CADERNO III -CIÊNCIAS DA NATUREZA - Cursistas: Darlan Chiamulera, Dileusa Camargo, Francielli Viecelli Della Betta, Emerson C. Marques, Angela Maria Slongo, Ema Luiza Piasson, Flaviano Oparacz, Ivone V. Engel, Neide F. de Oliveira, Cecilia B. Reginato

NRE - FOZ DO IGUAÇU

COLÉGIO MONDRONE - MEDIANEIRA - PR

 

REFLEXÃO E AÇÃO
1-Caro professor, cara professora, a seguir propomos duas atividades para a atividade de reflexão e ação. 1. Abaixo, está o link para uma questão da prova de Ciências da Natureza do exame PISA. São três questões sobre O COMPORTAMENTO DO ESGANA-GATA, da página 63 a 68 de http://download.inep. gov.br/download/internacional/pisa/Itens_liberados_Ciencias.pdfhttp://download.inep.gov.br/download/internacio¬nal/pisa/Itens_liberados_Ciencias.pdf

O COMPORTAMENTO DO ESGANA-GATA
O esgana-gata é um peixe de fácil manutenção em aquário.
Durante a época de reprodução, a barriga do esgana-gata macho passa do prata ao vermelho.
O esgana-gata macho atacará qualquer rival que se aproximar do seu território e tentará afugentá-lo.
Se uma fêmea de coloração prata se aproximar, ele tentará levá-a ao seu ninho, para que ela deposite seus ovos.
Analise as questões e discuta com o seu grupo:
Quais são os conhecimentos que essa questão tem como objetivo avaliar?
O comportamento do peixe esgana-gata durante o período de acasalamento e reprodução. Como ocorrem estes dois fenômenos.              

Discuta com seu grupo a importância de o estudante do Ensino Médio ser avaliado em relação a esses conhecimentos, de acordo com o que foi discutido na questão a.
A experiência dá sentido ao conhecimento científico através da observação e comprovação dos dados obtidos e tabulados durante a experiência. Através do planejamento e a confecção dos materiais e o registro dos dados na forma de gráficos, os alunos são motivados a sistematizar os conhecimentos através da pesquisa e da experiência.

Como o ensino das Ciências da Natureza, no seu contexto de trabalho, pode contribuir para o desenvolvimento desses conhecimentos?

Através de experiências e a contextualização para atribuir significados aos conteúdos das Ciências da Natureza. Como explica no caderno III da etapa II, na página 20, “...é preciso favorecer práticas que envolvam a participação ativa dos estudantes como su-jeitos protagonistas no processo educativo. Nesse sentido, apontamos a pesquisa, trazida pelas DCNEM como princípio pedagógico, como um possível fio condutor para o planejamento docente, na medida em que possibilita que a investigação e a busca por respostas favoreçam a construção e a reconstrução dos co¬nhecimentos científicos, de maneira significativa.”
2. É comum associarmos investigação com experimentação nas salas de aula de Ciências da Natureza. No entanto, a experimentação no ensino de Ciências da Natureza, de maneira geral, é aplicada para se demonstrar algum conceito e, muitas vezes, tem somente como objetivo motivar mais o aluno para o tema. Ao contrário dessa concepção, tentamos mostrar nesta unidade que a investigação no ensino das Ciências da Natureza constitui-se por princípios orientadores da prática pedagógica. Esses princípios não necessariamente se concretizam por meio de atividades experimentais. Podem ser realizados também com a mediação de textos didáticos, textos de divulgação científica, exercícios, vídeos, atividades com características diversas. Cabe salientar que uma atividade experimental em que é solicitado ao aluno se¬guir um protocolo e as questões apenas confirmam o conceito estudado nas aulas teóricas precedentes, não contribui nem para o aprendizado nem para a construção de uma visão de Ciências da Natureza como discutido aqui.
Nos documentos abaixo, há três atividades experimentais sobre um mesmo tema. Aparentemente, as atividades se referem a temas de Biologia e os professores de Física e Química podem não se senti¬rem confortáveis em analisá-las. No entanto, as atividades pretendem criar possibilidades de o estudante vivenciar o pensamento e a argumentação científicos. Ao ser possível compará-las, enriquecemos esta reflexão. Por essa razão, convidamos a todos os professores a realizá-la, de preferência em grupos inter¬disciplinares.

