Caderno IV Linguagens - Equipe do Colégio Estadual Ulysses Guimarães - Foz do Iguaçu - Paraná

Colégio Estadual Ulysses Guimarães - Ensino Fundamental e Médio
Curso: Pacto: FORTALECIMENTO PELO ENSINO MÉDIO
Caderno IV - LINGUAGENS

REFLEXÃO I

O filme O enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, estabelece relações entre linguagem e cons¬trução da realidade, como práticas de linguagem atreladas aos contextos sociais e históricos, a partir do conhecimento sobre a naturalização/desnaturalização das linguagens nas práticas so¬ciais, por compreender, a partir da narrativa do referido filme, o reconhecimento de que as manifestações de linguagem se estabilizam através de um processo histórico e social que envolve relações de poder e hegemonia. Muitas das representações que tratam como naturais e imutáveis, podem manter relações de colonização, de desigualdade de gêneros, de preconceitos étnico-raciais. Quando os estudantes se percebem como produto e produtores de lingua-gens, podem desenvolver-se uma dimensão crítica sobre a linguagem que, desnaturalizada, favorece a participação e a mudança social.
No entanto, entende-se que a busca do conhecimento proporciona ao sujeito transitar os diversos contextos culturais e negar, é impedir que ele consiga interagir com a história da humanidade. Logo, ao assistir ao referido filme, observa-se que o personagem protagonista é inserido ao processo ensino-aprendizagem, com a finalidade de orientá-lo e instigá-lo à interação com o mundo, a partir dos elementos e/ou matérias que fazem parte do espaço geográfico, histórico e cultural que lhe “serve” para processo da escrita, leitura e relações com o mundo além do seu. 
Bakhtin afirma que toda manifestação linguística é construída de enunciados e interações discursivas, porque a produção de identidades e relações sociais concretizam com a própria realidade e a linguagem se legitima pela vivência com a diferença (p.11).
Portanto, impor a compreensão, bem como a reprodução da linguagem, é, como já mencionado, a negação do saber sobre as mediações discursivas do mundo, para além da esfera local e presente do sujeito, isto é, impedi-lo de manifestar e verbalizar a concepção que ele tem sobre o mundo.

 

Reflexão II
Alicerçado aos conhecimentos que ganham espaços nas atividades de ensino aprendizagem desencadeado na escola, quando se pensa no ensino e aprendizagem na área de Linguagens, como um modo de oportunizar aos estudantes a construção de sentidos, se posicionando em meio a diversos pon¬tos de vista, tem-se como centro operacional o próprio processo de constituição do sujeito. Nesses termos, a prática educativa da área visa produzir um conhecimento reflexivo e crítico sobre as linguagens, seja quanto às manifestações cotidianas (como as práticas do meio familiar), seja quanto às manifestações de esferas mais elaboradas (como os conhecimentos acadêmicos, artísticos, literários, midiáticos etc.) (p.16).
Diante do registro acima, o trabalho com a interdisciplinaridade na área, e fora dela, se be¬neficia ao considerar as potencialidades e pendências em termos dos conhecimentos a que os jovens têm acesso e aos saberes que estão formando. Assim, os estudantes precisam desenvolver saberes relacionados à leitura e a produção textual em línguas maternas e estrangeiras, contemplando várias es¬feras sociais e discursivas. (p.16-18).
Para ilustrar, na prática, o trabalho interdisciplinar e com abordagem aos conhecimentos da área de Linguagem que podem ser mobilizados nas práticas educativas, com vistas:
- à organização e ao uso crítico das diferentes linguagens;
- à diversidade das linguagens;
- à naturalização/desnaturalização das linguagens nas práticas sociais;
- à autoria e ao posicionamento na realização da própria prática;
- ao mundo globalizado, transcultural e digital e às práticas de linguagem.
 

 

Reflexão II
Alicerçado aos conhecimentos que ganham espaços nas atividades de ensino aprendizagem desencadeado na escola, quando se pensa no ensino e aprendizagem na área de Linguagens, como um modo de oportunizar aos estudantes a construção de sentidos, se posicionando em meio a diversos pon¬tos de vista, tem-se como centro operacional o próprio processo de constituição do sujeito. Nesses termos, a prática educativa da área visa produzir um conhecimento reflexivo e crítico sobre as linguagens, seja quanto às manifestações cotidianas (como as práticas do meio familiar), seja quanto às manifestações de esferas mais elaboradas (como os conhecimentos acadêmicos, artísticos, literários, midiáticos etc.) (p.16).
Diante do registro acima, o trabalho com a interdisciplinaridade na área, e fora dela, se be¬neficia ao considerar as potencialidades e pendências em termos dos conhecimentos a que os jovens têm acesso e aos saberes que estão formando. Assim, os estudantes precisam desenvolver saberes relacionados à leitura e a produção textual em línguas maternas e estrangeiras, contemplando várias es¬feras sociais e discursivas. (p.16-18).
Para ilustrar, na prática, o trabalho interdisciplinar e com abordagem aos conhecimentos da área de Linguagem que podem ser mobilizados nas práticas educativas, com vistas:
- à organização e ao uso crítico das diferentes linguagens;
- à diversidade das linguagens;
- à naturalização/desnaturalização das linguagens nas práticas sociais;
- à autoria e ao posicionamento na realização da própria prática;
- ao mundo globalizado, transcultural e digital e às práticas de linguagem.
Apresenta-se um projeto que tem como título "Gênero Instrucional: receitas”, desenvolvido no Colégio Estadual Ulysses Guimarães, Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná.
As mídias utilizadas para o desenvolvimento do projeto são as mídias impressas; informática; TV e Vídeo.
As disciplinas envolvidas são: Geografia, Língua Inglesa e Língua Portuguesa.
O público-alvo envolvido, para atender as ações que serão desenvolvidas no Colégio Estadual Ulysses Guimarães – Ensino Fundamental e Médio são 71 alunos pertencentes ao 2° ano do Ensino Médio, turmas “D e E”.
As etapas que compreendem a praticidade das tarefas pedagógicas estão fundamentadas nos conceitos que se relacionam à sequência didática. Assim, as atividades acontecem em torno da:
• Discussão e apresentação do Gênero Instrucional a partir de mídia impressa e exposição dialogada visando à compreensão dos elementos estruturais e linguísticos que caracterizam tal gênero;
• Dedução do uso do modo verbal Imperativo dentro da construção deste gênero textual, utilizando mídia impressa;
• Levantamento de receitas de família trazidas pelos alunos e viabilização de sua escrita em Língua Inglesa e Portuguesa por meio de pesquisa de vocabulário e estrutura deste gênero.
• Pesquisa da origem e do processo de globalização do Cupcake;
• Pesquisa e elaboração de um roteiro para filmagem de um vídeo demonstrativo da execução da receita e seu resultado. A pesquisa é realizada por meio digital e impresso, além disso, há orientação por parte do professor no que se refere às características peculiares da linguagem cinematográfica;
• Filmagem do vídeo demonstrativo da execução da receita e seu resultado – fazendo uso de filmadora, câmeras fotográficas digitais e celulares, além de computador para edição das imagens;
• Apresentação dos vídeos para as turmas por meio do projetor multimídia e/ou da TV pendrive;
• Postagens dos vídeos na Internet, a partir de celulares e/ou computadores.
Esclarece-se que todo o processo é desenvolvido tanto em Geografia, Língua Portuguesa e Língua Inglesa, e o vídeo apresenta a culminância de tais trabalhos, proporcionando uma ação pedagógica interdisciplinar.
Ressalva-se que o referido projeto já fora aplicado para atender uma das avaliações de um curso na área da tecnologia, que um grupo de professor participou.

