Caderno V - REFLEXÃO E AÇÃO (pág. 14)

COLÉGIO ESTADUAL PROFª RENEÉ CARVALHO DE AMORIM – E.F.M
ATIVIDADE DE REFLEXÃO E AÇÃO – CADERNO V -  ETAPA 2
PROFESSORES CURSISTAS:
ADRIANI FELIZARDO
AMAURI BATISTA REIS
ELIANE FELDHAUS
LEONARDO BIASI PLACEDINO
MARI JANE MARIANO
SILVANA MARA LOURENÇO DA ROSA
ORIENTADORA DE ESTUDOS: RODIRCEIA ADRIANO DOS SANTOS

 

No texto dessa Unidade fizemos a afirmação de que há um predomínio, nem sempre desejável, do pensamento lógico-dedutivo nas atividades propostas em Matemática. Você, Professor de Matemática, concorda com isso? Ou o dominante é mesmo a mera prescrição de regras e procedimentos sem comprovação? Vamos pensar sobre o assunto? Nos exemplos que usamos no texto, há a indicação de atividades que podem ser pensadas por várias áreas ou componentes curriculares. Propomos que, em grupo, seja analisado um conjunto de atividades realizadas com os estudantes no período de uma semana. O ideal é que sejam analisadas as atividades de todos os componentes curriculares de uma determinada turma de estudantes na tentativa de observar e identificar os tipos de pensamento matemático que possam estar presentes nessas atividades.