No interior de um organismo vivo ocorrem processos bioquímicos de extraordinária complexidade. Esses processos constituem, em conjunto, o metabolismo.
O metabolismo inclui desde reações simples até bastante complexas como, por exemplo, a fabricação de alimento através da luz (fotossíntese). É o metabolismo que permite ao organismo crescer e se reproduzir, possibilitando assim a perpetuação das espécies.

MATERIAL PARA EXPERIMENTO 1 E 2
• pote plástico
• anilina (azul, amarelo)
• flor branca (rosa, palma, cravo e crisântemo)
• água
• estilete
• espátula
• pano
• 1 béquer de 150 mL
• Elódea sp
• 1 funil
• 1 tubo de ensaio
• solução de bicarbonato de sódio
• 1 suporte com lâmpada

PROCEDIMENTO

Experiência 1: Condução de água e nutrientes em plantas:
Descrição
Cada grupo  encheu um pote com água (mais ou menos 3/4 do pote), adicionando uma espátula de anilina na água, mexendo bem para que dissolve-se, após foi feito um corte transversal no talo da planta conforme o esquema mostrado abaixo e rapidamente foi colocada na água, após trinta minutos de espera observou-se.

Após trinta minutos alguns questionamentos foram feitos aos alunos:
1. O que aconteceu com a flor branca ?
2. O que podemos provar com este experimento ?

Conclusão:
Observou-se que após trinta minutos a flor branca teve uma mudança de coloração das pétalas, assumindo a tonalidade da anilina usada (amarelo e azul).
Com o experimento pode ser provado que existe um sistema de transporte de substâncias pelo interior do talo. A seiva a solução de anilina e água é deslocada de modo ascendente via vasos condutores até a extremidade  da planta onde se encontra a flor.

Experiência 2: Fotossíntese
Cada grupo  colocou a Elodea sp no bequer de 150 mL e cobriu com 1 funil emborcado (de cabeça para baixo), preencheu o béquer, bem como o funil com a solução de bicarbonato de sódio. Tomou cuidado para que a solução cubra também a haste do funil e não forme bolhas. Preencheu o tubo de ensaio com a solução de bicarbonato de sódio e acoplou à haste do funil, tomando cuidado para não entrar bolhas de ar no tubo, posicionar o experimento o mais próximo possível da fonte de luz, e o mesmo experimento na luz do sol (de acordo com o esquema ao lado). Verificando assim:

Observação: O bicarbonato de sódio é utilizado no experimento como fonte de CO2. PERGUNTAS
1. O que aconteceu com a planta ? _
2. A fotossíntese só ocorre durante o dia ?
3. Qual o produto da fotossíntese ?
Primeiramente analisou-se a reação que está ocorrendo pela adição de água e bicarbonato de sódio:

Conclusão:
Quando a planta tem água, gás carbônico e luz solar, ela consegue produzir o seu próprio alimento, que é a glicose (um açúcar). Durante a transformação da água e do gás carbônico em alimento, a planta libera oxigênio (O2) no ar.
As plantas fazem a fase clara da fotossíntese exclusivamente durante o dia, enquanto a fase escura e a respiração podem ocorrer em qualquer período, apesar de ser mais comum a respiração durante a noite, já que não há outro recurso energético que garanta a sobrevivência da planta com a ausência da radiação solar.
Sendo assim a os produtos finais da fotossíntese são a glicose e o oxigênio. 
Reação:

 

Experiência 3: Transpiração

MATERIAL
• vaso com uma planta.
• saco plástico.
• pedaço de barbante.
Cada grupo buscou seu material para realizar o experimento, teve-se o cuidado de cortar o galho dentro de um recipiente com água, para não obstruir os canais condutores da planta, apos colocou-se uma das ramificações (galho) da planta dentro de um saco plástico e amarrou-se com um barbante.
Em seguida colocou-se o vaso ao sol durante 15 minutos.
Observação: Este experimento realizou-se com folhas de fico, planta encontrada no pátio da escola.

