Caderno III- Etapa II - Ciências da Natureza

COLÉGIO ESTADUAL ARCÂNGELO NANDI – SANTA TEREZINHA DE ITAIPU – PR

PARTICIPANTES:

ANNA BEATRIZ PONTES SILVEIRA
CARINE GOERCK WOLDKWSKI
DIANNE VENSON
JULIANO FERRAZ
MABELLY VENSON
MARIA ANGÉLICA MORINI
MARIA LUZIA SOARES DA SILVA BUZANELLO
VALMIRO DA SILVA
VERÔNICA DE OLIVEIRA ALBUQUERQUE
SERGIO LUIZ ALBUQUERQUE JÚNIOR

ORIENTADOR DE ESTUDOS: ANNA BEATRIZ PONTES SILVEIRA

FORMADOR REGIONAL: MARINÊS LIGESKI

NRE: FOZ DO IGUAÇU

REFLEXÃO E AÇÃO
SÍNTESE DO CADERNO III – ETAPA II – CIÊNCIAS DA NATUREZA

Para propor uma prática pedagógica é necessário ter não apenas uma única visão, mas sim uma visão multifacetada. A aplicação de uma prática de ensino interdisciplinar e contextualizada contribui para o desenvolvimento do aluno em todos os componentes curriculares, tornando-o uma pessoa mais crítica e participativa. Esta prática procura fazer com que os professores fiquem atentos a todas as mudanças no campo da educação e façam uma avaliação continuada da sua prática pedagógica (MALDANER, 1999).
De acordo com Moreira (2006) apoiado em Ausubel, aprendizagem significativa é um processo pelo qual, uma nova informação relaciona-se com um aspecto especificamente relevante da estrutura do conhecimento do indivíduo, ou seja, propõe que o educador avalie o que o aluno já sabe e então organize o ensino de acordo com esses conhecimentos. O que é muito comum hoje em dia nas escolas é o aprendizado mecânico, onde o aluno memoriza os conceitos aprendidos sem que necessariamente esses conceitos tenham algum significado. Com a aprendizagem significativa o aluno não apenas recebe as informações como também participa, mostrando o conhecimento já aprendido, de modo que o aluno vai construindo e aperfeiçoando seu próprio conhecimento.
É comum associarmos investigação com experimentação nas salas de aula de Ciências da Natureza. No entanto, a experimentação no ensino de Ciências da Natureza, de maneira geral, é aplicada para se demonstrar algum conceito e, muitas vezes, tem somente como objetivo motivar mais o aluno para o tema. Ao contrário dessa concepção, tentamos mostrar nesta unidade que a investigação no ensino das Ciências da Natureza constitui-se por princípios orientadores da prática pedagógica. Esses princípios não necessariamente se concretizam por meio de atividades experimentais. Podem ser realizados também com a mediação de textos didáticos, textos de divulgação científica, exercícios, vídeos, atividades com características diversas. Cabe salientar que uma atividade experimental em que é solicitado ao aluno seguir um protocolo e as questões apenas confirmam o conceito estudado nas aulas teóricas precedentes, não contribui nem para o aprendizado nem para a construção de uma visão de Ciências da Natureza como discutido aqui.
Na contemporaneidade, abordar a questão da interdisciplinaridade no Ensino Médio, especificamente no ensino de Ciências da Natureza, significa entrar em contato com as discussões que permeiam a organização do trabalho pedagógico, nos níveis teórico e prático. Assim, cada vez mais se faz necessária uma reflexão sobre o tema, tendo em vista as diferentes formas de abordá-lo. No decorrer das atividades, pode-se verificar que alguns professores desenvolveram atividades educativas com características interdisciplinares, alguns professores infelizmente não se motivaram a participar desse trabalho, pois os mesmos relataram não estarem preparados para trabalhar de forma interdisciplinar, alguns apenas disseram não gostar de trabalhar desse modo.
As maiores dificuldades apontadas pelos professores para a realização dessa prática interdisciplinar ficaram atreladas às condições vivenciadas no cotidiano escolar, tais como: ausência de interação entre alguns professores do colégio durante o planejamento falta de tempo e recursos entre tantos outros. Ficou evidenciado neste trabalho que alguns professores ainda mantêm um ensino fragmentado e compartimentalizado, revelando uma prática tradicional de ensino pautada na transmissão dos conhecimentos científicos, outros realizam um ensino contextualizado, de forma a romper com a fragmentação e linearidade dos conhecimentos. Dessa forma, apresentam uma atitude interdisciplinar, ao trazerem para o contexto do ensino as implicações sociais dos conhecimentos. Acredita-se que o ensino-aprendizagem terá a relevância que merece, quando os professores alcançarem uma compreensão e consciência de que, a realização de práticas de ensino interdisciplinares e contextualizadas favoreçam uma educação que possibilite a formação de pessoas críticas, participativas, capazes de transformar seu entorno e a realidade na qual estão inseridos. Para isso, é necessária reflexão sobre nossas atitudes e práticas pedagógicas no processo ensino-aprendizagem nas escolas. Também se percebeu que um trabalho interdisciplinar produz uma mudança significativa no ensino, já que os alunos mostram grande interesse na produção dessa pesquisa. Mas para alcançar essas mudanças foi preciso relacionar os conhecimentos empíricos com os conhecimentos científicos elaborados de forma bem planejada para mostrar a importância da aprendizagem e assim tornando-a significativa. Com essas mudanças, e não são tão fáceis de serem realizadas, porém com muita leitura sobre o assunto, é possível promover uma quebra de paradigmas entre alunos e professores na hora de trabalhar de forma interdisciplinar, produzindo assim uma nova prática pedagógica nas escolas.

Referências

FAZENDA, I. C. Didática e interdisciplinaridade. São Paulo: Papirus, 2003.

MALDANER, O, A. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do professor de química. Química Nova, v.22, n.2, 1999.

MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implicação em sala de aula. Brasília: UnB, 2006.

NOGUEIRA, N. R. Interdisciplinaridade aplicada. São Paulo: Ética, 2003.