Projeto na íntegra abaixo:

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

JUSSIMARA AGUIRRE MALHERBI TOCHETTO
MAGDA REGINA PEREIRA BURGATH
MARCIO JOSÉ KREUZ
RITA APARECIDA ANDRADE

 

 

GÊNERO INSTRUCIONAL: RECEITA, UTILIZANDO MÍDIA IMPRESSA, INFORMÁTICA, TV E VÍDEO NAS DISCIPLINAS DE GEOGRAFIA, LÍNGUA INGLESA E PORTUGUESA

 

 

FOZ DO IGUAÇU
2014
JUSSIMARA AGUIRRE MALHERBI TOCHETTO
MAGDA REGINA PEREIRA BURGATH
MARCIO JOSÉ KREUZ
RITA APARECIDA ANDRADE

 

 

GÊNERO INSTRUCIONAL: RECEITA, UTILIZANDO MÍDIA IMPRESSA, INFORMÁTICA, TV E VÍDEO NAS DISCIPLINAS DE GEOGRAFIA, LÍNGUA INGLESA E PORTUGUESA

 

Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Aperfeiçoamento em Mídias Integradas na Educação da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Orientador: Prof. Cristiane Ap. Michels Beckhauser
                                                                           

FOZ DO IGUAÇU
2014
  UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

Curso de Aperfeiçoamento em Mídias Integradas na Educação

TRABALHO FINAL
            
Contextualização 
O referido projeto é desenvolvido com os alunos do 2º ano do Ensino Médio, turmas “D e E”, do período vespertino, nas disciplinas de Geografia, Língua Inglesa e Portuguesa, do Colégio Estadual Ulysses Guimarães – Ensino Fundamental, Médio, Profissionalizante e Educação de Jovens e Adultos, de Foz do Iguaçu, Paraná, sob a orientação dos/as professores/as: Jussimara Aguirre Malherbi Tochetto, Magda Regina Pereira Burgath, Márcio José Kreuz e Rita Aparecida Andrade.

Público envolvido:
O público envolvido é composto com o professor de Geografia; professora de Língua Inglesa e professoras de Língua Portuguesa; pedagogas; profissionais da informática; bibliotecária; e alunos dos 2º anos das turmas “D e E” do Ensino Médio, do Colégio Estadual Ulysses Guimarães de Foz do Iguaçu, Paraná. As atividades acontecem na sala de aula, na sala de informática e biblioteca.
O/as professor/as desempenham a função de orientadores; os alunos de pesquisadores e pseudo-gourmet; as pedagogas negociam com os profissionais do laboratório de informática e biblioteca o horário, para os alunos ocuparem os referidos espaços, bem como a autorização para o uso do kit multimídia em sala de aula; a bibliotecária auxilia na coleta de materiais impressos para fundamentação das tarefas propostas; e as profissionais de informática auxiliam na organização e uso das ferramentas tecnológicas, para pesquisa complementar dos conteúdos já mencionados, e também, junto com o professor e as professoras, na edição do material, no momento da relação teórica com a prática.
Integração das mídias envolvidas
Utilizando mídia:
- Impressa: caderno de receitas, manual de instrução; livros;
- Informática: computador, multimídia, internet;
- TV e vídeo (celular filmadora e câmera fotográfica).
Uso de livros que abordam os conteúdos: função da linguagem conativa; gênero textual: instrucional, com as respectivas características estruturantes e linguísticas, para leitura teórica e debate sobre os mesmos; uso do computador para o aluno navegar e pesquisar em vários sites os conteúdos propostos para elaboração do texto instrucional; utilização de caderno de receitas e manuais de instrução, como modelo e objeto para exemplificar e ilustrar o texto instrucional; utilização do papel sulfite A4 para produção do texto instrucional, a partir da linguagem verbal e não verbal; utilização do kit multimídia e TV e vídeo para produção, demonstração e edição, na prática, de exemplo do texto instrucional- cupcake .

