As escolas onde as crianças têm liberdade de escolha

O  alemão Thomas Möller, 22 anos, é um jovem documentarista que resolveu, junto com um amigo educador, criar um filme sobre escolas democráticas, que valorizam as escolhas dos alunos – o trailer do documentário está na segunda parte do vídeo acima. Ele viajou pela Alemanha, Israel, Holanda, Porto Rico e Brasil em busca de inspiração e criou uma campanha de financiamento do seu projeto no site Indiegogo (a campanha acaba hoje (!), dia 11 de agosto e, vale frisar, também é fácil contribuir com o projeto diretamente do Brasil, pois as diações são feitas via PayPal).

Abaixo, segue uma entrevista recente que fizemos com o Thomas.

Como começou seu interesse pelo tema da educação?
Estudei em uma escola muito conservadora. Isso quer dizer que aprendi em um formato que se centrava na figura do professor, com pouca influência sobre meus interesses. Nessa época, pensei se a educação precisava ser desta maneira. E pensei que eu precisava passar por esse processo para entrar na universidade. Na minha imaginação, a universidade era totalmente diferente para a escola: os universitários gostam de aprender, têm uma grande liberdade dentro do sistema e assistem a palestras inspiradoras e cheias de significado. Fiquei meio deprimido, pois também na universidade não é assim… Passado este tempo, descobri um insight: a escola ou a universidade não são responsáveis pela minha educação – eu sou o único que tem a responsabilidade por isso e, se eu não gostar da situação atual, preciso fazer algo a respeito. Fiz a mim mesmo uma série de interrogações, como o quê e como é que eu quero aprender. Qual é o ambiente que tem a ver com o que almejo?
Nessa fase eu conheci um professor, que estava imerso na área de “educação democrática”, e discutimos muito. Decidimos fazer um documentário sobre o tema, impulsionados pelas questões: há escolas onde as crianças gostam de ir? Onde elas têm liberdade de escolha, e com isso a responsabilidade total sobre a sua aprendizagem? E isso funciona? A curiosidade me guiou por diferentes países e foi ficando maior e maior a cada conversa, entrevista ou escola que visitei.

Qual é o maior objetivo do projeto?
O maior objetivo deste projeto é mostrar para as pessoas que existem alternativas para o sistema escolar formal – e queremos mostrar que essas iniciativas podem funcionar, e por que elas podem funcionar.

Qual é o seu sonho para este projeto?
Sonho que as pessoas se inspirem com o documentário e começem a se questionar sobre o tema da educação. Não só para pensar sobre as escolas, mas para pensar sobre a educação como um processo ao longo da vida, em que se descobre o que é significativo, em que se encontra as próprias paixões e Quais foram as descobertas mais interessantes durante as viagens?

Uma das descobertas mais relevantes foi a importância dos relacionamentos, não só para aprender, mas para uma vida com sentido. O fator chave para o sucesso de uma escola não é a estrutura – como eu pensava, no início das pesquisas -, mas as relações dentro da comunidade. As pessoas estão incentivando, capacitando e apoiando uns aos outros, em vez de julgar, criticar e culpar? Será que as pessoas se sentem parte do grupo? Elas se sentem valorizadas e são ouvidas? Novamente, isso não é apenas um princípio para a escola, mas para a comunidade ou para a própria vida.

 

 

 

Comunidades: