A INFLUÊNCIA DO DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA NA EMISSÃO DE GÁS CARBÔNICO

PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

COORDENAÇÃO: UEM - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
FORMADORA REGIONAL NRE DE UMUARAMA: ELIZETY MIEKO TAKACE
ORIENTADOR DE ESTUDOS: CLAUDEMIR MIILLER
PARTICIPANTES DO COL. EST. PROFª HILDA T. KAMAL - UMUARAMA - PR
ALLAN GOMES FERNANDES, DIRCE FERNANDES DA SILVA, GILSAMAR RIBEIRO DE ALMEIDA, LORIVAL FERNANDES RIBEIRO, MARIA CRISTINA PELACANI, MARIA DE LOURDES ALVES, MARLENE FRACASSE GOMES, ROSINEI APARECIDA DOS SANTOS FERRARI, ROZELY FATIMA MUNHOZ SIQUEIRA MARCONDES, SHIRLEI DA COSTA JARDIM

ETAPA II CADERNO III - REFLEXÃO E AÇÃO  - PÁG. 41 - CADERNO  CIÊNCIAS DA NATUREZA

A INFLUÊNCIA DO DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA NA EMISSÃO DE GÁS CARBÔNICO

RESUMO: O alto índice de emissão de CO2 provocado pelo desmatamento da Amazônia preocupa cientistas do mundo todo. Os estudos confirmam, com o avanço do desmatamento, o carbono que está retido nas árvores é liberado, aumentando sua concentração na atmosfera, e assim, contribuindo para o efeito estufa. São cerca de 200 milhões de toneladas por ano. Graças a este triste dado, o Brasil ocupa o 7º lugar na lista dos países que mais emitem CO2.

Palavras – chave: Amazônia; desmatamento; gás carbônico.