Período de realização do projeto:
As realizações das ações pedagógicas presentes no projeto acontecem a partir da segunda semana de agosto de 2014, com previsão para conclusão na quarta semana de outubro de 2014.

1. Justificativa
Toda a produção nas disciplinas de Geografia, Língua Portuguesa e Língua Inglesa, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais (2008), devem partir do trabalho com gêneros discursivos, inseridos em práticas sociais.  Essa proposta visa atender tal orientação proporcionando proximidade do conteúdo à realidade do aluno. Brait (2000, p. 20) recorda que “não se pode falar de gêneros sem pensar na esfera de atividades em que eles se constituem e atuam aí implicadas as condições de produção, de circulação e recepção”.
Dentro do processo de interação por meio da linguagem, fazem-se necessárias muitas mudanças, transformações e até mesmo adaptações como cita Bakhtin, (1992, p. 26), “todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem”. O meio digital serve para exemplificar tal necessidade, conforme os gêneros do discurso eletrônico (e-mail; chat; lista de discussão; videoconferência interativa; fórum de discussão; blog).
Na continuidade com o trabalho da linguagem por meio da tecnologia, quando nos reportamos às mídias, compreendemos que a linguagem compõe o elo interativo entre o pensamento humano e o referido meio. E, por isso, os equipamentos tecnológicos mediam, também, este elo. Assim:

O indivíduo se desenvolve e interage com o mundo utilizando suas múltiplas capacidades de expressão por meio de variadas linguagens constituídas de signos orais, textuais, gráficos, imagéticos, sonoros, entre outros, as mídias passam a configurar novas maneiras para os indivíduos utilizarem e ampliarem suas possibilidades de expressão, constituindo novas interfaces para captarem e interagirem com o mundo.
(http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfotio/mod83230)

As mídias e tecnologia, de acordo com os referenciais apresentados no módulo introdutório: Integração de mídias na educação – “Tecnologia e TIC”, tecnologia é a expressão utilizada às atividades humanas, alicerçadas em conhecimentos que fundamentam o manuseio de ferramentas. Logo, por meio da tecnologia, podemos provocar alterações aos meios, ao adicionarmos competências naturais. Assim, ela é vista como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre técnica e seus processos.
Na atualidade, de acordo com o texto já referenciado no parágrafo acima, mídias “é uma terminologia usada para: suporte de difusão e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal) para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora).” Ela também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia impressa, mídia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológico empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs).
A expressão mídias é definida, segundo Santaella (1992, p. 138) como: "O termo mídias no plural visa pôr em relevo os traços diferenciais de cada mídia, para caracterizar a cultura que nasce nos trânsitos, intercâmbios e misturas entre os diferentes meios de comunicação" (SANTAELLA, 1992, p. 138).
Por efeito dos equipamentos eletrônicos e da digitalização, todas as formas e instrumentos da mídia estão, cada vez mais, fundindo-se em sistemas inter-relacionados (Dizard, 1998). A tecnologia computacional torna-se, assim, o elo para todas as formas de produção de informação e de entretenimento: som, vídeo, mapas e impressos.
O trabalho com as mídias para se alcançar um dos objetivos deste projeto, propicia a exploração da linguagem cinematográfica, pois, de acordo com Marcelo Flório, Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, afirma que ela é compreendida como “a linguagem que desenvolve mecanismos de olhar em que a tela e os jogos de câmera potencializam os modos de percepção da realidade social, alterando os sentidos e as sensações físicas e mentais do ser humano”. (FLORIO, 2006, p.01).

2. Problematização
Durante a vida escolar, o aluno está em contato com muitas formas de ler e produzir um texto. Nesta prática, muitas vezes, ele não se preocupa com o emprego dos recursos estéticos e linguísticos que predominam em cada gênero textual. Dentre estas questões, que recursos linguísticos fundamentam a produção do gênero instrucional?

3. Objetivo Geral
Trabalhar com os textos originais como grandes difusores das práticas sociais de linguagem e, que exercem a função essencial processo aprendizagem de uma língua estrangeira longe dos países em que ela é língua mãe.

4.  Objetivos Específicos
- Orientar sobre o gênero instrucional: receita;
- Produzir texto utilizando o modo verbal imperativo nos dois idiomas. Para tal, os alunos utilizarão os computadores do laboratório de informática, para pesquisa na internet e a posteriori digitalização e impressão do texto;
- Pesquisar a origem do cupcake;
- Compreender o processo de globalização por meio da divulgação da receita do cupcake;
- Explorar recursos da linguagem cinematográfica para a construção de um vídeo instrucional, com o uso de ferramentas tecnológicas adequadas (softwares como: power point; editor de vídeos, etc.), utilizando o laboratório de informática do colégio

