AOS ESTUDANTES...
Passamos muito tempo próximos e ao mesmo tempo distantes... e somente a distância parece de fato nos aproximar... as férias. Ela que tanto esperamos e que, muitas vezes, torna-se a única razão de trabalharmos, nos mostra que mesmo com muitas diferenças a um elemento inquietante que nos une, uma saudade inexplicável e uma esperança necessária. Porque a cada início de ano letivo viemos grávidas de esperança e cheias de expectativas, em você e em nós mesmas.
Mas logo que a rotina se estabelece, percebemos mais claramente que sentíamos falta mais do ambiente e das pessoas do que das aulas em si. E o processo de ensino-aprendizagem se afasta da dinâmica com o educador, foge da sala de aula e por vezes nem chega até lá. Neste momento, saiba que não é apenas você se questionando: “o que estou fazendo aqui?”, “para que serve isso?”...
Questionamentos estes que me invadem sim, mas que apenas me atravessam, pois a cada manhã ou tarde que entro em um das salas de aula, tenho novamente a esperança que trouxe no primeiro dia deste ano letivo. Talvez esta teimosia em acreditar, em tentar inúmeras vezes, mesmo sem respostas positivas concretas, seja o que tenha de melhor em mim para te dar.
Sei que muitos temas e conteúdos, mesmo que os aproxime de você, não ficarão em sua memória e em seu aprendizado, mas a insistência na necessidade de aprender você percebe e pode ver em mim.
E é para te falar de coisas que acontecem sem que você veja que lhe escrevo esta carta. Pensar em você é um ato permanente, mas pensamos pouco com você e assim, continuamos afastados... Mas algo novo surge e vem alimentando minhas esperanças, a possibilidade de pensar junto com outros educadores nossas angústias, incertezas, nosso conhecimento, nossas ideias na busca de alternativas e possibilidades de construirmos uma ponte que nos ligue a você. Uma busca que somada à insistência traduzem o quanto você é importante para mim.