PERGUNTAS
1. O que você observou?
2. Por que isto aconteceu?
3. A expressão: “a Amazônia é o pulmão do mundo” não está correta. Você saberia dizer quais são os grandes produtores de oxigênio em nosso planeta?
4 . Você pode afirmar que sem as plantas não haveria vida no nosso planeta? Explique.

Conclusão:
Houve a formação de gotículas de água dentro do saco plástico, a partir do vapor da transpiração da planta, que se condensam ao contato com  a superfície mais fria. Isso acontece devido a maior parte da água absorvida pelas plantas evaporar pela parte aérea para o ar circundante. A perda de água na forma de vapor dá-se o nome de transpiração.
Quando ouvimos a expressão “a Amazônia é o pulmão do mundo”, equivocadamente acredita-se que sim, isso não é verdade pelo fato da floresta apesar de consumir CO2 enquanto vivas e liberarem O2 , promovendo assim o equilíbrio, quando mortas fazem o processo contrário. O pulmão do mundo são as algas que são responsáveis por jogar quase 55% de todo o oxigênio produzido no planeta.
Quando pensamos nas plantas poderíamos pensar que sem elas não haveria vida no planeta, se pensarmos que o planeta vive em harmonia, sua cadeia alimentar está em perfeita ordem sistemática, as plantas sendo tratadas como organismos classificados de produtores, sem a sua existência associada a produção de oxigênio e alimento para os outros seres, a vida como a conhecemos seria inviável.
Para concluir o experimento, foi proposto uma palavra cruzado, com os seguintes questionamentos:

 

PALAVRAS CRUZADAS
1. Transformação da energia solar em energia química, com a produção de alimento para a planta.  Fotossíntese
2. Principal processo de perda de água em forma de vapor pelas plantas e demais organismos. Transpiração
3. Transporte de água e nutrientes por toda planta através de feixes condutores. Condução
4. Pigmento responsável pela absorção da luz durante a realização da fotossíntese. Clorofila
5. Conjunto de processos físicos e químicos realizados pela célula. Metabolismo

Conclusão geral:
O experimento foi capaz estimular  a construção de explicações a partir das observações e produzir  representações que sintetizaram as atividades práticas. Encaminhamentos dessa natureza vão mediar novas discussões, tendo como ponto de partida o contato com novos conhecimentos. Nesse sentido, os experimentos constituem fatores que podem acelerar a obtenção dos resultados, visto que as atividades práticas propostas são capazes de instigar outros questionamentos que, investigados, irão contribuir para uma abrangência maior, no que se refere à aquisição do conhecimento.
Para concluir a proposta do  experimento é que os próprios alunos realizem a prática, muito diferente do que o professor manusear os materiais e reagentes, onde os alunos apenas apareçam como ouvintes, o entendimento e a percepção das reações e transformações que estão acontecendo é muito mais visível.