5. Abordagem Teórica
5.1. Gênero Instrucional

O trabalho da linguagem associado as mais diversas formas de produções textuais, na contemporaneidade, age-se nesta dimensão, com os gêneros textuais, numa concepção sócio-histórica, isto é, o ensino da língua compreendida como interação entre a oralidade e a escrita.
Abordar, no projeto, o gênero e/ou texto instrucional, torna-se significativo, haja vista fazer-se presente nos diversos ambientes discursivos.
Quando se nomeia o texto instrucional em gênero textual, segundo Marinello, Boff e Köche (2008) são porque se compreende que há combinação entre os diferentes elementos linguísticos que se articulam com os vários textos e contextos que circulam e interagem socialmente. Com esta compreensão Bakhtim (1992) defende o gênero como as inúmeras formas do uso da linguagem para produção textual, já que o sujeito se apropria da linguagem verbal para alcançar os objetivos de cada ação desejada, desde o imaginário.
Na sequência da abordagem, cada gênero possui características próprias em torno da estrutura, tema, conteúdo e recursos linguísticos e, por isso todo o texto se concretiza em algum gênero.
De acordo com Marcuschi (2002), cada gênero agrupa diversos textos, conforme o teor linguístico, como por exemplo, os aspectos sintáticos; a função social e outros. Assim, é possível “categorizar” em telefonemas; sermão; redação vestibular; resenha; resumo; esquema; e-mail; receitas culinárias; exposição de aulas; diálogos e outros.
O gênero, em estudo, é possível, tendo em vista o processo dialógico que resulta na investigação da própria língua.
Ele, Marcuschi (2002), ainda defende que os gêneros são nas relações com as práticas sociais que desenvolvem a cognição; as relações de poder; as tecnologias; as atividades discursivas e culturais.
Diante dos argumentos anteriores, conceitua-se o gênero e/ou texto instrucional como aquele que orienta o leitor na realização de uma atividade ou na utilização de um produto, isto é, enfatiza a ação apresentada a partir de métodos detalhados, ao demonstrar o funcionamento e estágios (etapas) de um procedimento.
Para Koch e Fávero (1998), o gênero em estudo direciona comportamentos sequenciais e ordenados, à medida que se apropria do recurso descrição das ações para verbalizar o processo que resulta no objeto em estudo. Já Schneuwly, Dolz e colaboradores (2004), conceituam-no como descrição das ações; instruções e prescrições com a finalidade de indicar a regulação mútua de comportamentos, como por exemplo, receitas; manuais de instruções; regras de jogo e outros.
De acordo com Travaglia (1991), o gênero e/ou texto instrucional é classificado como injuntivo, haja vista as modalidades de ordem e prescrição, isto é, o enunciador posiciona-se na perspectiva do fazer ao tempo de enunciação, no caso do projeto, receita culinária. Para ele, manuais de instrução para montagem; instalação e uso de aparelhos, instrumentos, utensílios e programas de computador; regras de jogos; regulamentos; textos de orientação; recomendações de trânsito e direção são categorizadas como textos instrucionais.

5.1.2. Características do gênero e/ou texto instrucional

O gênero e/ou texto instrucional caracteriza-se, segundo Marinello, Boff e Köche (2008), pelas modalidades imperativas; verbos no infinitivo e futuro do presente.
Nele se emprega uma linguagem comum que se agrega vocábulos, expressões e construções usuais, porém grafadas corretamente.
A linguagem tem como finalidade orientar ao leitor a instrução com clareza; a sintaxe utilizada para construção do referido texto é composta de período simples, para que se torne acessível à compreensão do leitor.
Ele, gênero, traz um título destaque, isto é, que divulga a marca do produto, seguindo de um subtítulo com recomendações gerais e, na sequência, o destaque de outros subtítulos como localização, instalação, instruções de uso; guia para cuidados, a fim de assegurar ao interlocutor à orientação explícita e segura que garanta o resultado da produtividade do processo.
No caso do referido projeto, o gênero instrucional será a receita de “cupcake”.
Na maioria destes gêneros, na parte inicial, registram-se os elementos que serão manipulados no procedimento.
Segundo Travaglia (1994, 293), em alguns procedimentos, a descrição dos elementos é substituída por fotos ou desenhos (imagens) com indução dos nomes das partes, seguidas de suas funções.
Para Marinello, Boff e Köche, a progressão do texto instrucional faz-se normalmente por meio de itens, numerados ou não, iniciados por verbos operacionais, que expõem, em ordem cronológica, as instruções a serem entendidas e executadas pelo interlocutor. Assim, as orações iniciam-se por verbos que orientam a ação do leitor, informando o que deve ou não ser feito, como por exemplo, “mantenha”.
Também se observa a presença de operadores argumentativos adequados às sequências das ações, como por exemplo, “em seguida”. Logo, tais orientações contribuem para o entendimento do interlocutor.
Ao se reportar, ainda, às orientações, conforme Marinello, Boff e Köche (2008, p.70), muitas vezes serão acompanhadas por imagens que elucidam a linguagem escrita, além de avisos relevantes como: “Cuidado”.
O procedimento que exemplifica e ilustra a teoria, no âmbito, de se estabelecer uma relação com a prática será a receita do cupcake em Língua Portuguesa e Língua Inglesa.

5.1.3. Texto instrucional em Língua Portuguesa

Cupcake
Ingredientes:
Uma colher (sopa) de baunilha – 12 ml.
Uma colher (sopa) de fermento em pó – 12g.
220 ml de leite.
Quatro ovos.
350 gramas de açúcar refinado.
220 gramas de margarina sem sal em temperatura ambiente.
350 gramas de farinha de trigo peneirada.
02 gramas de sal.

Instruções:
1- Na tigela da batedeira, coloque açúcar refinado e a manteiga em temperatura ambiente e bata até ficar no ponto esbranquiçado.
2- Adicione os ovos um a um com a batedeira ligada e bata.
3- Em outra tigela, adicione a baunilha no leite e reserve.
4- Em outra tigela, coloque a farinha de trigo sem fermento, mais o fermento em pó e o sal e misture.
5- Adicione a massa do cupcake, um pouco de farinha e um pouco do leite e misture levemente.
6- Adicione o restante da farinha e do leite.
7- Mexa levemente e a massa estará pronta.
8- Quando a massa ficar homogênea, é a hora de preencher as forminhas.
9- Coloque as forminhas de papel posicionadas sobre as de alumínio e preencha até a metade com a massa.
10- Leve ao forno pré-aquecido, por cerca de 30 minutos, mas verifique de tempo em tempo, pois ele (tempo) depende de forno para forno.

