COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E NORMAL VERÊ - PARANÁ ETAPA 2 - CADERNO 4 – LINGUAGENS

ORIENTADORA: MARCIA CORRÊA ZANETTE

CURSISTAS:
ALEXANDRO CARLOS LOHN
CLEUSA CECCON DA SILVA
CLÉZIA CECCON GARBOSSA
ELISABETE COPELLI
ELSIO CÁSSIO GUARESE
GUSTAVO DENGO
LORENA REGINA SCHMITZ
MARA CRISTINA CALGAROTTO
MARGARETE RAITZ
RONALDO JAGUCZESKI
ROSANE MARIA BEAL SILVA
SELVINA JANUÁRIA SEZINANDI
SOLANGE LEZITA DE LIMA
TÂNIA MARGARETE DE LIMA
TANIA REGINA MORESCHI FABIANE
TERESINHA CARINI GORGES
VALTER CRESTANI
ZULMIRA APARECIDA RAITZ GUZELLA
LINGUAGENS

Ao observar e tentar analisar o filme Enigma de Kaspar Hauser, de Vospar Hanser, podemos perceber que as relações entre linguagem e construção da realidade são praticamente inexistentes devido à ausência de convivo social. Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo com o tempo adquirido a linguagem. Assim, analisando o caso, somos levados a pensar que não apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito.
O filme tem um enredo dramático, que se justifica pelo levantamento das consideração a ideia de que o filme é uma construção sobre a realidade que articula palavra, som ,imagem, movimento, se tornando, portanto, uma maneira de compreender comportamentos, visões de mundo, valores, identidades, ideologias de uma sociedade, etc. Este filme reflete e ilustra um movimento, a princípio, pitoresco: a possível existência de um homem sem sociabilidade, sem nenhum contato social, para que a partir dessa problemática, chegássemos ao debate de questões sociológicas. Esse Filme tem como finalidade mostrar o comportamento psicológico e social do indivíduo, que por sua vez ficou preso toda sua vida numa masmorra de isolamento social, trazendo-lhe consequências graves de integração social. O impacto do isolamento por anos termina por afetar fortemente a formação desse individuo, que jamais poderia ser um ser normal dentro dos limites empregados pela sociedade, que nem o compreendia como ser humano.
Anteriormente às práticas de interação dos nossos alunos, é fundamental entender o significado do termo interatividade, que compreende a participação ativa do receptor diante de um processo comunicativo. Nesse sentido, entendemos que os nossos sujeitos estudantes do ensino médio se expressam e/ou interagem com e por meio de variadas tecnologias, umas permitindo uma interação mais recíproca, outras nem tanto. O telefone, por exemplo, bastante acessível aos nossos jovens, é uma mídia interativa, pois permite o diálogo, a comunicação recíproca entre os falantes.

Podemos citar também o videogame como meio de influência mútua, à medida que há uma reação do mesmo aos comandos do jogador, o mesmo pode, ainda, gerar uma diversidade de “partidas” e permite ao jogador até mesmo reformular as informações e tomar outros rumos. A interação pode tornar-se mais efetiva quando há dois jogadores que irão traçar objetivos diferentes para superar os desafios.
A internet se firma como principal meio de interação e expressão dos nossos jovens, à medida que proporciona possibilidades nunca antes imaginadas no contexto da comunicação, permitindo a todos ter acesso a qualquer informação e interagir com qualquer pessoa em tempo real. Contudo, essa ferramenta é mais utilizada pelos jovens como forma de entretenimento do que para os estudos. É inegável o potencial do uso dos conteúdos multimídias no ensino, mas estamos diante de um conflito de gerações; uma de professores acostumados com DVD, videocassete, etc. e outra de jovens acostumados com celular e internet banda larga. Assim, nós professores devemos nos atualizar e conhecer a fundo esses novos recursos. Feito isso, acredito que o primeiro passo seria aperfeiçoar as pesquisas na internet com orientações como: encontrar um site conhecido e confiável, comparar as informações do mesmo com outros dados de outras fontes seguras; aprender técnicas de pesquisa que vão direto ao ponto; utilizar portais que permitam a interação como os blogs, fóruns, etc.