3- Caro professor, cara professora, leiam as proposições abaixo, retiradas do livro Ensino de Ciências e Cida¬dania das autoras Myrian Krasilchik e Marta Marandino (2007, p. 54-55). Este livro pode ser encontrado na biblioteca da sua escola, pois faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE do Professor, do ano de 2010.
ENSINAR CIÊNCIAS É:
Estimular atividade intelectual e social dos alunos.
Motivar e dar prazer pelo aprendizado.
Demonstrar que o processo da ciência e da tecnologia resultou de um esforço cumulativo de toda a humanidade.
Demonstrar que o conhecimento científico vai mudando à medida que novas informações e teorias levam a interpretações diferentes de fatos.
Estimular a imaginação, a curiosidade e a criatividade na exploração de fenômenos de interesse dos alunos.
Fazer com que os estudantes conheçam fatos, conceitos e ideias básicas da ciência.
Dar condições para trabalhos práticos que permitam vivenciar investigações científicas rigorosas e éticas.

ENSINAR CIÊNCIAS NÃO É:
Realizar exercícios de laboratório seguindo “receitas”, sem promover discussões para análise de pro¬cedimentos e resultados.
2- Usar “fórmulas” para resolver problemas sem discutir o seu significado e propostas alternativas.
Fazer os alunos decorarem termos que não mais serão usados durante o curso.
Priorizar na sequência do curso e das aulas o conteúdo sem levar em conta fatores que promovam a motivação e o interesse pelo mesmo.
Não relacionar e exemplificar sempre que possível o conteúdo ao cotidiano e às experiências pessoais dos alunos.
Não apresentar aplicações práticas do que é ensinado.
Não criar situações para realização de experimento mesmo em situações adversas de trabalho, falta de material, classes numerosas, entre outras.
Permitir que os alunos pensem que a Ciência está pronta e acabada e que os conhecimentos atuais são definitivos.
Não apresentar e analisar a evolução histórica da ciência.

Discuta essas afirmações com os seus colegas. Todos concordam com essas afirmações? Como podem, de fato, serem planejadas práticas que corroborem com tais proposições?

