Interdisciplinaridade e Matemática - Proposta de atividades relacionadas à área de Ciências Humanas
CEEBJA - Paranaguá
Por: Ana Claudia Nascimento Pereira da Costa Kato
Angelo Pedro Voi
Giovana Martins Santos
Jeniffer Emily Laurindo
Jennifer Hibari Matsuzaki
Keila Cristina Ribeiro de Freitas
Lunalva Ferreira Tavares
Zaniele dos Santos Lee
A interdisciplinaridade trata de uma visão educacional envolvendo as diversas áreas de estudo no intuito de promover uma integração entre as disciplinas e conteúdos, fazendo com que o ensino-aprendizagem seja centrado em uma visão na qual o ser humano aprende ao longo de sua vida, com diversos pontos de vista.
Para ensinar história, como qualquer disciplina, realizamos dois processos fundamentais: 1º) Seleção cultural, ou seja, definimos entre os vários saberes disponíveis na sociedade, incluindo atualmente aqueles produzidos pela ciência, os saberes a serem ensinados às novas gerações. Esta seleção implica opções culturais, políticas, éticas possibilitando ênfases, destaques, omissões e negações; 2º) A didatização é outro processo que possibilita que os saberes selecionados sejam transformados em objetos de ensino.
A articulação dos dois processos faz-se em função da finalidade educativa que orienta o ensino escolar, possibilita a formação de representações e de valores pelos alunos, a produção de sentidos e atribuição de significados a partir das situações de aprendizagem vivenciadas de maneira coletiva, as referências culturais coletivas, embora não possamos dizer que exista uma memória coletiva, pois a memória é um fenômeno sempre atual, um ato vivido no tempo presente.
A história como operação intelectual e laicizante demanda análise e discurso ético. A memória instala a lembrança no sagrado, a história e a torna sempre prosaica.
O critério central é o da contextualização entre a Matemática e as diversas áreas de conhecimento. É importante definir o tema a ser trabalhado e saber o objetivo a ser alcançado com o trabalho realizado. É um processo integrador e articulado, de tal forma que as diferentes atividades desenvolvidas levem ao mesmo fim. A interdisciplinaridade se dá em função da prática e do agir.
A relação da Matemática e da Área de Humanas pode ser dar, por exemplo, na História, ao se trabalhar Poliedros Regulares e a sua contextualização com o Egito Antigo, ao analisar as pirâmides pode-se também trazer para a sala de aula a matemática, primeiramente deve-se situar temporalmente o aluno, e, ao se calcular área e volume destas e a construção de objetos, para que os alunos tenham uma noção da grandiosidade dessas construções para este período e com a tecnologia existente, compreendendo com isso sua utilidade prática para o seu cotidiano.
Outra relação interdisciplinar que se pode encontrar é a Matemática e a Filosofia, dentro do conteúdo de Lógica Simbólica, que também pode ser apresentada como Lógica Matemática, em que se substitui a palavra por ideias. Ela faz o uso de símbolos, assim como na matemática, conferindo-lhe valores de verdade (verdadeiro ou falso).
A tentativa de uma matemática e de uma lógica igualmente universal tem seu auge exatamente no inicio da modernidade, com o próprio Descartes e com trabalhos desenvolvidos por Leibniz (1646-1716) em suas álgebras, e cálculos infinitesimal, produzidos independentemente com Isaac Newton (1642- 1727) seu adversário intelectual, além disso, temos ainda estudos de George Boole (1815-1864) quem desenvolveu álgebra da lógica, George Cantor (1845- 1918) fundador da teoria dos conjuntos, aos estudos de, De Morgan (1806- 1871) e Giuseppe Peano (1858- 1932), entre outros intelectuais da matemática, todavia as verificações mais importantes desse período foi o de Gottlob Frege (1848-1925), fundador da moderna lógica matemática. Frege foi um filosofo e matemático que discutiu assuntos de muita relevância para esses dois ramos do conhecimento, filosofia e matemática, dentre as discursoes trazidos por frege encontramos, assuntos dos quais e expressada por ele numa linguagem simbólica[...] (GUIMARÃES)
Segundo Guimarães, Gottlob Frege em suas obras discute a importância de se pensar matematicamente e não apenas fazer a matemática, pois a matemática “acostuma à mente a reconhecer a verdade, porque é na matemática que se podem encontrar os exemplos do raciocínio correto que, de alguma forma, encontramos alhures” (ANDRADE, 2006 apud GUIMARÃES). Bem como trazem Aranha e Martins, “muitos dos problemas enfrentados pelos
lógicos decorrem de que as línguas se prestam a ambiguidades, equívocos, falta de clareza, além de deixarem prevalecer conotações emocionais que perturbam o raciocínio. Daí a importância da criação de uma lógica simbólica em uma linguagem artificial" (2009, p 110). Nota-se então que a Matemática e a sua forma de raciocínio estão presente no cotidiano das pessoas, é esta forma de pensamento que pode se fazer livrar-se de equívocos, faz-se importante que os alunos sejam levados a compreender isto e que então o leve para a sua vida, assim como já prevê o conceito de interdisciplinaridade.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de A., MARTINS. Maria Helena P. Filosofando – Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
BANDEIRAS, Frederico. Lógica Simbólica. Disponível em: <http://jaueras.blogspot.com.br/2010/06/logica-logica-simbolica.html> Acesso em 04 Nov. 2015.
GUIMARÃES, Odair da Silva. Filosofia e Matemática em Platão, uma proposta curricular para o ensino médio. Disponível em: <http://www.uvanet.br/pibid/documentos/expandido/filosofia/filo_odair.pdf> Acesso em 04 Nov. 2015.