O uso de imagens, animações, vídeos são recursos que, comprovadamente, fazem com que os alunos aprendam melhor um conteúdo, bem diferente de quando somente ouvem falar sobre o mesmo, além de despertar a curiosidade dos estudantes que passam a procurar na rede mais informações por conta própria. Portanto, o papel do professor é conhecer bem esta ferramenta para poder monitorar e orientar o uso saudável da rede e, consequentemente, se chegar a tão sonhada educação crítica.
Na área das linguagens também é possível fazer um reordenamento de alguns conteúdos disciplinares para propiciar a interdisciplinaridade. As disciplinas de Língua Portuguesa, Inglesa, Ed. Física e Arte teriam que mudar a organização dos conteúdos por série (poesia, música, dança, teatro) trabalhando-os paralelamente. Também é possível relacionar os gêneros discursivos trabalhados no Português e Inglês.
Relacionar esses conteúdos facilitaria na compreensão e aprofundamento dos mesmos. E assim despertaria um maior interesse por parte dos alunos.
A proposta interdisciplinar abordada nesta unidade de estudo, apresenta conteúdos curriculares e conhecimentos valiosíssimos na disciplina de Língua Portuguesa, apresenta uma dimensão de trabalho integrada ao processo educativo, podendo ser compreendida como mecanismos de construção de conhecimentos, diz respeito aos diversos componentes curriculares da área de Linguagens, esse trabalho envolve desde as práticas pedagógicas até resultados alcançados ou seja, a dimensão do trabalho abarcaria tanto os processos de ensino e aprendizagem, quanto o uso crítica das diversas expressões de linguagem na sala de aula e em outros contextos fora da escola.
O trabalho em Linguagens, especialmente em Língua Portuguesa numa perspectiva interdisciplinar, apresenta uma formação ampla pautada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, o Ensino Médio e possibilita o acesso a conhecimentos científicos e tecnológicos, também tem o compromisso de promover a reflexão crítica sobre os padrões culturais que constituem normas de conduta dos grupos sociais.
Algumas abordagens podem explicar a apropriação e/ou aprofundamentos de diferentes práticas culturais; os conhecimentos necessários para melhor compreender as tendências culturais contemporâneas que se manifestam nas diferentes formas de linguagens; e as possibilidades oferecidas pelo universo das diferentes práticas culturais como campo do trabalho, através da inclusão das práticas corporais, as manifestações artísticas, os gêneros literários, as diversas línguas são materializações de sistemas culturais, e como tal expressam diferentes possibilidades de perceber e exprimir a realidade, quando os estudantes têm a possibilidade de conhecer e se apropriar das mesmas, alargam suas perspectivas de mundo e suas possibilidades de refletir sobre si próprio e de intervir no contexto social.
Outro fator importante é destacar entre muitas possibilidades, é oportunizar aos alunos situações de ter contato com múltiplas referências culturais permitidas pelas tecnologias de comunicação e informação, aproveitar os mecanismos utilizados pela publicidade não apenas para destacar as características de um produto à venda, mas também para associar o mesmo a ideais socialmente valorizados, como sucesso, conquista, juventude, simpatia, sensualidade, beleza, a qual é muito significativa para a maioria dos estudantes.
