DO COLÉGIO ESTADUAL JARDIM CONSOLATA,- cascavel PR por Luiz Carlos Frederick

 REFLEXÃO E AÇÃO 1 - A PARTIR DO FILME O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

     Conforme a contribuição da Teoria Construtivista de Vigotsky, a linguagem para ser efetivada necessita da interação do sujeito com o seu meio social, daí a importância da convivência, das práticas sociais, do diálogo, do confronto de ideias e vivências para consolidar a presença do sujeito que se dispõe a  construir linguagem, códigos e comunicação. Nesse processo comunicativo, o professor coloca-se numa atitude de mediação para que o estudante problematize o conhecimento e aprenda a partir das vivências, da reflexão e da problematização.

     Como sabemos, a linguagem se constitui historicamente desde os primórdios com os primeiros seres humanos que se comunicavam utilizando as pinturas rupestres, os hierogrifos, códigos até a construção do alfabeto. Assim, o ser humano através da linguagem vai se construindo e fazendo cultura, elaborando conceitos, conhecimentos atrelados aos contextos históricos em que vive e participa.

     O filme, O Enigma de Kaspar Hauser nos ajuda a compreender que aquele personagem retratado foi construindo relações, cultura e elaborando conceitos, linguagem e dando significado. O convívio social, as observações do mundo ao seu redor ajudou-o a compreender a sociedade e apropriar-se da linguagem, da música e de outros aspectos da vida.

      De acordo com uma análise de uma resenha sobre o filme, " como passou quase toda a sua vida aprisionado numa cela, não tendo contato verbal com nenhuma outra pessoa, não conseguia se expressar em um idioma. Porém, logo lhe foram ensinadas as primeiras palavras e, com o seu posterior contato com a sociedade, ele pôde pausadamente aprender a falar, da mesma maneira que uma criança. Afinal ele havia sido destituído somente de uma língua, que é produto social da faculdade de linguagem, não da própria faculdade em si. A exclusão social de que foi vítima não o privou apenas da fala, mas de uma série de conceitos e raciocínios, o que fazia, por exemplo, que Hauser não conseguisse diferenciar sonhos de realidade durante o período em que assou aprisionado".