INTRODUÇÃO

A Amazônia cobre mais de 6 milhões de km2 em 9 países do norte da América do sul. Citada como a região de maior biodiversidade do planeta, abriga no mínimo 40 mil espécies de plantas, 427 de mamíferos, 378 de répteis, 1294 de aves, 427 de anfíbios e mais de 3 mil espécies de peixes. E ainda que haja muito a ser pesquisado e catalogado, calcula-se que a Amazônia abrigue pelo menos 10% das espécies do planeta. É importante ressaltar ainda que haja espécies restritas à região, variando de 5,7% nos répteis a 87,7% nos anfíbios (SILVA, 2006).
E recordando sua história, há pouco mais de 20 anos, a imagem que se tinha da floresta amazônica, de uma imensidão de área verde ostentada por tamanhas riqueza e beleza sem iguais, hoje dá lugar a um cenário assustador e preocupante. Inúmeros problemas, destacando-se dentre eles, o alto índice de área desmatada, vai fazendo da nossa Amazônia um problema em busca de solução (ALMEIDA-VAL, 2006).
As mudanças ambientais causadas tanto pelo desmatamento quanto pelas queimadas na Amazônia, já fizeram com que o Brasil fosse apontado como um ícone dos grandes emissores mundiais de gás carbônico. E a problemática não para por aí, pois “a ligação entre desmatamento e clima é direta” (NEIVA, 2003, p.23). O desmatamento lança na atmosfera o elemento químico carbono, um dos que mais contribuem para o acirramento do Efeito Estufa, logo, favorece o aquecimento do planeta, trazendo graves implicações ambientais.
Inúmeros estudos vêm sendo realizados por parte de pesquisadores e ambientalistas de diversos países, com o objetivo de analisar esses impactos causados pela ação humana, no sentido de alertar e conscientizar as autoridades competentes e toda a sociedade para que haja uma verdadeira compreensão do papel que a Amazônia desempenha no equilíbrio ambiental do planeta (TAUTZ, 2004).
De acordo com o físico Antônio Manzi; mestre e doutor em Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), cerca de 16% da Amazônia brasileira já foram desflorestados (SAMPAIO, 2004).
Os desmatamentos ocorrem principalmente nos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará. E as principais causas são: a extração de madeira, formação de pastagens, abertura de estradas e a expansão das fronteiras agrícolas, especialmente da soja. Tudo isso é agravado pelo uso de tecnologia de ponta para cortar as árvores, são motosseras potentes, imensos tratores e caminhões que “varrem” hectares de florestas em poucos dias, aumentando aceleradamente a velocidade de devastação.
Os desmatamentos e as queimadas da floresta amazônica geram uma numerosa lista de problemas, que vão desde a extinção de espécies de bichos e plantas, passando pela destruição de áreas indígenas, empobrecimento do solo, até o aumento da emissão de gás carbônico na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa (veja.abril).
Inúmeros são os responsáveis pela emissão do gás carbônico, porém os principais são a queima de combustíveis fosseis e a queima e retirada da biomassa vegetal através das mudanças de uso da terra (desmatamento, extração seletiva de madeira e incêndios florestais) (canal ciência).
Só o desmatamento na Amazônia é responsável pela produção de mais de 200 milhões de toneladas de carbono/ano, isto já sendo descontada a quantidade de carbono que foi absorvida naturalmente pelo funcionamento da floresta. O número é assustador tendo em vista que chega a ser maior que outros 90 milhões que ainda são produzidos pelo país, através da queima do carvão e de derivados de petróleo.
Sem o desmatamento amazônico, o Brasil ocupa 16º posto na lista dos países que mais emitem carbono. Com o desmatamento, sobe para o 7º lugar (TAUTZ, 2004).
Para o pesquisador, engenheiro e doutor em Meteorologia, Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE ), “se considerarmos que toda biosfera terrestre retira da atmosfera cerca de 3 bilhões de toneladas de gás carbônico/ano e a Amazônia sozinha contribui com cerca de 10% desse total, podemos avaliar a sua importância para o controle do Efeito Estufa” (SAMPAIO, 2005, p.38).
É válido ressaltar que os estudos em torno da emissão de gás carbônico provocado pelo desmatamento da Amazônia, geram algumas perguntas ainda sem respostas e até algumas contradições. Tendo em vista a enormidade e complexidade de sua extensão territorial.
Um interessante trabalho, a cerca do assunto, foi realizado em 1992 e 1993, por um grupo de 11 pesquisadores, entre os quais três brasileiros, Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE ), Antônio C. Miranda e Heloisa S. Miranda, da Universidade de Brasília. Esse grupo acredita que o aumento da taxa de gás carbônico atmosférico poderia estar, incrementando a taxa de fotossíntese na floresta amazônica, o que resultaria em aumento da biomassa das árvores, grosseiramente falando, elas estariam engordando. Desta forma a floresta estaria retirando gás carbônico do ar e produzindo oxigênio. O problema é que este estudo foi realizado numa área de apenas 1 km2, numa região de Floresta virgem e por um curto período de estação seca e outro chuvoso. Haveria sem dúvida a necessidade de se pesquisar vários outros pontos da Floresta e por um período mais longo, para se ter uma noção mais precisa de como ela, como um todo, reage ao aumento da taxa de CO2 no ar (editora saraiva).
Todavia, esse balanço positivo do gás carbônico absorvido pela Floresta se torna ameaçado pela emissão do gás nas queimadas, uma vez que se tem uma maior biomassa para queimar (ciência hoje).
Há também pesquisadores, que baseados em estudos feitos também em pontos isolados da floresta, afirmam que a Amazônia está provocando um desequilíbrio atmosférico, com mais emissão de gás carbônico do que oxigênio. Este problema foi constatado em pesquisa realizada na Floresta Nacional (Flona) dos Tapajós, na região oeste do Pará.
Os dados são alarmantes e mostram que o ciclo natural de respiração da floresta está invertendo. As pesquisas geofísicas desenvolvidas apontam que durante o dia, a mata que em tese deveria absorver mais gás carbônico e liberar oxigênio, está fazendo justamente o contrário, emitindo alto teor de Carbono. O fenômeno verificado evidentemente preocupa cientistas do mundo todo (amazônia.org).
Dados numéricos que comprovem o quanto de CO2 a Floresta Amazônica está produzindo ou absorvendo são complexos para se determinar.
Fato comprovado é que o desmatamento e as queimadas vão abrindo buracos em meio à imensa área verde, que a partir desse momento passa a absorver menos energia solar do que com a vegetação original. Contribuindo, assim, para uma redução de chuvas, uma  emissão significativa de gases que causam o Efeito Estufa, como o gás carbônico, além ainda de um aumento na temperatura da região.
Os gases estufa são responsáveis pelo chamado Efeito Estufa, um fenômeno natural de suma importância na manutenção da estabilidade da temperatura na superfície terrestre (consciência. br).
Várias atividades humanas alteram o equilíbrio dos gases da atmosfera, elas diminuem essa proteção natural ao liberar CO2. A queima de florestas libera o carbono armazenado nas árvores e diminui a capacidade da vegetação retirar esse elemento químico através da fotossíntese e isso acarreta um aumento da sua concentração na atmosfera.
Nos locais onde a floresta é derrubada, a temperatura aumenta de um a dois graus centígrados, afirma Nobre (TAUTZ, 2004).
É urgente a necessidade de se modificar as formas de utilização dos solos e de matérias – primas. As altas taxas estimadas de emissão de dióxido de carbono produzidas pelo desmatamento da Amazônia são alarmantes. Explicitar exatamente o quanto este desmatamento influência na alteração climática global é algo ainda controverso. E ainda que pouco tenha sido concluído a respeito, não se pode esperar mais para que atitudes rigorosas e definitivas sejam tomadas, caso contrário, chegaremos muito brevemente a um ponto de não retorno.