Cobertura de Chocolate:
Uma barra de chocolate de 200 gramas
Uma caixa de creme de leite
Instruções:
1- Misture todos os ingredientes mencionados na cobertura.
2- Coloque no micro-ondas, em potência alta,
3- Tire do micro-ondas, a cada um minuto, até o chocolate derreter, ficar homogêneo e no ponto.
A referida ação, para conclusão, acontece em dois minutos e meio.
Para finalizar, use chocolate granulado, com confete de chocolate e pedaços de frutas.

Recheio:
1- Para rechear, fure o bolinho pronto.
2- Coloque o doce de leite.
3- Tampe com a própria massa retirada.

5.1.4.  Texto instrucional – Língua Inglesa

Cupcake
Ingredients:
A spoon (soup) Vanilla - 12 oz;
A spoon (soup) of baking powder - 12g;
220 ml of milk;
Four eggs;
350 grams of caster sugar;
220 grams of unsalted butter at room temperature;
350 grams of flour, sifted;
02 grams of salt;

Instructions:
1 - In mixer bowl, place sugar and butter at room temperature and beat until the whitish spot;
2 - Add the eggs one at a time with the mixer on and beat;
3 - In another bowl, add the vanilla into the milk and set aside;
4 - In another bowl, place the flour unleavened, more baking powder and salt and mix;
5 - Make the dough cupcake, a little flour and a little milk and mix lightly;
6 - Add the remaining flour and milk;
7 - Stir lightly and the dough is ready;
8 - When the dough is smooth, it's time to fill the molds;
9 - Place the paper cups positioned on aluminum and fill halfway with batter;
10 - Bake in preheated oven for about 30 minutes, but check from time to time as it (time) depends on the oven to oven;

Chocolate Icing:
A chocolate bar 200 grams;
A box of milk Cream;

Instructions:
1 - Mix all the ingredients mentioned in the coverage;
2 - Place in microwave on high power,
3 - Remove from the microwave, each minute, until the chocolate is melted, smooth and on point;
Such action, to completion, happens in two and a half minutes;
To finish, use chocolate sprinkles with “confetti” chocolate and fruit pieces;

Filling:
1 - To fill, puncture cookie ready;
2 - Place the sweet milk;
3 - Cover with the actual mass removal.

5.2.  Modalidade do verbo imperativo e o gênero instrucional
Como observado na receita do cupcake, objeto ilustrativo do referido gênero, observa-se, como já mencionado, a predominância do Imperativo, como operador verbal.
O modo imperativo, de acordo com William e Thereza (2005), é compreendido e empregado com a finalidade de exortar o interlocutor a cumprir a ação indicada pelo verbo.
Para Mauro (2003) a conotação deste modo exprime persuasão; ordem; pedido; conselho; convite; e sugestão.
Logo, a formação deste modo e/ou operador verbal deriva-se do presente do indicativo, para a utilização do imperativo afirmativo nos textos instrucionais.
 
5.3 Origem e Globalização do Cupcake

O processo de Globalização aos quais os sujeitos estão inseridos começou a partir do momento em que nações europeias começaram colonizar novos territórios em busca de matérias-primas para abastecer as indústrias europeias que estavam em pleno processo de revolução industrial.
Após a colonização da África e algumas regiões da Ásia, ocorreu a colonização da América. Na América do norte, onde se localiza os Estados Unidos, houve colonização inglesa; no Canadá houve colonização dos Ingleses e Franceses.
Os Estados Unidos que tiveram uma colonização de povoamento, onde havia interesse de seus colonizadores em fixar residência, tiveram seu desenvolvimento industrial acelerado. Logo, começaram o processo de colonização, também; as nações vizinhas; mais tarde, para o restante da América e, após o restante do mundo, impondo os seus produtos e seu estilo de vida. Esse processo estimulado pela doutrina expansionista de Monroe ficou conhecido como “AMERICANIZAÇÃO”.
Muitos produtos originários da colônia da Inglaterra foram incorporados à culinária estadunidense e ali ganharam destaque mundial, um exemplo típico desse processo é o CupCake que, inicialmente fora conhecido como Fairy Cake. Ele surgiu no Continente Europeu, no país da Inglaterra e chegou a América do Norte pela colonização inglesa. Portanto, foi nos Estados Unidos que ganhou notoriedade e começou a ser chamado de Cupcake e ser conhecido mundialmente.
O Cupcake, como inúmeros outros produtos e valores culturais chegaram até a América Latina, específico no Brasil, com a contribuição de um novo momento histórico presente na vida de cada cidadão brasileiro, denominado era da tecnologia de informações e comunicação que facilita a disseminação dos valores culturais.
A influência norte americana presente em vários países do mundo, agregada à acelerada globalização, aproxima o cidadão aos vários produtos eletrônicos; de vestuário; e alimentícios; assim a referida influência começou a atingir o mundo inteiro, devido aos produtos da indústria cultural (cinematográfica, fonográfica, publicitária etc.). .As novas modas traziam a marca da origem norte-americana, conforme afirmação de Rafael (1996, p. 5):

Entre 1928 e 1937, 85% dos filmes assistidos no Brasil vinham de Hollywood e o país constitua-se, juntamente com Espanha e Portugal, no terceiro maior importador de filmes. No ano de 1927 o Brasil posicionava-se também como o quarto maior mercado para veículos automotores produzidos nos Estados Unidos, respondendo por 10% das exportações norte-americanas daquele ano.