Para a construção desse trabalho teremos que utilizar atividades em todos os componentes curriculares, baseando-nos nos estudos iniciais do caderno V percebemos que os tipos de pensamentos matemáticos estão frequentes em quase todas as atividades, sendo o mais frequente e essencial em todas as atividades dos componentes curriculares o pensamento indutivo, pois a partir de um conhecimento geral de um determinado assunto podemos construir várias hipóteses com respostas para cada uma delas e isto faz com que os alunos do ensino médio assimilem conhecimentos socializados e associados ao meio em que vive com isso, este pensamento vem confirmar o que o caderno de matemática diz, que de todos os métodos o mais utilizado é o indutivo, não só na matemática, mas nos demais componentes curriculares também. Logo, observa-se que os pensamentos matemáticos envolvidos são essenciais para que se construam pensamentos críticos dos alunos e que saibam identificar cada um desses pensamentos.
Há dois aspectos igualmente importantes apontados como objetivos da Educação Matemática: ser parte da educação geral, preparando o indivíduo para a cidadania, e servir de base para uma carreira em ciência e tecnologia. Ambos são igualmente necessários e, obviamente, vinculados. Mas com preocupação entendemos que nem um desses dois objetivos vem sendo satisfatoriamente contemplado. E há um risco de desaparecimento da Matemática, como vem sendo praticada atualmente no currículo, como disciplina autônoma dos sistemas escolares, pois ela se mostra, na sua maior parte, obsoleta, inútil e desinteressante. (Texto: Por que se ensina Matemática?)
De acordo com os PCNEM é preciso muito mais do que informar, repetir e aplicar os conceitos em exercícios para dar vida e subjetividade, na aprendizagem de matemática é preciso destituir-se do formalismo, do rigor da linguagem, da rigidez das regras e deixar que as crianças se sintam desafiadas a terem as suas elaborações. O cuidado com a relação forma e conteúdo do conceito requer que a elaboração da linguagem esteja intimamente relacionada ao significado do conteúdo. Os conteúdos do conceito, o encontram na sua história, mas o aluno para aprendê-lo deve dar a este, significados que lhe façam sentido, caso contrário, não o compreende, apenas o memoriza e o repete de forma fragmentada de seu pensamento.
O sistema infelizmente leva muitos de nós docentes e estudantes a ter a visão da matemática no âmbito escolar como conhecimento inalcançável ou abstrato sem um uso concreto no nosso dia-a-dia, o que é um absurdo, existe um evidente reconhecimento da sociedade da relevância da apropriação dos conceitos e ferramentas básicas do conhecimento matemático ao homem no seu cotidiano.  A insuficiente relação entre os conhecimentos matemáticos tratados na escola e o cotidiano da maioria dos estudantes brasileiros é notória em nossa realidade no ensino médio. São necessárias atividades integradoras entre as áreas de conhecimento, assim, é preciso olhar com cuidado as atividades desses componentes e de outros definidos nas escolas, para se aproveitar das inúmeras relações existentes entre os conceitos e assuntos que todos eles podem englobar. Isso porque precisamos garantir a ampliação de tais conhecimentos no sentido de possibilitar o acesso desses estudantes às práticas sociais que lhes permitam uma leitura de mundo mais crítica, bem como a compreensão dos modos de produção de conhecimento em diversas áreas.
Observa-se ainda que o conhecimento matemático foi introduzido no Brasil a partir das academias militares e era um saber voltado exclusivamente para o gênero masculino. É por isso que ao longo do tempo os professores demonstravam ter mais interesse em ensinar a matemática para garotos. O preconceito naquele momento abrangia o sexo feminino de tal forma que parecia impossível um ser dotado de beleza também ser um expert em matemática. No entanto, a história mostra que essa problemática não era exclusiva do Brasil, na Inglaterra, por exemplo, acontecia algo parecido, os professores investiam mais nos meninos, porque acreditavam que o interesse das meninas pela matemática era menor.
A verdade é que no Brasil colonial os europeus que aqui se instalaram introduziram ou criaram essa cultura de que somente o homem branco elitizado tinha a capacidade de aprender cálculos, excluindo dessa forma, boa parte da população dentre eles: índios e africanos. É notório para todos os que conhecem e vivenciam a história contemporânea que no Brasil os melhores cursos eram restritos aos filhos de famílias abastadas, o restante da sociedade devia se contentar com uma memorização mecânica sem qualidade.
Com isso, tudo indica que este bloqueio observado nos alunos em relação à matemática é mais psicológico do que cognitivo ou poderíamos até dizer que por ser um saber impopular, ela jamais conquistou em sua amplitude as massas, simplesmente porque não era acessível.
Ora, podemos até citar mais outros exemplos desta inacessibilidade, no Egito Antigo, por exemplo, a população tinha acesso ao sistema de escrita chamado hieróglifos, mas somente a elite conhecia os sistemas de numeração cifrados, isso porque segundo eles, somente esses escolhidos tinham a capacidade de aprender um grande número de símbolos (Rooney, 2012).
Precisamos historiar a matemática para desmistificar a ideia de que ela é uma ciência para poucos, somente assim, os alunos se darão conta de que esse bloqueio também pode ser fruto de uma época em que as ideias euro centristas prevaleciam aqui.
Enfim, a história da matemática é com certeza um passeio pela história cultural brasileira, pois as raízes da matemática se confundem com a história da humanidade. Assim como o homem, a matemática não se desenvolveu sozinha, ao contrário, ela está intimamente relacionada com as outras áreas do conhecimento. No ensino médio ela tem como objetivo fazer com que o aluno tenha um olhar mais crítico e seja capaz de perceber sua relação com outras áreas, assim como compreender que o pensamento matemático envolvido é  indutivo, pois sua fonte é a própria experiência.
A matemática faz parte da educação geral preparando o indivíduo para a cidadania, ciência e tecnologia. O fazer matemático mobiliza quatro diferentes tipos de raciocínios: o indutivo, o lógico-dedutivo, a visão geométrica espacial e o pensamento não determinístico.
No caso do pensamento indutivo, podemos conceber atividades que possibilitem aos estudantes construir determinadas hipóteses ou, quando generalizarmos, a partir de alguns casos particulares, acredita-se que deve ter acontecido durante muito tempo no estudo da origem da vida, quando Aristóteles acreditava ser da matéria bruta quando surgiam alguns seres vivos.
Para o raciocínio lógico- dedutivo é necessário observar regras que podem ser tomadas como verdadeiras, ou provadas anteriormente, e a partir dessas regras construírem novas.
Muitas dessas escolhas de conteúdos, feitas por nós professores, parecem indicar o raciocínio lógico dedutivo; raciocinar não significa decorar. É importante proporcionar experiências que promovam o desenvolvimento desses quatro tipos de raciocínios ou intuições, fazendo escolhas adequadas às necessidades e uso de conhecimentos matemáticos em contextos enriquecedores. O problema maior é que, geralmente, professores não relacionam esses tipos de raciocínios em nosso cotidiano, ou seja, não dizem como aplicá-los.
Por ser importante no contexto educacional, faz-se necessário construir experiências capazes de superarem barreiras do conhecimento, através da aprendizagem e de experiências vivenciadas, mais precisamente no ensino médio, onde a matemática pode estar presente nas demais disciplinas obrigatórias em diferentes formas e de acordo com cada conteúdo estudado, dessa forma mobiliza quatro diferentes tipos de raciocínios ou intuições: o pensamento indutivo que parte do geral para o particular, levando o aluno a elaborar hipóteses e questionamentos; o raciocínio lógico-dedutivo (próprio da álgebra e geometria) os quais estudam as formas; a visão geométrico-espacial (diz respeito ao aprendizado da geometria e suas aplicações); o pensamento não determinístico, que estuda a probabilidade; porém cabe aos professores saber direcionar cada pensamento matemático e relacioná-lo a cada situação; conteúdos e formas de aprendizagem, usando a metodologia que evidencia a contextualização e a interdisciplinaridade ou outras formas de interação e articulação entre diferentes campos de saberes específicos.