Analisando o ensino de ciências ao tratar de suas limitações e possibilidades, considerando-se o professor e sua formação, o aluno e suas necessidades, e a dimensão didático pedagógica que em suas interações pode favorecer o processo de ensino e aprendizagem e inserindo o aluno em um mundo de significados novos. Isso significa instigá-lo para um pensar diferente, ver e explicar o mundo – o modo científico - e de familiarizá-lo com uma linguagem diferente daquela utilizada no cotidiano – a linguagem científica – que possui características próprias da cultura científica.
Como a ciência é um conjunto metódico de conhecimentos constituído mediante as observações e experiências, deve ser trabalhada através de estímulo, atividade intelectual e social do aluno, levando em consideração a união de toda a humanidade.  Ensinar ciência significa mudar cientificamente as informações, criando novas ideias, e  não  desenvolver suas atividades de laboratório visando somente conteúdo trabalhado em sala de aula privilegiando o desenvolvimento de algumas competências que têm a ver com a formação do pensamento científico crítico e autônomo.
Os professores de Ciências organizam suas aulas incluindo diversas abordagens didáticas: a realização de experiências, o trabalho com textos, os debates, as pesquisas sobre a história da ciência, as atividades com o objetivo de analisar os resultados dos experimentos feitos pela turma e muitas outras. O importante é que as aulas permitam aos alunos ter um papel ativo, estimulando a atividade intelectual e social do educando a partir do uso da imaginação, curiosidade e criatividade.
As boas experiências são aquelas que se relacionam de maneira direta com o tema estudado, que apresentam perguntas a serem respondidas e que não se restringem apenas a receitas que, seguidas passo a passo, confirmam algo que já se sabe. Ao fazer bons experimentos, os estudantes aprendem a manter todas as condições constantes, salvo aquela variável que se quer investigar, a necessidade de registrar os dados para poder analisá-los depois e a importância de escolher um método de medição ou análise que corresponda aos objetivos, entre muitas outras coisas. Também é fundamental que as experiências sejam guiadas sempre partindo de perguntas genuínas, que não se prestem apenas a verificar informações que o educador já transmitiu aos alunos.
Sendo assim, para que sejam planejadas práticas que levem ao sucesso no aprendizado, faz-se necessário que haja empenho por parte do educador, , enquanto facilitador do processo de ensino-aprendizagem, das políticas educacionais com o fornecimento de laboratórios equipados e com laboratorista em apoio ao professor ,a fim de utilizar técnicas que levem o educando a participar de maneira ativa, e principalmente, de um educando que queira aprender e que permita que seu educador desempenhe sua função com tranquilidade para que possa   tornar-se um indivíduo crítico e consciente de seu papel na sociedade.
4-Caro professor, cara professora, a partir das reflexões dessa unidade sugerimos que pensem no pla¬nejamento de uma atividade ou sequência de atividades de ensino desenvolvida de forma interdisciplinar a partir dos temas indicados a seguir, ou outro tema que o grupo achar pertinente. O planejamento deve considerar a sequência proposta pela figura 2 para uma abordagem CTS e também aspectos do ensino por investigação discutidos na unidade 1 deste Caderno.
Sugerimos que após o planejamento, discussão e reflexão sobre a realização da atividade, esta seja concretizada em sala de aula com seus alunos.
Temas: alimentos transgênicos; clonagem humana; construção de usinas nucleares; crise no forne¬cimento de água e energia; efeito estufa; enchentes; exploração espacial; fontes de energia e os possíveis impactos ambientais; meios de transporte; poluição em suas diferentes formas; utilização do aparelho telefônico celular na atualidade.
Conteúdo: Energia Elétrica
Dimensão: Sociedade, Economia, Política e Meio ambiente, Força, Movimentos, Energia Cinética e potencial
Disciplinas: Física, Geografia
Objetivos:
Avaliar as energias alternativas no Brasil, viáveis para substituir  os combustíveis fósseis como principais fontes de energia da nossa sociedade, e estudar a matriz energética produtora de energia hidrelétrica vigente no Brasil.
Comentários:
Em sala de aula: Aborda-se o consumo energético pelos diversos setores do país; a disponibilidade de fontes energéticas no território brasileiro e conseqüências ao meio ambiente decorrentes do seu uso; as políticas energéticas e a necessidade de obter novas matrizes; como se obtém as energias, principalmente as hidrelétricas que formam a matriz energética do nosso país; e o papel da sociedade quanto ao consumo e responsabilidades ambientais.
De acordo com informações dos mais diversos meios de comunicação, atualmente existem inúmeras ameaças à vida no planeta Terra, e elas precisam ser enfrentadas no presente, a fim de garantir o futuro para todos.
Muitas dessas ameaças vieram de problemas gerados e acelerados pela vida urbana e pela industrialização, automóveis, alto consumo de insumos naturais, superpopulação e poluição. Essas agressões chegaram até os reservatórios de água, até a atmosfera e até o ambiente florestal, alterando o equilíbrio dos sistemas.
A Física colabora na solução de alguns desses problemas, visto que, em grande parte, foram avanços na área da Física e da engenharia que ajudaram a provocar alguns desses mesmos problemas. Também explica os movimentos e forças geradoras de energia.
Trabalhos e Avaliação:
Indica-se uma bibliografia básica (livros, reportagens, documentários disponíveis na internet, sites, etc.), depois a classe é dividida em grupos e para apresentação de trabalhos sobre o tema. Cada grupo apresentará informações sobre os diversos tipos energéticos existentes no país.
Também, é realizada uma visitação a Furnas, em Foz do Iguaçu, onde a energia é processada e distribuída, e a Itaipu Binacional que produz a energia.  Este é o momento em que os alunos percebem a importância da energia para um país, dada a grandeza destas empresas, sua organização e exposição de dados aos estudantes.
A avaliação é realizada através dos trabalhos em grupo apresentados e das avaliações individuais.