A crescente hegemonia norte-americana no mundo do pós-guerra traz consigo um conjunto de novos sinalizadores de modernidade - automóveis, filmes, cosméticos, discos, máquinas de escrever, fonógrafos e aparelhos de barbear - que passam a competir com aqueles vindos da literatura, das artes e da arquitetura europeias.
O rádio, a televisão, as revistas, os quadrinhos, e o cinema contribuem para que os produtos de origem estrangeira façam parte do cotidiano do cidadão brasileiro.
Hoje em dia, esses produtos dominam o mercado do consumo. Percebe-se isso em vários produtos como: Coca-Cola, Mc Donald’s, Jeans, All Star e o Cupcake, este último produto, tema do objeto de estudo de presente projeto. Tais elementos podem influenciar, principalmente, os alunos brasileiros, haja vista uma apresentação da vida estadunidense.
Diante das observações mencionadas acima, isso acontece devido à globalização, principalmente, por meio da conexão econômica entre países e empresas multinacionais.
Para os Estados Unidos é bom dominar a indústria cultural, pois isso cria uma espécie de simpatia que faz com que a maioria das pessoas apoie as decisões norte americanas. A atual globalização se configura em um mundo que está cada vez mais interligado e influenciado pela cultura dos países desenvolvidos, economicamente. Para ratificar este histórico, Milton Santos, (2002, p. 52-53):

“A união entre ciência e técnica”… a partir dos anos 1970… revigora-se com os novos e portentosos recursos de informação, a partir da globalização e sob a égide do mercado. E o mercado, graças exatamente á ciência, à técnica e à informação, torna-se global. O território ganha novos conteúdos e impõe novos comportamentos, graças ás enormes possibilidades da produção e, sobretudo, da circulação dos insumos, dos produtos, do dinheiro, das ideias e informações, das ordens e dos homens.

Todos ser humano está exposto a essa influência. Dessa forma, o mais importante é que cada um aprenda a lidar com esse fenômeno social com responsabilidade e crítica.
A América do Norte se relaciona com vários aspectos sociais e econômicos em todo o mundo. Esse processo é chamado de americanização que é um termo empregado para descrever a influência dos Estados Unidos sobre a cultura de outros países, resultando na substituição de uma determinada cultura pela cultura estadunidense.
Atualmente, as emissoras de rádio, programas de TV, trilhas sonoras de filmes e novelas e mesmo em festas, culinária, vestimentas, eventos sociais são influenciados pela indústria cultural americana. Todos os dias, os alunos brasileiros, com seus aparelhos eletrônicos como: celulares, tablets e outros são convidados, a todo o momento, a experimentarem e vivenciarem o processo de aculturação.
Como todos os prós tem os seus contras, a influência norte americana não traria apenas pontos positivos para o Brasil. Um exemplo disso é a invasão da língua estrangeira (norte-americano) no cotidiano do brasileiro. Palavras simples, como projetos passaram a serem chamadas de design, as lojas começaram a ser conhecidas como Shooping Centers; logo isso resulta na invasão linguística norte-americana e no esquecimento de palavras originais da nossa língua. Outro exemplo é a desvalorização dos produtos brasileiros, o que traz como consequência uma queda da economia interna do país.
No setor alimentício, a influência americana tem grande destaque, apesar de a culinária brasileira ser rica tanto em nutriente como em sabores, o estilo de comer dos norte-americanos faz-se cada dia mais presente no jeito de comer dos brasileiros, principalmente dos alunos.
Trabalhar a interdisciplinaridade é de fundamental importância para relacionar a economia e seus produtos ao cotidiano escolar, preparar os alunos para conviver com a entrada, cada vez maior, de produtos globais e, concomitantemente, com o conhecimento geográfico e o domínio de outras línguas, em especial nesse caso, o Inglês que é o idioma universal para inserir o cidadão no mundo do trabalho e também para participar ativamente das atuais transformações culturais.

6.     Metodologia
A construção deste trabalho toma como base a proposta da sequência didática que está vinculada ao estudo do gênero textual. Logo, entende-se como sequência didática, um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa, isto é, organizadas de acordo com os objetivos que o professor deseja alcançar no processo ensino-aprendizagem.
Vera Lúcia (2009) define-a como um conjunto de módulos escolares organizadas sistematicamente em torno de uma atividade de linguagem dentro de um projeto.
Também, a referida autora, Vera Lúcia (2009) afirma que a sequência didática é considerada um conjunto de atividades progressivas, planificadas, guiadas por um tema, ou por um objetivo geral, ou por uma produção dentro de um projeto de classe. Assim, é constituída de uma produção inicial, feita sobre uma situação de comunicação que orienta a sequência didática e de módulos que levem os alunos a se confrontarem com os problemas do gênero tratado de forma particular.
O público-alvo, para atender as ações que serão desenvolvidas no Colégio Estadual Ulysses Guimarães – Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Foz do Iguaçu – Paraná, são 71 alunos pertencentes ao 2° ano do Ensino Médio, turmas “D e E”.
As etapas que compreendem a praticidade das tarefas pedagógicas estão fundamentadas nos conceitos que se relacionam à sequência didática. Assim, as atividades acontecem em torno da:
• Discussão e apresentação do Gênero Instrucional a partir de mídia impressa e exposição dialogada visando à compreensão dos elementos estruturais e linguísticos que caracterizam tal gênero;
• Dedução do uso do modo verbal Imperativo dentro da construção deste gênero textual, utilizando mídia impressa;
• Levantamento de receitas de família trazidas pelos alunos e viabilização de sua escrita em Língua Inglesa e Portuguesa por meio de pesquisa de vocabulário e estrutura deste gênero.  
• Pesquisa da origem e do processo de globalização do Cupcake;
• Pesquisa e elaboração de um roteiro para filmagem de um vídeo demonstrativo da execução da receita e seu resultado.  A pesquisa é realizada por meio digital e impresso, além disso, há orientação por parte do professor no que se refere às características peculiares da linguagem cinematográfica;
• Filmagem do vídeo demonstrativo da execução da receita e seu resultado – fazendo uso de filmadora, câmeras fotográficas digitais e celulares, além de computador para edição das imagens;
• Apresentação dos vídeos para as turmas por meio do projetor multimídia e/ou da TV pendrive;
• Postagens dos vídeos na Internet, a partir de celulares e/ou computadores.
Esclarece-se que todo o processo é desenvolvido tanto em Geografia, Língua Portuguesa e Língua Inglesa, e o vídeo apresenta a culminância de tais trabalhos, proporcionando uma ação pedagógica interdisciplinar.
Para ratificar a opção por tais encaminhamentos, recorremos às DCEs:

