COLEGIO ESTADUAL JUSCELINO K. DE OLIVEIRA -ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E EJA - FOZ DO IGUAÇU -PR.

INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta a importância dos professores de Ciências da Natureza: Biologia, Física e Química da Rede Pública do Estado do Paraná ao trabalhar atividades experimentais, conjuntamente com as aulas teóricas.
Contribuir para que entenda-se a importância das aulas teóricas, e da complementação com experimentos para que haja entendimento do conteúdo aplicado, bem como a interdisciplinaridade para aproveitar o momento de aprendizagem.

IMPORTÂNCIA DA LEITURA E EXPOSIÇÃO TEÓRICA

Enfrentamos uma realidade onde nos aponta o aluno como receptor de conteúdos pouco interessantes a ele, devido a influencia exagerada da informatização. O aluno não se interessa em ler por ler, somente quando instigado a pensar, investiga e pesquisa.
As Ciências da Natureza: Biologia, Física e Química, são consideradas disciplinas difíceis de assimilar se o docente não aplicar experimentos, para que faça com que o aluno aprenda e assimile a outras disciplinas do currículo escolar.
Por meio da leitura resgatamos nossas lembranças mais especiais, que fazem parte da nossa cultura. Essa cultura que nos foi dada tem como finalidade a formação de cidadãos críticos e conscientes de seus atos, porém essa cultura se dilui e se perde diariamente, e é este saber, esta cultura que precisa ser recuperada.
A leitura não se constitui em um ato solitário, nem em atividades individuais, o leitor é sempre parte de um grupo social, certamente carregará para esse grupo elementos de sua leitura, do mesmo modo que a leitura trará vivências oriundas do social, de sua experiência prévia e individual do mundo e da vida.
Ao ler um texto ou um livro, interagimos não propriamente com o texto, mas com os leitores virtuais, que são constituídos no próprio ato da escrita. O autor os cria em seus textos e o leitor real, lê o texto e dele se apropria. O texto passa assim a exercer uma mediação entre sujeitos, tendo a influência de estabelecer relações entre os leitores reais ou virtuais.
O conceito de leitura na maior parte das vezes está relacionado com a decifração dos códigos linguísticos e sua aprendizagem. No entanto, não podemos deixar de levar em consideração o processo de formação social deste indivíduo, suas capacidades, sua cultura política e social.
Martins define de uma forma bem simples e objetiva o que é ler, mostrando que este ato não é simplesmente um aprendizado qualquer, e sim uma conquista de autonomia, que permite a ampliação dos nossos horizontes. O leitor passa a entender melhor o seu universo, rompendo assim as barreiras, deixando a passividade de lado, encarando melhor a face da realidade.
Saber ler e escrever, já entre os gregos e romanos, significava possuir as bases de uma educação adequada para a vida, educação essa que visava não só ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e espirituais, como das aptidões físicas, possibilitando ao cidadão integrar-se efetivamente a sociedade, no caso à classe dos senhores, dos homens livres (MARTINS, 1994, p. 23.).

Sartre e Burroughts nos indicam que o conhecimento da língua não é suficiente para se efetivar a leitura, é necessário algo mais. Precisamos adquiri-la, a partir de situações comuns que se interpõem em nosso dia-a-dia, ou seja, devemos nos abrir para compreender não só o mundo da leitura, mas também a sociedade em que vivemos, pois sem o encontro destes dois ingredientes nosso processo de leitura nunca estará completo, pois o verdadeiro leitor nunca é passivo diante do texto; ao contrário, ele é o responsável direto dos sentidos que imprime a esse texto. (Periódico de Divulgação Científica da FALS Ano IV - Nº VIII- JUN / 2010 - ISSN 1982-646X, Acesso em 21 de setembro de 2015, às 21:30).

EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS

Arruda e Laburu (1998) compartilham dessa idéia quando afirmam da necessidade de ajustar a teoria com a realidade, sendo a ciência uma troca entre experimento e teoria, onde não há uma verdade final a ser alcançada, mas somente a teoria servindo para organizar os fatos e os experimentos, adaptando a teoria à realidade.
Bizzo, argumenta:
(...) o experimento, por si só não garante a aprendizagem, pois não é suficiente para modificar a forma de pensar dos alunos, o que exige acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados e propor se necessário, uma nova situação de desafio (BIZZO, 2002, p.75).

A importância da realização de atividades experimentais está ressaltada nas Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental do Estado do Paraná, (2008 p. 23) que cita:
As atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são estratégias de ensino fundamentais, pois, podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de idéias entre estudantes, mas também pela natureza investigativa.

