O importante papel das Linguagens na sala de aula e no nosso dia a dia- Escola Zumbi dos Palmares

A ÁREA DAS LINGUAGENS FAZENDO SEU PAPEL

Educadora: Aline Katzer

             A ação de educar em um mundo em constante mudança é certamente uma tarefa desafiadora, uma vez que ao se pensar no ensino aprendizado na área das Linguagens, busca-se oportunizar aos estudantes a construção de sentidos para que possuam condições de tomar posição em meio a diversos pontos de vistas.
             A linguagem é constitutiva das práticas sociais, determinadas pela relação de poder, na qual os sujeitos se defrontam com a inevitável questão de seguir ou romper com as convenções estabelecidas. Nós educadores e nossos estudantes constantemente nos deparamos com essas situações de mediação com a linguagem, uma vez que um esporte, a escrita de um texto, a forma como fotografamos e expomos essas imagens são formas de produção de sentido, ou seja, linguagem.
              É importante destacar que quando as práticas de linguagem adentram ao ambiente escolar elas carregam consigo identidades de diferentes grupos sociais, que devem ser trabalhados como forma de conhecimento, saber e reflexão, exercendo importância sobre a constituição do sujeito e, sem dúvida, do estudante como um sujeito em constituição.
              Quando se fala em ambiente escolar, tem-se a presença de inúmeros sujeitos, dentre eles os estudantes jovens, que possuem modos característicos de produzirem sentido em suas práticas. O que a escola precisa é levar em consideração e respeitar essas especificidades, desenvolvendo praticas educativas que façam sentido para esses sujeitos, onde haja espaço para opiniões, debates e decisões.
                É direito de todo estudante conhecer e reconhecer práticas de linguagem, de ir além das práticas cotidianas, de refletir sobre o que significa aderir a determinada linguagem ou não, quais as possibilidades de acesso ou subversão. O simples fato de pensar em modos de ampliar os saberes que permitam aos estudantes realizar e analisar criticamente uma variada gama de práticas de diferentes esferas sociais é uma forma de garantir-lhe um direito.
                 Os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano, portanto, dizem respeito às experiências as quais os estudantes terão acesso e aos tipos de saberes que constituirão. Nesse texto, entende-se que os estudantes têm direito: à pluralidade de práticas e valores socioculturais; à consideração de seus saberes na relação com a experiência escolar; à compreensão, apropriação e uso de várias formas de linguagem;  ao acesso crítico a patrimônios  entre vários outros.
                 O Ensino Médio deve possibilitar aos adolescentes, jovens e adultos trabalhadores o acesso aos conhecimentos que permitam a compreensão das diferentes formas de explicar o mundo, seus fenômenos naturais, sua organização social e seus processos produtivos. A área de Linguagens poderia fazer com que os jovens refletissem, acerca do universo do trabalho, seja no que se refere aos fatores condicionantes que este promove (ganhos econômicos), ou pelas significações que o acompanham, como problematizações das questões relativas a identidades socioculturais, estéticas, políticas, associadas aos diferentes grupos juvenis.
               Possibilitar aos estudantes a elaboração e execução de um projeto ou de um produto cultural, nos quais possam ser considerados, em sua formulação e realização/execução, tanto critérios artísticos, estéticos, editoriais etc., como sociais, políticos, econômicos. Em processos como esses os estudantes, ao se ocuparem das diversas fases do projeto – concepção artística e estética, público alvo, gestão orçamentária, logística, captação de recursos, cronograma de execução, produção, montagem etc. – teriam oportunidade de aprender tanto sobre as questões técnicas implicadas no projeto, como as dimensões conceituais mais amplas demandadas pela prática social desenvolvida.
                      As diferentes áreas ou disciplinas movidas pelo princípio da pesquisa podem desenvolver práticas pedagógicas que rompam com o senso comum acerca dos temas que tratam, no sentido de acúmulo de discussões e criticidade, mas não no sentido de se chegar a uma verdade última das coisas, nem de se tomar o conhecimento científico como superior a outros, contribuindo para que os jovens reconheçam o papel das ciências na produção de novos conhecimentos.
                   A área das Linguagens pode e deve trabalhar com a questão da sustentabilidade, ou seja, com atividades voltadas para a realidade do aluno, com temas geradores que liguem a sua vida escolar e social. A Linguagem possui uma visão integradora que compreende: oralidades, escritas, sons, imagens e movimentos corporais como expressões de sentidos.  Os educadores devem ajudar os estudantes a construírem seus próprios quadros valorativos a partir de suas culturas. Devem cultivar os valores da diversidade, tolerância, liberdade, criatividade, emoções, intuição. A prática educativa deve ser carregada de sentidos, valores, ética, lembrando que conflitos e incertezas fazem parte da construção do conhecimento. O aluno precisa perceber que aquele conhecimento possui sentido, importância para a sua vida.