China antiga. Os babilônios elaboraram sistemas de cálculo de áreas e métodos para a resolução de problemas comerciais; por sua vez, os egípcios usaram conhecimentos matemáticos para a construção de suas pirâmides; Grécia antiga, Arquimedes (287 a.C. – 212 A.C.) utilizou conhecimentos para construir diversos tipos de artefatos.
Gerada a partir de necessidades sociais ligadas, entre outras, à economia, à política ou até as questões bélicas, a Matemática foi uma produção humana, e, portanto, uma manifestação cultural, sendo enquanto produção humana, tanto determinante quanto determinada pelo trabalho, pela ciência e pela tecnologia.
Assim, no século VI A.C., a escola pitagórica unia Matemática, Filosofia e misticismo, deixando registros de importantes relações entre números e figuras geométricas. O legado de Os Elementos, de Euclides de Alexandria (século III a. C.). Primeiro tratado sistemático encontrado sobre o conjunto dos conhecimentos matemáticos desenvolvidos da Grécia antiga.
A Matemática é interpretada como uma ciência com grau de dificuldade e entendimento muito grande para maioria das pessoas. Enquanto elemento da formação escolar, área de saber, a matemática pode ser tomada como um instrumento que possibilita a atuação em outras áreas. É a matemática  envolvida em nosso cotidiano, identificando conhecimentos da área dentro de outras áreas a partir das escolhas feitas. Só se assimila os conteúdos de outras disciplinas, como a física e química, se houver domínio dos saberes da matemática.

