Boa noite a todos e todas... Sou professor da Educação Básica na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos - CEEBJA CIC em Curitiba - Pr., atuo neste estabelecimento desde 2006. Conforme atividade proposta no caderno 1, Ação e Reflexão (pg. 26) no que diz respeito à identificação de desafios para o Ensino Médio na realidade brasileira creio que tivemos muitos avanços nas políticas sociais como um todo no Brasil e especificamente nas políticas educacionais desde o governo de Lula com a implementação do Programa Brasil Alfabetizado e outros programas na área da EJA, mas com certeza ainda temos muito o que fazer para consolidar a educação como prioridade e no caso da alfabetização tornar o Brasil um território livre do analfabetismo.
Me reportando a realidade onde atuo, ensino médio da EJA com alunos e alunas com mais de 18 anos, o que não é muito diferente para as outras etapas de ensino da EJA com alunos a partir de 15 anos, na minha escola a grande maioria dos educandos são alunos trabalhadores e trabalhadoras nos diversos turnos possíveis chegando a escola na maioria das vezes cansado e não raro com fome. Tais educandos que tiveram o acesso a educação negado no passado buscam uma nova oportunidade de reinserção no mercado de trabalho, mobilidade social, mudança e ascenção de postos de trabalho, satisfação pessoal e na maioria das vezes tem intenção se seguir os estudos em cursos técnicos e superiores.
Como desafios, avanços e propostas podemos citar:
* falta de políticas públicas integradas na superação da defasagem escolar no ensino regular e na educação de jovens e adultos bem como em todas as áreas: saúde, alimentação, transporte, habitação etc...;
* formação continuada para professores que atuam na educação de jovens e adultos bem como disciplinas específicas em cursos superiores de licenciatura e pedagogia ou mesmo criação de cursos nesta área;
* currículo que satisfaça as necessidades do educando adulto;
* o sistema de federalismo brasileiro também é uma moeda de dois lados, ora ajuda, ora atrapalha bem como o refime de colaboração entre os entes federados que deveriam ter um maior diálogo entre si, pois a autonomia dos entes federados cria múltiplas possibilidades de ensino que muitas vezes não atende a todos e todas;
* pensar o país como um todo na sua diversidade cultural bem como pensar a questão territorial e geográfica que atenda a todas as demandas populacionais;
* diminuir ou acabar com as desigualdades de base material proporcionando maior igualdade entre todos sem distinção de classes.
Essas são apenas algumas, entre inúmeras outras, dificuldades encontradas no país e especificamente na educação brasileira. Como possibilidade poderiamos sugerir maior enfrentamento na ponto de partida, ou seja, políticas públicas e maiores investimentos do PIB nas séries iniciais e que a EJA fosse uma política pública como início, meio e fim o que não percebemo, assim caminharemos para uma sociedade mais justa, democrática e solidária e que venha a garantir ao educando o acesso, a permanência e a qualidade de ensino na escola que o mesmo escolheu para cursar os seus estudos.
