Caderno IV – Etapa II – Linguagens

Colégio Estadual Conselheiro Zacarias – EFM e EJA
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Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – 2015

Professores participantes:

Alexandra Sigora da Silva

Daniele Moraes Janhaki

Edson José Veiga Silva

Fernanda Daniela Prado

Inez Bernardi Amorim

Lisete Maria de Mira Lourenço

Loara Aparecida Borato Xavier

Paulo Soares da Fonseca

Raquel Ângela Arpini

Saly Christine de Souza Santa Barbara

Tania Maria dos Santos

Caderno IV – Etapa II – Linguagens

Reflexão e ação pág. 14 –

A área linguagens e sua contribuição para a formação do estudante do ensino médio.   

A relação entre a imposição e oposição na linguagem e entre a reprodução e a mudança social. De acordo com o texto, as linguagens são pré-estabelecidas no decorrer da história, elas é  que nos mostram a realidade.

Configura-se com grande importância a mobilização das atividades educativas para o favorecimento da aprendizagem no que se diz sobre o conhecimento da linguagem. Isto é possibilitado através das opções dentro desta forma de expressão, que deve ser encaminhada para uma mudança social.

As áreas de linguagem são práticas sociais que envolvem formas de interagir, com as várias linguagens organizadas e determinadas historicamente.

No filme O enigma de Kaspar Hauser, percebe-se que é fundamental a convivência com outra pessoa para a aprendizagem e seu desenvolvimento. O menino no filme é uma criança selvagem que vive encarcerada, sem contato verbal ou social. Por volta de seus 16 anos, Kaspar é levado a Nuremberg, uma comunidade alemã e passa a ser objeto de estudo e curiosidade, por não conseguir se expressar.

Kaspar não recebeu desde cedo linguagens de fatos e denominações de objetos da vida cotidiana que é interpretada e os dota de significados e os organiza no tempo e espaço nos indicando a realidade. Somente após  a convivência com a comunidade passa ao desenvolvimento da linguagem e socialização.

Kaspar aprendeu a linguagem, costumes e ritos da sociedade com auxílio do professor, inserindo-o de várias maneiras no convívio social. Mesmo aprendendo as regras básicas de convivência em sociedade, era desprezado pela sociedade. Preferia o cativeiro, pois, não se sentia incluído na comunidade, como mostra o filme, devido a não conseguir interpretar, organizar e denominar a realidade social.

De acordo com (Vygotsky) o desenvolvimento cognitivo acontece através da interação social entre duas ou mais pessoas que trocam experiências criando novos conhecimentos.

Pode-se dizer então que “As linguagens são aqui compreendidas como formas sócio históricas, definidoras de produção de sentidos, sendo que elas configuram mundos e o que denominamos realidade.” (pág. 10) Em outras palavras, a linguagem constitui visões de mundo e valores que nos são incutidos, visto que, somos aquilo que vivenciamos. Nosso contexto histórico-cultural define nossa forma de pensar, de ver e de agir no mundo.

Para que ocorra a identificação com a linguagem é preciso à exploração dos conhecimentos desta área como a organização e o uso crítico da mesma bem como suas diferenças. Além disto, o conhecimento cultural de âmbito local ao internacional como cidades históricas, a arte e a literatura se fazem tão necessárias quanto às expressões do bairro e escola, concretizando a valorização da cultura local onde o aluno possui maior identidade.

Também como uma opção na linguagem é o conhecimento sobre a diversidade e o seu reconhecimento, uma vez que ela é produto social e histórico e muitas vezes simbolismo de poder. Assim é criada dimensões críticas sobre a linguagem.

Mais necessária que a reprodução social é a mudança da forma que ela é reproduzida, a partir do conhecimento e posicionamento na realização da prática e o protagonismo através de critérios que permitem avaliar a sua própria conduta bem como a dos outros.

As mudanças sociais também são viáveis ao se conhecer o mundo globalizado, transcultural e digital quando há rompimento das fronteiras entre o espaço e o tempo que põem em cena as mestiçagens linguísticas, culturais, étnicas e sociais. E também as práticas digitais, as melhorias e a apropriação de técnicas para subsidiarem a criticidade e a participação social e profissional do aluno cidadão.

A linguagem é um  meio utilizado pelo ser humano para comunicar ideias ou sentimentos através dos signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais, etc. e é utilizada, na maior parte do tempo para pedir ou transmitir informações e para que esta aconteça deve ser feita entre duas ou mais pessoas.

Existem, atualmente, diversas possibilidades de linguagem:

  - Linguagem musical: ideologias nas músicas do cotidiano, gingles nas propagandas, vinhetas televisivas.

- Linguagem teatral: postura corporal, expressão corporal, expressão gestual (acenos, palavrões, simbologias).

- Linguagem visual: cores no cotidiano (no semáforo, na publicidade e na moda), design  de objetos e construções.

- Linguagem da internet: símbolos, termos e palavras abreviadas.

- Língua estrangeira: domínio de termos e enunciados estrangeiros.

Reflexão e ação pág. 21-

Os sujeitos estudantes do Ensino Médio e os direitos à aprendizagem e o desenvolvimento humano.

Percebemos que ao trabalhar as referidas linguagens estamos proporcionando aos alunos a possibilidade de efetivos direitos de aprendizagem.

É o momento em que se promove a verdadeira interação e socialização das inúmeras linguagens e estas fazendo parte do universo do estudante, tornam-se objeto concreto de estudo, construindo os diversos tipos de saberes.