2.2 A Matemática, a tecnologia e sua importância no Ensino Médio.

A matemática como disciplina é uma manifestação cultural, incorporando toda a tecnologia disponível. Mais do que a aquisição dos conteúdos matemáticos, o pesquisador defende que o aprendizado de uma forma de raciocinar própria da disciplina ajuda a construir relações de igualdade. Conforme afirma Guy Brousseau (2009), “se todos tiverem acesso à cultura Matemática, sabendo elaborar perguntas e hipóteses como fazem os profissionais da área, será mais fácil que exijam explicações e discutam se determinada justificativa é verdadeira ou falsa”.
A Educação ainda é a reprodução de uma cultura antiga. Dessa forma, há um conflito entre as necessidades atuais e a conservação do que as pessoas consideram como suas tradições e o acesso à Matemática nas instituições ainda se dá por meio do cálculo. Diante disto, atualmente, ninguém mais utiliza matemática sem a tecnologia. A geração do conhecimento matemático não pode, portanto, ser dissociada da tecnologia disponível. Os primeiros passos para a elaboração desse conhecimento remontam aos métodos de cálculo manual que foram e sem dúvida, o matemático do presente tem como instrumento de trabalho toda a tecnologia disponível.
Resolução de problemas geométricos com utilização apenas de régua e compasso continuará a atrair interesse de alguns matemáticos, como aconteceu desde a antiguidade. Mas o grande desenvolvimento da matemática se dará como foi em outros tempos, incorporando toda a tecnologia disponível, inserida no contexto cultural.
Parte-se do princípio de que a tradição escolar não considera as representações utilizadas pelos alunos desde o início da escolaridade como indicativas de uma maneira de conhecer os objetos e as representações simbólicas sempre carregadas de forte apego sócio cultural. Parecem esquecer que cada cultura tem uma forma própria de encarar e mesmo de representar os fatos, matemáticos ou não, que se lhe apresentam e que é o papel da escola encaminhar a construção de um modelo formal com tendências à generalização e à universalidade como é o matemático.
Considerando a possibilidade de um trabalho contextualizado, comunicativo e interdisciplinar em Matemática, o intento de nosso estudo é analisar as representações de alunos e professores frente ao conhecimento matemático, de maneira que possamos identificar suas concepções e discutir as implicações das mesmas para o processo de construção do conhecimento na disciplina.
Buscamos situar o papel da Matemática no contexto de apropriação dos processos de leitura e escrita e pensar a comunicação nas aulas de Matemática de modo a conduzir a ruptura com posturas didáticas que distanciam e alienam o conhecimento matemático das crianças e das demais áreas curriculares. Por fim, é nosso objetivo, face às relações estabelecidas, discutir suas implicações para a prática docente e para a forma de organização dos programas de ensino de Matemática.
O pensamento matemático é muito mais que memorização de números e fórmulas, é uma disciplina que deve levar a reflexão e a resolução de problemas que interferem no cotidiano do educando, A matemática possui papel fundamental na formação plena do jovem emancipado, intelectualmente autônomo, crítico, favorecendo a integração do aluno na sociedade em que vive, proporcionando-lhe conhecimentos significativos, indispensáveis ao exercício da cidadania.
2.3 A interdisciplinaridade e formação integral do sujeito
A disciplina de matemática apresenta papel fundamental na sociedade e na formação integral do cidadão, estimulando o desenvolvimento das capacidades de pensamento lógico, da autonomia, interpretar, argumentar, analisar, avaliar, tirar suas próprias conclusões, fazer conjecturas, tomar decisões, e, contudo, compreender melhor a realidade em que está inserido, e quando necessário, fazer intervenções no meio em que se vive.
Para que o aluno desenvolva habilidades matemáticas os conteúdos devem ter significado ao seu dia a dia, ocorrendo relações entre conhecimento e a prática e vice e versa. A relação entre a matemática e o aluno tem que ser de forma positiva. Para tanto, faz-se necessário à utilização de metodologias e técnicas de estudo diferenciada respeitando a especificidade do aluno.
Também por meio de conteúdo contextualizado e interdisciplinar, levar em consideração a integração com as tecnologias, onde estas devem ser um estímulo à aprendizagem, interação com conhecimento de outras áreas através de novas informações, permitindo acessar o conteúdo de uma forma divergente.
Tomando como disciplina predominante a matemática, buscamos a prática interdisciplinar com Educação Física, uma disciplina aparentemente oposta ao universo dos números. Se tratando de uma atividade física como; caminhada de resistência aeróbica, houve a necessidade de argumentar-se com os alunos sobre a importância da atividade física para a boa qualidade de vida. Neste sentido buscou-se a interação com outras disciplinas, onde cada componente curricular procurou adequar ações relativas a sua área de conhecimento.
Ações essas que partem de soluções mais adequadas e facilitam o processo de ensino e aprendizagem, portanto a escola tem que ser um espaço de transformações, de experimentação, organizando currículos mais flexíveis e interdisciplinares.
O pensamento matemático é muito mais que memorização de números e fórmulas, é uma disciplina que deve levar a reflexão e a resolução de problemas que interferem no cotidiano do educando, A matemática possui papel fundamental na formação plena do jovem emancipado, intelectualmente autônomo, crítico, favorecendo a integração do aluno na sociedade em que vive, proporcionando-lhe conhecimentos significativos, indispensáveis ao exercício da cidadania  abordando o trabalho, cultura, ciência e tecnologia, visando de forma integrada a escola, a família e instituições na formação dos jovens.
O jovem é considerado o elemento central, com participação efetiva no processo educativo desde a decisão, o planejamento, a execução, na avaliação e consequentemente nos resultados.  Para tanto é importante que tenham iniciativa, liberdade e responsabilidade. A escola necessita de apresentar os meios pelos quais possam despertar nos jovens o interesse pela educação.
Desta forma, ao tratar do trabalho, não se deve esquecer que o mesmo representa uma categoria, a qual do ponto de vista marxista o ser humano a utiliza como forma de manter sua própria identidade.
No tocante à cultura, esta se faz necessário ao desenvolvimento educacional, visto que a valorização das diversas culturas leva o aluno a motivar-se e perceber a importância deste estudo.
Em relação à ciência e tecnologia, é interessante que haja uma integração entre teoria e prática, com intuito de promover um ensino significativo, o qual proporciona ao aluno absorver tais conhecimentos e aplicá-los nas tomadas de decisões do seu cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões do grupo afirmam a necessidade de mudanças efetivas e concretas no processo educativo. Deve-se ter em mente que o aluno vem de diferentes classes sociais e trás consigo muitos valores da família. Logo, projetar ou elaborar projetos pedagógicos será um fator que deve ser viabilizado pensando na realidade do aluno. Assim, é importante destacarmos a presença do professor como mediador do conhecimento. E que por meio de suas interações com outros profissionais da educação,  conduzir o aluno a aprendizagens efetivas.
Essa interação é uma forma complementar ou suplementar que possibilita a formulação de um saber crítico e reflexivo, o qual deve ser valorizado no processo de ensino aprendizagem, e com isso pode-se superar a fragmentação entre as disciplinas proporcionando um diálogo interdisciplinar, reinstalando o trabalho coletivo, em torno do estudo da realidade.
Em nossa escola esse trabalho já é uma realidade, como destacamos aqui o trabalho interdisciplinar da matemática com outras disciplinas. Tem-se olhado a questão de inclusão social e a acessibilidade na escola, todas essas são situações que a área de matemática vem trabalhando em doses homeopáticas para que no futuro possa render frutos ou a sensibilização. Portanto, é um processo longo para que realmente se tenha bons resultados.
Cada área de conhecimento ou componente curricular conseguiu se inserir nesse trabalho e identificar conhecimentos da área a partir das escolhas feitas. Portanto nos permitiu observar que o trabalho interdisciplinar tem trazido resultados significativos para a escola. Para trabalhar a interdisciplinaridade procuramos ter em mente que se faz necessário saber qual é a finalidade, pois possibilita melhor utilizar meios para alcançar os objetivos, potencializando também a ação dessas. Nosso objetivo é a plena efetivação da prática educativa, pois esta aponta para uma formação integral do sujeito.

REFERENCIAS

Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio(DCNEM)
BROUSSEAU, Guy. A cultura matemática é um instrumento para a cidadania
ed. 228, 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cultura-matematica-instrument.... Acesso em 26/09/2015; 17:35.

MEC, Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Caderno 5. Matemática, 2015.