Trata-se de oferecer condições ao estudante de avaliar e criticar a publicidade de alguns produtos que oferecem “milagres” e não cair na tentação do consumismo. Tais atividades podem ser realizadas dentro da realidade de cada turma, uma forma prática é a produção de uma página coletiva na internet, a criação de um blog de beleza, saúde, tecnologia, cultura, boa forma e outros, com a participação integral dos alunos nas publicações e acompanhamento. Com essa atividade, a área das Linguagens pode, desse modo, contribuir para que os jovens reconheçam o papel das ciências na produção de novos conhecimentos, imprimindo assim um significado ao rigor científico necessário para tal fim. Por outro lado, a área também pode contribuir para que os jovens despertem para a pesquisa na área que mais lhe interessa, daí percebe-se as transformações e verificam como as novas tecnologias de comunicação e informação facilita o modo como as pessoas se relacionam, constroem a sociedade e realidade.
É de grande relevância promovermos reflexões em torno do fazer pedagógico e sua relação com o currículo, sob diversas perspectivas. Nessa unidade retomamos as reflexões teóricas sobre a atividade educativa na atualidade, influenciada pelos impactos das tecnologias digitais, bem como as considerações de Libâneo aqui abordadas sobre a pedagogia como forma de humanização das pessoas.
No advento da educação o ser humano era percebido como um ser integral e integrante do cosmo. No entanto a educação não era para todos. Com o desenrolar da história a cultura ocidental foi se perdendo no seu sentido existencial e afastando-se da visão holística de sí e do cosmos. No alvorecer da modernidade o ocidente imergiu numa atmosfera de fragmentação e de desintegração dos conceitos, conhecimentos e das ciências. Esta realidade, teorizada inicialmente por Francis Bacon e Rene Descartes, resultou numa fragmentação da educação.
Na atualidade estamos nos deparando com grandes crises: moral, econômica, cultural, educacional, existencial... frente a isso surge a necessidade de retomarmos a visão holística para reintegrar as áreas do conhecimento e refazer a integralidade do ser humano que se encontra cada vez mais especializado e menos integrado. No bojo desta situação encontram-se os educadores e educandos.
Para desenvolvermos uma metodologia que valorize o trabalho, cultura, ciência e tecnologia, faz-se necessário ter uma visão mais abrangente para que possamos colocar em prática nosso papel de agente político do saber em prol do desenvolvimento humano. A prática, a pedagogia e a abordagem filosófica, devem andar em consonância para que nossos ideais se tornem uma realidade. Diante de novos horizontes que vão se abrindo no mundo da tecnologia, é crucial fazermos uma reflexão sobre o que fazemos aliada à problematização acerca do modo como fazemos e do por que fazemos e da forma como fazemos.
Partindo desse pressuposto é que vamos percebendo que o perfil do professor dessa nova era, é de pesquisador, inovador e conhecedor das novas Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, assim também como criador das novas metodologias.
“O novo ensino médio, nos termos da Lei, de sua regulamentação e encaminhamento, deixa, portanto, de ser apenas preparatório para o ensino superior ou estritamente profissionalizante, para assumir a responsabilidade de completar a educação básica. Em qualquer de suas modalidades, isso significa preparar para a vida, qualificar para a cidadania e capacitar para o aprendizado permanente, seja no eventual prosseguimento dos estudos, seja no mundo do trabalho. ” (Portal Mec).
Ao elaborarmos uma atividade, devemos pensar em várias possibilidades de esse assunto ser assimilados pelos alunos, como por exemplo, “a prática de um esporte, a escrita de um e- mail, a ação de fotografar e expor essa fotografia são formas de produção de sentidos que se dão como linguagens. O conhecimento sobre a organização e o uso crítico das diferentes linguagens. Diz respeito às diversas possibilidades de uso das linguagens em práticas sociais, que quando chegam ao estudante de forma significativa, possibilitam uma ampliação de saberes relativos à produção de identidades, das relações sociais e da própria realidade. “(Pacto do Ensino Médio-Etapa II Caderno 4).
“O nosso saber é o sentido que damos à realidade observada e sentida num dado momento. Existe no tempo, como uma paragem, uma etapa. Está em constante transformação, em perpétuo movimento, tal como uma sinfonia inacabada”. Barth , (apud FIORENTINI; SOUSA Jr.; MELO).