Reflexão e ação pág. 31-

Trabalho, Cultura, Ciência e Tecnologia na área de Linguagens.

O trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia estão estabelecidos na DCNEM de 2012 em seu art. 4º, inciso VIII, como dimensões da educação e do desenvolvimento curricular. Essas dimensões se relacionam com a área de Linguagens e seu trabalho pedagógico buscando expandir a compreensão dos estudantes para, além do caráter instrumental das linguagens, enfatizar as relações das mesmas com o trabalho, os vínculos desta com as tecnologias e o modo como se articulam e se inter-relacionam com a cultura.

As práticas pedagógicas e também as políticas educacionais atualmente devem incorporar o uso da tecnologia, pois ela faz parte do social e do cultural do nosso educando, é uma nova maneira de se chegar à produção do conhecimento.

Quando a tecnologia ajuda a despertar o interesse pela aprendizagem, ela deve ser utilizada como prática pedagógica em sala de aula. Conforme explica Libâneo:

“Relativização do conhecimento sistematizado, especialmente do poder da ciência, destacando o caráter instável de todo conhecimento, acentuando-se, por outro lado, a ideia dos sujeitos como produtores de conhecimento dentro de sua cultura, capazes de desejo e imaginação, de assumir seu papel de protagonistas na construção da sociedade e do conhecimento”. (Libâneo, 2010)

Para que estes saberes sejam bem aproveitados torna-se necessário um trabalho interdisciplinar, com o tema capaz de “fazer a cabeça” de jovens e adolescentes, em que linguagens e as diferentes dimensões do currículo como o trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia apareçam entrelaçados com o interesse destes. Faz se necessária a análise dos estilos de:

 

            a) - roupa/calçado, tatuagem, cabelo (corte/cor/penteado), piercing.

                - música

                - expressão corporal

                - redes sociais, tais como: whatsapp, instagram, smapchat

                - esporte (futebol, skate)

                - baladas/festas/reuniões sociais.

          

            b) - Leitura, escrita e interpretação. Transmissão das ideias centrais dos livros

                 pedidos em vestibular, didáticos, paradidáticos.

                - Teatro, esquetes

                - Produzir e parodiar músicas ou interpretá-los

                - Criar tirinhas e charges

                - Produzir vídeos de curta-duração

                - Redes sociais para comunicação e organização entre eles e também para

                 divulgar e compartilhar informações.

 

Através desta análise teremos a oportunidade de trabalhar os mais diversos gêneros textuais utilizados, com diferentes assuntos pertinentes à realidade destes jovens, sem deixar de trabalhar as dimensões: cultura, ciência, tecnologia e trabalho, auxiliando-os  em uma auto avaliação sobre sua qualidade de vida em relação a temática posta e de que maneira eles poderiam modificar suas ações em busca de melhorias em seu cotidiano, levando em conta a vida saudável e não simplesmente um padrão previamente imposto.

Concluímos então, que a parte pedagógica  está diretamente ligada  à aquisição do conhecimento, com influência das tecnologias.

Reflexão e ação pág. 41 –

Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens.

As práticas educacionais implicam decisões e ações que explicitem a ação educativa e formas explícitas do agir pedagógico como: as escolhas metodológicas, os recursos utilizados e as visões filosóficas que embasam esse fazer pedagógico. A metáfora da árvore nos faz refletir sobre este processo. Cada parte dela apresenta uma destas ações nessa reflexão:

  - Folhas: Possuem mais visibilidade correspondendo ao topo da árvore, nelas estão identificadas as técnicas de ensino, a apresentação dos conteúdos, bem como procedimentos de sala de aula, representando os conteúdos selecionados e o modo de abordá-los.

- Tronco: Corresponde a uma pedagogia que, por sua vez, é mantida pela raiz que representa a filosofia da educação.

Segundo a autora, na medida em que a árvore interage como meio, assim como “a prática, a pedagogia e a filosofia da educação interagem com os contextos sociais, históricos e culturais”.

Neste sentido, não há métodos perfeitos ou modos únicos e corretos de agir na sala de aula.

Faz-se mister agir pedagogicamente a partir do perfil e das particularidades  dos estudantes, aliando as práticas educativas,  saber refletir sobre os seus valores e  ideologias que possuem e articulam. Devemos sempre ter em mente uma perspectiva situada do ensino e da aprendizagem, atribuindo sentidos  à ideia de ética e justiça social.

Pensando no currículo podemos perceber que não podemos ter uma visão focada apenas na ação do professor sem levar em conta as ideias e ideologias que sustentavam essas ações. Monte Mor (2011) enfatiza que assim como a árvore interage com o meio, a prática, a pedagogia e a filosofia da educação interagem com os contextos social, histórico e cultural e precisam contemplar o desenvolvimento humano, onde o currículo seja visto também como uma prática social.

Nessa perspectiva, os professores de cada disciplina que integra o currículo, cumprem um papel importante ao refletir em sua prática pedagógica os valores e ideologias que elas carregam e veiculam, reconhecendo e buscando formas alternativas de não ser silenciados pela estrutura sistêmica que induz às fragmentações do pensar e do agir.

A linguagem tem papel importante na constituição da consciência social. A escola, portanto, precisa possibilitar aos estudantes a compreensão, apropriação e o uso de várias formas de linguagem, envolvendo diversos componentes curriculares.