Um dos objetivos da disciplina de Língua Estrangeira Moderna é que os envolvidos no processo pedagógico façam uso da língua que estão aprendendo em situações significativas, relevantes, isto é, que não se limitem ao exercício de uma mera prática de formas linguísticas descontextualizadas. Trata-se da inclusão social do aluno numa sociedade reconhecidamente diversa e complexa através do comprometimento mútuo. (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - LEM, 2008 p. 57)

A afirmação acima se aplica também à área de Geografia e Língua Portuguesa.
Ao se reportar aos recursos que envolvem mídias e tecnologias, para o desenvolvimento das tarefas mencionadas acima, utilizam-se:
• A mídia impressa, como caderno de receitas, manual de instrução;
• A informática, por meio do computador, multimídia e internet;
• A TV e vídeo, como celular, filmadora e câmera fotográfica.

7.  Avaliação
No processo educativo, a avaliação tem função diagnóstica e investigativa em relação à prática pedagógica. Para tanto, ela possibilita o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem, estabelecendo-se assim, o verdadeiro sentido da avaliação como: acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).
No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores e por isso ela tem o objetivo de proporcionar subsídios para as ações tomadas a respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao conhecimento.
A avaliação visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem se concretize.
Diante dos conceitos mencionados as práticas avaliativas dão-se por meio da pesquisa sobre a origem e globalização do produto denominado “Cupcake”, como também a pesquisa sobre receitas para feitura deste produto e sua apresentação.

 

 

 

 

 

 

 

8.  Referências Bibliográficas

BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
______________ . Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. 2. ed. São Paulo: Atual, 2005.
CRISTOVÃO, V. L. L. Sequência didática para o ensino de línguas. In: DIAS, R.; Cristovão, V. L. L. (Org.). O livro didático de Língua Estrangeira: múltiplas perspectivas. 1. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2009.
DIZARD, W. J. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação/Wilson Dizard Junior; tradução da 2. ed. Edmund Jorge; revisão técnica, Tony Queiroga – Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FERREIRA, M. Gramática: aprender a praticar. São Paulo: FTD, 2003.
FLORIO, M. A linguagem cinematográfica como objeto de estudo interdisciplinar. São Paulo: INTERCOM, 2006.
IANNI, O. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.
JÚNIOR, J. R. Globalização, mercado de trabalho e educação. Revista de Ciências da Educação, Ano 05-n 08 -2003.
KOCH, I. G. V. & FÁVERO, L. L. Linguística textual: introdução. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
LIMA, E. S. Avaliação na escola. São Paulo: Sobradinho, 2002.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: BEZERRA, M. A.; DIONÍZIO, A. P. & MACHADO, A. R. Gêneros textuais e ensino. 2. ed. São Paulo: Lucerna, 2002.
MARINELLO, A. F.; BOFF, O. M. B. & KOCHE, V. S. O texto instrucional como um gênero textual. (Artigo – ISSN. 0/02-7077). Caxias do Sul (RS): Universidade de Caxias do Sul, 2008.
ORTIZ, R. Mundialização: saberes e crenças. São Paulo: Brasiliense, 2006.
SANTAELLA, L. Cultura das mídias. 2. ed. São Paulo: Experimento, 1992.
SANTOS, M.& SILVEIRA, M. L. O Brasil território e sociedade no início do século XXI.  4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

SANTOS, R. J. d. Um percurso da mundialização: os norte-americanos e a consolidação da publicidade no Brasil. Comunicação & Política. Vol. III n.2, nova série, maio-ago 1996. Rio de Janeiro: Cebela/UFRJ, p. 112-125, 1996.
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. & Colaboradores (Tradutores Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro). Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004.
SECRETARIA DE ESTADO DA ESDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica: língua portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
_______________. Diretrizes curriculares da educação básica: língua estrangeira moderna. Curitiba: SEED, 2008.
TRAVAGLIA, L. C. Um estudo textual discursivo do verbo no português do Brasil. Tese de Doutorado em Linguística. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas, 1991.
MÓDULO INTRODUTÓRIO. Integração de mídias na educação. Disponível em http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfotio/mod83230. Acesso em 04 de maio de 2014.
CRISTOVÃO, V. L. L. Sequências didáticas para o ensino de línguas. Disponível em http://www.univesp.ensinosuperior.sp.gov.br/preuniv. Acesso em 11 de junho de 2014.
SOARES, J. Gênero textual. Disponível em http://www.escrevendoofuturo.org.br. Acesso em 11 de junho de 2014.
TUDO GOSTOSO. Cupcake. Disponível em http://www.tudogostoso.com.br. Acesso em 10 de junho de 2014.
RECEITA DE CUPCAKE. Como fazer cupcake. Disponível em http://www.receitadecupcake.com.br. Acesso em 10 de junho de 2014. 

