EM Dialogos com Jovens da EJA

EM Dialogos com Jovens da EJA

Fábio Tibúrcio Gonçalves; Iuri Silva Eziquiel; Pablo Fonseca Lamounier

 

Esse trabalho é fruto da necessidade de inserção dos futuros professores na realidade dos vários cenários e territórios e realidades da educação brasileira. Durante a atividade de Extensão “Diálogos com o Ensino Médio do interior goiano”(Registro no SIEC/UFG nº 56830) ocorrido no 1º semestre de 2015, promovido pelo Núcleo de Extensão e Pesquisa em Educação e Desenvolvimento do Campo – NEPCampo da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão.  Os licenciados em Letras, Fábio Tibúrcio Gonçalves; Iuri Silva Eziquiel; Pablo Fonseca Lamounier, ficaram responsáveis pelo “Grupo de Consenso: Políticas Públicas brasileiras voltadas à EJA” e como parte do trabalho realizaram um estudo sobre quem são os estudantes que procuram o EJA para formação escolar. A pesquisa foi realizada com dois estudantes do CEJA em Catalão, como também com a professora Sandra que ministra aulas de Língua Portuguesa. Fizeram Entrevistas, Vejamos:

Daiana o que tem a nos dizer sobre o ensino do EJA ?

Resposta: “Eu acho que na escola aprende mais, entendeu?... a gente só estuda no 'CEJA' por causa que é...trabalha, trabalha muito”.

  Diante da resposta fornecida pela aluna, observamos que os alunos chegam a nem considerar o EJA como escola, pois na fala da entrevistada, ela difere o EJA da “ESCOLA” regular.
  Na entrevista feita com a Daiana, ela informa que parou de estudar porque teria que trabalhar e também por que se casou e o marido não a deixava estudar, agora que está solteira retornou aos estudos e pretende cursar Direito.

Rafael, em relação a metodologia adotada pelos professores o que você tem a nos falar ?

“A diferença (dos professores) é que o professor (do ensino regular) coisa mais e aqui já não é muito bom”.

  Partindo desta fala, notamos que os alunos têm a impressão de que os professores do EJA não são tão bons  quanto àqueles do ensino regular. O aluno entrevistado nos disse que os professores do ensino regular “pega mais no pé” ou seja, na escola regular possui regras que precisam ser seguidas, o que não acontece no EJA devido a diversidade dos estudantes que variam entre jovens e adultos.

Rafael tem 16 anos e disse que parou de estudar no ensino regular porque precisava “trabaiá”, e como o EJA é noturno e com menos regras decidiu concluir os estudos na educação acelerada. Ainda, falou que não pretender cursar nenhuma faculdade ou curso técnico.

Além da entrevista feita com os alunos, também entrevistamos uma professora que ministra aulas de Língua Portuguesa no ‘CEJA’ em Catalão. CEJA é um colégio que oferece aula somente para jovens e adultos.

Professora Sandra, qual a faixa etária dos estudantes que procuram o EJA ?

“A realidade é que nós temos alunos de várias faixas etárias, com realidades de vida  diferentes, alterados por situações como trabalho, gravidez precoce, dificuldades com o ensino regular, e assim vai. Mas muitos até nos surpreendem, na produção textual, ou no domínio da fala enfim, são rejeitados mas com capacidades iguais para melhor do que alunos do ensino regular. Até mesmo tenho dois ótimos alunos na minha área que é ensino de língua portuguesa.

Em relação ao Método utilizado em sala, como é ?

Sobre os métodos de ensino, são um pouco superficiais, o plano de aula imposto pelo governo é de que, se preze pelo o que é ‘importante’, o que na verdade não existe, pois tudo é importante quando se trata da educação”.

O que você pensa sobre a Educação ?

“Educação é apaixonante, mas ao mesmo tempo desafiante. Educar é um desafio muito grande, mas ao mesmo tempo é gratificante”. 

A professora Sandra, aqui entrevistada é pedagoga e trabalha com a educação há 23 anos, ministra aulas no EJA e em outras escolas de ensino regular.

Considerações Finais: EJA, esse amargo doce!

“Há ganhos para quem está vivenciando a experiência de voltar para a escola depois de adulto, mas há também decepções, por esta escola não corresponder a tudo o que se espera dela. Por outro lado, há, na trajetória histórica da EJA, um desvio nos seus objetivos maiores, quando esta passa a ser uma simples repassadora de certificados de conclusão de níveis de ensino” (HADDAD, 2002, p. 51).

Bibliografia:

Educação de jovens e adultos no Brasil (1986 – 1998) disponível em:
http://www.uems.br/propp/conteudopos/ceja/Educ_Jovens_Adultos_Est_Conhec... , acessado em 16/06/2015.
 
EJA – Educação de jovens e adultos, disponível em: http://www.eja.net.br/index.xhtml, acessado em 16/06/2015. http://www.uems.br/propp/conteudopos/ceja/Educ_Jovens_Adultos_Est_Conhecimento.pdf , acessado em 16/06/2015.

 

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