Final- Pacto Ensino Médio - II Etapa

CEEBJA- Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos. Palotina – Paraná Coordenadora: Profª Marilene Teresinha Borin Professores participantes:Dorotéia Pozzatti, Eliane Maria Vicensi, Elisângela Schons, Iliana Salete Delai Ribeiro, Ionara Ana Manfrin, Ivanir Maria Galli Claus, Maristela Piccin, Rodrigo Marcos Welter, Tânia Regina Gralha Tessele. Síntese final da Etapa II do Pacto Nacional do Ensino Médio Nas discussões possibilitadas através dos Cadernos da II Etapa do Pacto Nacional para o Ensino Médio, foram reforçadas algumas das visões estudadas na I Etapa. O trabalho como um todo se volta à promoção e à formação do sujeito como um todo, considerando os aspectos globais e observando os eixos cultura, trabalho, ciência e tecnologia. No caderno I, vimos que as principais características da pluralidade e diversidade dos sujeitos devem ser contempladas no PPP a partir da definição dos papeis, atribuições, direitos, deveres e proibições de cada um. Essas características serão respeitadas e efetivadas no momento em que os participantes dos órgãos colegiados sejam atores e autores do processo escolar que se dá por meio do PPP. Esse processo só se dará na medida em que todos conheçam o Regimento Interno e o Projeto Político Pedagógico. A pluralidade e a diversidade constituem um desafio na organização do trabalho pedagógico escolar. Visto que é necessário ter um olhar diferente, para os sujeitos desta organização. A emancipação do homem se dá através de sua formação científica, tecnológica, humanística, apolítica e estética, não sendo possível projetar uma matriz curricular sem levar em consideração todas essas nuances. Também é necessário entender a organização do trabalho pedagógico levando em consideração as políticas educacionais. Outra observação é quanto ao perfil dos estudantes de cada escola. Em nosso caso, somos uma instituição que atende aos jovens e adultos. Somos o CEEBJA- Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos-, e trabalhamos basicamente com alunos oriundos da classe trabalhadora: aposentados, trabalhadores da indústria, do comércio e da agricultura, donas de casa, idosos, jovens com 15 anos ou mais, jovens em medida sócioeducativa, ex-presidiários, trabalhadores de turno e temporários...dentre outros, portanto, a escola deve estar voltada e estruturada de tal forma a atender com qualidade e competência dando suporte a essas expectativas que são, pelo tipo de público-alvo, bastante diversificadas. No Caderno II, a reflexão foi pautada na interdisciplinaridade, a qual, requer uma atenção especial tanto da escola quanto dos professores. Toda a equipe pedagógica deve estar voltada às questões interdisciplinares, uma vez que é algo complexo e bastante amplo, pois, essa relação entre várias disciplinas tem de considerar o aspecto pedagógico e a atitude de interação dos diversos participantes na experiência, uma vez que, deverá haver mudanças de atitude por parte dos profissionais de educação, cuja cultura já se encontra fundamentada. A interdisciplinaridade nos leva a pensar e a modificar nossa maneira de ver e conceber os conteúdos de cada disciplina. Porém, o caderno aborda a questão dos projetos, e não concordamos que as disciplinas devam ser reduzidas a projetos dentro da escola. É natural que no decorrer do ano letivo, alguns projetos sejam desenvolvidos, mas, estes não dão conta de privilegiar todos os conteúdos a serem trabalhados. As metodologias, os enfoques, as estratégias e os procedimentos educacionais, a interação entre professores/professores e professores/alunos, os encontros de capacitação que têm procurado discutir os problemas e a realidade da escola, são possibilidades para uma formação integral dos nossos alunos. Portanto, é na proposta de condução de cada disciplina e no tratamento interdisciplinar de diversos temas que esse caráter ativo e coletivo do aprendizado acontecerá. Trabalhar interdisciplinarmente ainda é um grande desafio, pois encontramos dificuldades no desenvolvimento desse trabalho devido a nossa formação insuficiente e às características disciplinares do currículo. Portanto é urgente repensar a maneira que se constitui a formação inicial e também a continuada dos professores. No caderno III, sobre Ciências da Natureza, discutiu-se que devemos oportunizar aos alunos a compreensão das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia e a cultura, e assim refletir, questionar e opinar sobre as implicações desses avanços para a sociedade, oportunizando que o ensino de Ciências da Natureza contribua para o seu desenvolvimento crítico através de questões que envolvam o dia-a-dia. Para a formação integral é necessário colocar o estudante como sujeito protagonista no processo de aprendizagem, tendo o professor como mediador. Para tal é preciso quebrar paradigmas na maneira de ensinar, fazendo relações interdisciplinares integrando os conhecimentos de Biologia, Física e Química com as demais áreas para que o aluno possa atribuir significado aos conhecimentos aprendidos na escola. Uma possibilidade é planejar conteúdos afins que integrem os conhecimentos de cada componente curricular, abordando temas e ressignificando conceitos. Cabe salientar, a necessidade de se favorecer práticas que envolvam a participação ativa dos estudantes, tendo a pesquisa, a investigação e a experimentação como fundamento que orientam a busca por respostas através de atividades diversas, possibilitando uma aprendizagem mais efetiva e não fundamentada no acúmulo de informações e memorizações. Neste sentido, os planejamentos que envolvem as práticas oportunizarão a compreensão de que a ciência não é um conhecimento pronto e acabado, mas dinâmico e em constante transformação, mostrando o caráter provisório do conhecimento científico. No caderno IV da área das Linguagens, refletimos acerca dos tipos de linguagens e sua relação com a prática social de comunicação, pois é a partir da linguagem que nos relacionamos e interagimos com os demais falantes, criamos e recriamos, modificamos e interpretamos o mundo em torno do qual estamos inseridos. Assim, quanto maior o domínio das linguagens, maiores são as possibilidades de comunicação e de compreensão. A linguagem constitui visão de mundo e valores sobre tudo o que nos cerca. O papel da escola e dos professores é o de possibilitar ao educando compreender as diferentes formas de explicar o mundo, seus fenômenos naturais, sua organização social e seus processos produtivos. Existem, atualmente, diversas possibilidades de linguagem: musical, teatral, visual, da internet e a língua estrangeira. Estas linguagens podem ser mobilizadas como atividades de ensino e aprendizagem representando quais conhecimentos na área de linguagem estão presentes no desenvolvimento humano. Ao serem trabalhadas, as linguagens proporcionam aos alunos a possibilidade de efetivos direitos de aprendizagem. É o momento em que se promove a verdadeira interação e socialização das inúmeras formas de linguagens e estas constituindo o universo do estudante, tornam-se objeto concreto de estudo, construindo os diversos tipos de saberes. Através múltiplas metodologias educacionais os educandos sentir-se-ão motivados para uma filosofia educacional mais atraente e o ensino aprendizagem acontecerá de uma maneira mais significativa. No estudo do Caderno V analisamos a importância e o uso da Matemática no cotidiano. Para os alunos do Ensino Médio é fundamental que o estudo possa aproximar-se da realidade dos educandos, pois esta ciência está presente no dia-a-dia de todas as pessoas, desde as atividades mais simples como fazer compras na mercearia até as mais complexas tarefas desenvolvidas na bolsa de valores. O pedreiro, a dona de casa, o carteiro, o motorista de táxi,..., todos recorrem, inconscientemente, aos conceitos da matemática quando realizam seus trabalhos. As crianças quando brincam somam, dividem, multiplicam e/ou subtraem; e o jovem, estudante do Ensino Médio, quando usa seu celular, faz compras usando o cartão de créditos... Seguindo esta lógica, é de responsabilidade do professor da disciplina, planejar seu PTD – Plano de Trabalho Docente de tal forma que ao selecionar os conteúdos para trabalhar com os educandos, que sejam adequados à realidade vivenciada pelos por eles. Assim a Matemática que amedronta uma parcela significativa de alunos, deixará de sê-la e estará contribuindo nas resoluções dos problemas práticos que surgem na vida diária dos estudantes. No entanto, tanto a escola quanto o professor precisa se conectar com as mudanças que vem acontecendo em razão das TICs: tecnologias de informações e comunicação. Por isso, é importante que o professor de Matemática recorra também a essas ferramentas como parte do ensino/aprendizagem dinamizando as aulas e tornando-as mais sincronizadas com as necessidades atuais de interação e conexão entre estudantes, escola e a sociedade em que os mesmos se encontram inseridos. Por outro lado, é preciso que os profissionais de educação da área estejam focados também nos aspectos da cidadania ao trabalhar com os educandos. Sendo assim, é imprescindível que o professor (a) de Matemática relacione o ensino dos números e os conceitos desta disciplina com o que propõe e assegura a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no seguinte: Art. 2º - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, o professor de matemática deve aliar os conhecimentos da disciplina estabelecendo condições necessárias para o verdadeiro exercício da cidadania por parte de seus alunos. Que possam tornar-se conscientes e críticos, que possam defender-se e lutar por seus sonhos.