Formação de Professores do Ensino Médio - CIÊNCIAS DA NATUREZA

Formação de Professores do Ensino Médio

CIÊNCIAS DA NATUREZA

25/04/2015

ANDREUSA PATRICIA DE OLIVEIRA
CLAUDETE CASSOL SCHONS
LIDIANE MOREIRA LUTZ
REGIANI NATALLI AZEVEDO
ROBERTO SPARENBERG
VANUZA DE FREITAS
MARIA CARRADORE

ETAPA II
Caderno III

A finalidade do Ensino Médio apresentada no inciso IV do artigo 35 da Lei nº 9.394/1996 (BRASIL, 1996), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), consiste na compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
As diretrizes Curriculares Nacionais enfatizam sobre a formação humana integral com formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento critico. Neste contexto, as Ciências da natureza vem para promover a compreensão dos fenômenos da natureza e da realidade do estudante.
Na área das Ciências da Natureza, o currículo tem sido organizado para priorizar processos de ensino e aprendizagem com base nos conteúdos. No entanto, observa-se em nossas escolas uma formação conteudista, fragmentada e sem interação com as outras disciplinas das Ciências da Natureza, valendo-se de atividades repetitivas e decoreba de conceitos. Dessa forma acabamos dificultando os processos de ensino aprendizado das Ciências da Natureza , sem ajudar os estudantes a realizarem importantes ligações com o conhecimento . Como consequência, os nossos educandos não desenvolvem a construção de uma visão mais completa e integrada do pensar cientifico e da forma de conhecer cientificamente a natureza , que é objeto comum do estudo dos componentes em questão .

Em contrapartida, é possível observar um intima relação das disciplinas das ciências da natureza e das ciências humanas, como por exemplo, um assunto pertinente, o petróleo que envolve questões políticas, sociais, econômicas e ambientais.
As ciências da natureza tem contribuído para atender a necessidade de atualização da educação brasileira, tanto para impulsionar uma democratização social e cultural mais efetiva pela ampliação da parcela da juventude brasileira que completa a educação básica, como para responder a desafios impostos por processos globais. Mas, com relação à escola de tempos passados, não  houve mudanças significativas na organização, no funcionamento,  objetivos e estratégias para a promoção da aprendizagem. Da mesma forma, o perfil do estudante de alguns anos atrás não se assemelha ao perfil do aluno que está nos bancos escolares no dia de hoje. Suas atitudes, costumes, usos da linguagem, entre outros, demarcam as mudanças a que a escola está sujeita. Mudanças estas, que deveriam pautar também o currículo e, consequentemente, a prática do professor, as políticas, enfim, a escola.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM (BRASIL, 2012) enfatizam que é necessário a escola prestar mais atenção e levar em consideração a diversidade brasileira do jovem estudante do Ensino Médio, para que o objetivo de formação humana integral seja atingido.
Os trabalhos pedagógicos que problematizam as questões sociais, incentivam a pesquisa, a discussão e o trabalho em grupo, direcionadas pelo professor para a alfabetização cientifica de modo que torne o estudo envolvente, interessante, com estímulos  e descobertas  de acordo com as propostas das DCNs. Permitindo assim, que o estudante opere sobre a realidade e sobre o conhecimento, ao mesmo tempo em que possi¬bilita o aprendizado sobre as Ciências da Natureza, superando a tradi¬cional visão de que ensinar e aprender Ciências é ensinar a aprender conceitos científicos apenas.
Nesse sentido, as DCNEM partem de uma concepção em que se muda o foco do processo educativo, colocando o estudante como sujeito central do processo, permitindo que os alunos venham a ter conhecimento cientifico apropriado para o saber real de certas situações e fatos ocorrido como as epidemias, doenças, tecnologias.
Experimentos têm funções pedagógicas de ensinar ciências, ensinar sobre as ciências e ensinar a fazer ciências. (HODSON, 1994) . Uma atividade experimental bem planejada, contribuir para desenvolver os conhecimentos técnicos sobre a investigação científica e a resolução de problemas, ou seja, permite o aprendizado dos procedimentos científicos relacionados ao cotidiano do estudante.
A mais simples demonstração experimental feita  pelo professor, ou a exibição de um vídeo ou fotos de um fenômeno, podem suscitar discussões e envolver os alunos num processo investigativo.
Trabalho, Cultura, Ciência e Tecnologia é estudado com maior enfoque no movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) que trouxe renovação curricular para o ensino.  A CTS, propõe aos educandos que fiquem atentos aos acontecimentos e as realidades ocorridas, afim de, ter uma visão cientifica para que possam ser pessoas pensantes e criticas sobre determinados assuntos, compreender as dimensões sociais e tecnológicas do problema. É preciso  ter em mente  que há uma necessidade urgente de trabalharmos de maneira integrada, atribuindo significa¬dos aos conhecimentos científicos escolares.
Para o pesquisador Aikenhead (1994) “um currículo que privilegia as relações CTS no ensino de ciências é orientado no aluno, ao invés de ser orientado no cientista.
Lembrando que o papel da escola e informar e mostrar realidades cientifica e não formar biólogos, químicos e físicos.
Assim, parafraseando Chassot (2011), a “transmissão” dos conhe-cimentos da Biologia, da Química e da Física precisa ser “encharcada na realidade”, dentro de uma “con¬cepção que destaque o seu papel social, mediante uma contextualização social, política, filosófica, histórica econômica e (também) religiosa”. (CHASSOT, 2011, p. 75)
Os documentos estudados propõem que os professores partam de uma problematização sugerida pelos próprios alunos. Fazendo em seguida uma conexão entre as disciplinas, incentivando a pesquisa, para que estes descubram a necessidade de adquirir conhecimentos específicos para dar continuidade aos estudos dirigidos pelos professores. Estes devem enriquecer os trabalhos dos alunos com materiais condizentes com o desenvolvimento da aprendizagem .
A fragmentação entre as disciplina dá uma ideia para os estudantes e professores de que as pequenas frações de conhecimento e os diferentes conceitos nelas envolvidos se encerram em si mesmos. Dentro dessa vi¬são, o estudante ideal é aquele que não conversa, que demonstra inte¬resse e faz tudo o que o professor ordena. Na perspectiva deste paradigma educacional, o professor é o detentor do saber.
Lembrando que cada uma das disciplinas pertencentes a ciências da natureza tem suas peculariedades em relação ao ensino do cotidiano do educando, muitas vezes não importando no momento, e com o passar do tempo irão avaliar o que lhe foi ensinado tem seu valor.
Uma aula de qualidade requer professor bem preparado, porém em contrapartida um suporte tecnológico tanto no sentido estrutural quando no apoio e integração da equipe da escola, tanto na questão da gestão democrática e a participação da família. A questão cultural dos alunos requer compreensão e apoio da família para uma escola que venha a transmitir CONHECIMENTO e não apenas informação. Do educando é necessário o interesse em aprender. Em compensação, regras, estudo, tarefas de casa, acompanhamento dos pais são imprescindíveis.