CONCLUSÃO

A Floresta Amazônica é sem dúvida a maior riqueza natural do Brasil. Seja por sua rica biodiversidade ou pela exuberante beleza de suas matas. É, pois, inadmissível que deixe esse patrimônio ser destruído e ainda com isto, ser apontado como um dos grandes responsáveis pela produção de gás carbônico. Não faz o menor sentido uma floresta que deveria facilmente estar filtrando o ar e nos devolvendo oxigênio, estar sendo polimitizada pela emissão de CO2.
É simples de entender, à medida que o desflorestamento avança maior quantidade de carbono que estava retido nas árvores é liberada para a atmosfera. E o acúmulo desse gás contribui para o efeito estufa.
É bem verdade que as pesquisas já realizadas geram algumas dúvidas. Devido, as dificuldades em se estudar uma área tão extensa e complexa como a Amazônia. Entretanto, servem de alerta, a problemática em torno da influência que o desmatamento da Amazônia  tem sobre a emissão de gás carbônico, existe e é preciso que todos tomem consciência disto. Não se pode esperar até que estudos detalhados e dados numéricos gritantes sejam relatados. Isto talvez levasse um longo prazo e a natureza já dá sinais de que não pode mais esperar.

BIBLIOGRAFIA

AMEIDA-VAL, Vera Mari Fonseca de. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. São Paulo: Imprensa Oficial. Ano 58, nº 3, Jul./Ago.,Set. 2006
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno III : Ciências da Natureza / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Daniela Lopes Scarpa... et al.]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2014.
48p.
NEIVA, Álvaro. Revista Ecologia e Desenvolvimento. São Paulo: ETM – Editora Terceiro Milênio. Ano 13, nº 108, 2003.
SAMPAIO, Anne Raquel. Bio Revista Brasileira de Saneamento e Meio Ambiente: ABES. Ano XIII Nº 28 Abr./Jun. 2004.
SILVA, José Maria Cardoso da. Revista Scientific American Brasil. São Paulo: Duetto. Ano 5, nº 50, Jul., 2006.
TAUTZ, Carlos. Bio Revista Brasileira de Saneamento e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: ABES. Ano XIV Nº 33 Jan./Mar. 2004.