Nas palavras de Krasilchik
O trabalho em laboratório é motivador da aprendizagem, levando ao desenvolvimento de habilidades técnicas e principalmente auxiliando a fixação, o conhecimento sobre os fenômenos e fatos (KRASILCHIK 2000, p.5).

INTERDISCIPLINARIDADE

A citação abaixo permite uma melhor compreensão sobre o que é interdisciplinaridade:

A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados.( BRASIL, 1999, p. 89).

Para Paviani
A origem da interdisciplinaridade está nas transformações dos modos de produzir a ciência e de perceber a realidade e, igualmente, no desenvolvimento dos aspectos político administrativos do ensino e da pesquisa nas organizações e instituições científicas. Mas, sem dúvida, entre as causas principais estão a rigidez, a artificialidade e a falsa autonomia das disciplinas, as quais não permitem acompanhar as mudanças no processo pedagógico e a produção de conhecimentos novos (PAVIANI, p.14, 2008).

Na escola, todos ganham com a interdisciplinaridade, o professor em melhorar seu interagir com os colegas e aprimorar seus conhecimentos, notando que sua disciplina não é única, mas faz parte de um todo educativo; os alunos por estarem voltados a entender o mundo que os cerca, de forma mais integrada e prática e a escola por ter sua proposta pedagógica em ação, integralizando a comunidade escolar num todo.
No trabalho interdisciplinar, garante-se a associação temática entre disciplinas e docentes, interagindo entre suas práticas, visando uma melhor compreensão dos conteúdos. O educador deve primar pela utilização das práticas metodológicas e estratégias que possam dinamizar seu trabalho pedagógico e que o educando compreenda que a soma do todo é que transforma a humanidade.

EXEMPLO DE UM EXPERIMENTO CIENTÍFICO (FONTE: http://www.manualdomundo.com.br/2015/03/como-enxergar-a-voz/) - INTERDISCIPLINARIDADE

Material Utilizado:
– 1 caneta a laser
– latinha vazia de leite condensado ou molho de tomate
– 1 CD velho
– bexigas
– fita adesiva
– cano de PVC
Tire o fundo da latinha e corte a bexiga ao meio. Use um pouco de fita adesiva e prenda o fundo da bexiga em um dos lados da lata.
Corte um quadradinho de CD e cole em cima dessa bexiga, com o lado espelhado voltado pra cima.
Faça um corte no cano de PVC, encaixe o laser e prenda tudo isso na latinha, de modo que o laser fique inclinado a 45 graus.
Depois disso, é só falar dentro da lata e mirar o laser numa parede pra saber qual figura a sua voz vai formar!

TEMA GERAL:
O USO EXCESSIVO DO FONE DE OUVIDO:

Este experimento pode ser utilizado nas disciplinas de:
Física: Pressão do ar;
Arte: Som e suas propriedades;
Música;
Sons eletrônicos e reflexo ilustrativo;
Biologia: Sistema Auditivo
Cordas vocais os cuidados com a voz;
Geografia: Magnetismo;
Minérios diversos ( material utilizado);
Gráficos;
Sociologia: Socialização dos resultados;
História e Filosofia: A origem;
Matemática: Medidas;
Inglês: Tradução;
Português: Utilização dos verbos no Imperativo;
Anotação da experiência;
Ensino Religioso: sons nas diversidades religiosas.

CONCLUSÃO

É muito importante a interdisciplinaridade escolar, bem como a integração entre disciplinas das mesmas ciências, como no caso das Ciências da Natureza. Ao sistematizar a parte teórica o professor consegue que o aluno atinja somente o grau de leitura e conhecimento referente ao assunto trabalhado, mas ao trabalhar com experimentos ele torna algo mais palpável, entende o processo de transformação interessa-se por mais resultados e desenvolve pesquisa, aumentando assim seu conhecimento.
Aponta-se também a falta de tempo para a realização das atividades experimentais, indisciplina dos alunos, precariedade de materiais, falta de espaço e também de recursos humanos apropriados. Na maioria dos casos o professor e aluno barram-se na hora de praticar seus experimentos e analisar resultados.  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, S.M.; LABURU, C.E. Considerações sobre a função de experimento no ensino de Ciências. In: NARDI, Roberto (Org.). Considerações atuais no ensino de Ciências. São Paulo: Editora Escrituras, 1998. p. 73-87.
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil. São Paulo: Ática, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação - MEC, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 2002.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura?/ Maria Helena Martins, 19. Ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994.
PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2. ed. Caxias do Sul, RS: Educs, 2008.
Periódico de Divulgação Científica da FALS Ano IV - Nº VIII- JUN / 2010 - ISSN 1982-646X