 

 

Reflexão III
  A partir da citação: “[...] Ao acompanhar os gêneros, podemos perceber tanto as complexas regularidades da vida comunicativa como a individualidade de cada enunciado situado. [...] Dada à riqueza do conceito de gênero, não é de se admirar que muitas abordagens para sua compreensão e ensino tenham sido desenvolvidas em diversas regiões do mundo.”, conforme a narrativa de
Charles Bazerman, no “Prefácio do livro Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino”, é possível estabelecer com a proposta de trabalho interdisciplinar alicerçada ao questionamento de: “Qual seria, na perspectiva dos professores, os conhecimentos mais “valiosos” que o seu componente curricular poderia aportar para a análise”; e, qual é a relação desses conhecimentos com as dimensões trabalho, cultura, ciência e tecnologia, discutidas na referida unidade, um trabalho que envolva a análise discursiva da construção textual por meio do poder persuasivo que a imagem tem para impactar o consumidor.
Logo, “Quanto mais trabalhamos com gêneros, mais eles revelam e mais fazem sentido – talvez porque o gênero constitua um nexo central da produção de sentido humana [...]. Para nos comunicarmos eficazmente, precisamos saber em que tipo de situação nos encontramos, que tipo de coisas estão sendo ditas e que tipo de coisas queremos realizar. A variedade dinâmica das circunstâncias humanas, as potencialidades criativas da linguagem e a sagacidade da ação humana nos desafiam a conhecer onde estamos e para onde vamos com as interações [...].”, segundo Profa. Dra. Mariangela Garcia Lunardelli (2015), ao referenciar Bakhtin (2010).
Assim, para o desenvolvimento de tal atividade, solicita-se que o aluno utilizem sites para busca de imagens que referenciam ao culto à beleza do corpo, bem como a busca pelos recursos artificiais que têm o poder de transformação e resultam na perfeição deste corpo, isto é, daqueles que exemplifiquem o mesmo. A partir desta proposta, organizam-se atividades de análise discursiva centradas apenas na leitura, compreensão, interpretação e na intertextualidade das imagens, conforme exemplos abaixo:

 

Em relação à segunda etapa do trabalho, que propõe sobre a possibilidade de mobilizar os estudantes para a produção de uma revista (ou artefato similar), para tratar do tema padrão corporal, a partir de um ponto de vista diferente daquele defendido e difundido pela revista analisada, em que o contexto propõe o questionamento em torno da perspec¬tiva do componente curricular, com foco nos conhecimentos que são necessários para potencializar a “produção” da revista pelos alunos, tanto no que se refere ao conteúdo como na sua forma, considerando o público para o qual ela é direcionada, está experiência, ainda no plano projeto, propõe um encaminhamento metodológico, que prima por uma sequência didática, de acordo com os critérios da interdisciplinaridade, que instiga ao aluno a elaboração de uma revista que promova os mais diversos gêneros textuais, produzidos por meio da linguagem verbal e não verbal, por se entender que: “em teorias do signo diz que algo está em lugar de algo para representá-lo”. Um desenho ou fotografia são representações do objeto, sendo que uma representação pode ser tornar objeto de outra em uma cadeia semiótica. Mais recentemente, as representações também têm sido usadas como uma forma de observar a organização social pela linguagem. Assim, de acordo com Serge Moscovici (2007, p. 21), as representações sociais são tanto um sistema de valores e ideias quanto de práticas, funcionando como forma de ordenar e orientar a ações das pessoas, e como base comum para a comunicação.

Reflexão IV

Retomando as reflexões teóricas sobre a atividade educativa na atualidade, influenciada pelos impactos das tecnologias digitais, bem como as considerações de Libâneo aqui abordadas sobre a pedagogia como forma de humanização das pessoas e considerando a discussão com um grupo de professores, bem como as implicações dessas ideias para o componente curri¬cular, é possível estabelecer uma relação com a formação humana, a partir das áreas do conhecimento em estudo.
  De acordo com os referenciais teóricos, apresentados no caderno IV, o funcionamento social dos mecanismos políticos de cons¬trução do currículo e o papel do sujeito, diante do processo, determinam a forma como o sujeito pensa e aborda o conhecimento e, portanto, as áreas a partir das quais esse conhecimento é cons¬truído na escola.
O funcionamento das políticas educacionais em muito interfere nas visões ou repre¬sentações que apresentamos diante do que seja linguagem, arte ou prática esportiva. Podemos perceber tais elementos de modo fragmentado, como objetos estanques, ou podemos abordá-los a partir de uma visão integradora, que compreende a oralidade, a escrita, o som, a imagem e os movimentos corporais como formas de expressão de sentidos. E, nessa perspectiva, uma visão de currículo que se sustenta é aquela que o compreende como um processo ou uma experiência, que pressupõe o envolvimento dos sujeitos que participam dessa prática e são afetados por ela – educadores e estudantes – em um contexto específico e sociocultural determinado, isto é envolve a determinação do que é conhecimento válido e as maneiras como este deve ser construído.
Sabe-se que o currículo e seus conteúdos têm sido, desde muito, objeto de reflexão e de contesta¬ção. Acredita-se que advém, também, do fato de que as práticas educacionais implicam decisões e ações que afetam o “destino humano das pessoas”, como ressalta Libâneo (2010, p. 21), e assim requerem políticas e “projetos que explicitem direção de sentido da ação educativa e formas explícitas do agir pedagógico”. (LIBÂNEO, 2010, p. 21).
Diante destas concepções teóricas, as práticas pedagógicas interdisciplinar surgem a partir da capacidade do aluno compreender o mundo da leitura e da nova construção textual, a partir da utilização das diversas formas de linguagem, isto é, que sejam capazes de dialogar com todos os gêneros textuais que abordam temas semelhantes. E, para ilustrar tais práticas, já apontamos na reflexão II o projeto interdisciplinar que permeia várias áreas do conhecimento, bem como o trabalho com os mais variados recursos tecnológicos, já que, com ele se desenvolva atividades reflexivas de Português, Inglês, Geografia, História, Sociologia, Filosofia, Educação Física, Matemática e outras.

E, para ilustrar outras atividades que envolvam o diálogo entre os gêneros textuais, a partir de encaminhamentos práticos que exigiam o uso da tecnologia midiática, em que os alunos são protagonistas, apontamos um exemplo abaixo.