5- Caro professor e cara professora do Ensino Médio, nesta unidade realizamos uma discussão sobre ciência e a forma como a mesma se materializa nos currículos e cotidianos das escolas. Apresentamos algumas propostas de abordagens pedagógico-curriculares da área e alguns exemplos de como os compo¬nentes curriculares podem se organizar – por meio de planejamentos individuais ou interdisciplinares – de acordo com os direitos à aprendizagem dos estudantes.
Sugerimos que você, e seu grupo, definam uma temática relevante para sua realidade, escolham uma das abordagens apresentadas e planejem uma unidade de ensino envolvendo os componentes curri¬culares da área de maneira interdisciplinar. Feito isso, postem a atividade, em formato de artigo, no Portal Em Diálogo (http://www.emdialogo.uff.br/). Se possível, apliquem com seus alunos e discutam como foi o trabalho em sala de aula e de que forma a unidade de ensino contribuiu para a formação integral dos estu¬dantes na perspectiva das DCNEM.

PROJETO INTERDISCIPLINAR: DIETAS ALIMENTARES MUITO RESTRITAS CAUSAM GRAVES PROBLEMAS À SAÚDE

A indisposição, cansaço mental, mau humor e insônia são alguns indícios do baixo consumo de vitaminas e minerais necessários ao organismo. A alimentação deficiente pode resultar em problemas físicos e mentais, além de influenciar também nos fatores estéticos do ser humano. Portanto, dietas restritas e “milagrosas” devem ser avaliadas e exigem cuidados.
As vitaminas são substâncias orgânicas que desempenham papel importante no nosso organismo em pequenas quantidades. São fundamentais na transformação de energia, embora não sejam fontes, ajuda na regulação do metabolismo, auxilia no sistema imunológico, protegendo nosso organismo.
Além dos males, a falta constante destes micronutrientes no organismo pode levar, por exemplo, a uma maior predisposição a hemorragias ocasionadas pela carência de vitamina K, anemia por deficiência da vitamina B12 e à esterilidade, que pode estar ligada à ausência de vitamina E, além de infecções recorrentes. Em virtude disso, é importante que o aluno tenha conhecimento das consequências que se tem com a má alimentação.
Quando o organismo não recebe as quantidades de vitaminas, minerais e calorias suficientes para armazenamento, as atividades vitais são atingidas,
portanto, todas as dietas que não privilegiam o equilíbrio entre os grupos alimentares prejudicam a oferta de nutrientes e micronutrientes essenciais para manutenção do organismo.
A dieta precisa ser feita sob supervisão de um profissional da saúde. Além disso, se necessário, é importante a utilização dos suplementos de vitaminas e minerais para complementá-las. A refeição inadequada também pode ocasionar a deficiência no fornecimento de energia necessária para o corpo e, quando mantidas em longo prazo, pode levar à desnutrição.
Mais preocupante que as dietas são os Transtornos Alimentares que constituem uma verdadeira "epidemia" que assola sociedades industrializadas e desenvolvidas acometendo, sobretudo, adolescentes e adultos jovens. Na escola é frequente as reclamações dos alunos em relação a estética, a preocupação em manter o corpo magro, alimentando-se mal e prejudicando a saúde.
Quais serão os sintomas dessa epidemia emocional?
De um modo geral, o pensamento falho e doentio das pessoas portadoras dessas patologias se caracteriza por uma obsessão pela perfeição do corpo. Na realidade, trata-se de uma "epidemia de culto ao corpo" que se multiplica em uma população patologicamente preocupada com a estética corporal e afetada por alterações psíquicas relacionadas ao esquema corporal. É assim que os Transtornos Alimentares veem aumentando sua incidência.Também podem ser traços característicos da personalidade inclinada à Anorexia Nervosa uma preocupação e cautela em excesso, medo de mudanças, hipersensibilidade e gosto pela ordem. Como se vê, são traços compatíveis com o Espectro Obsessivo-Compulsivo. Para inclinação à Bulimia os traços característicos da personalidade seriam a impulsividade, desorganização, preferência pelo novo, fácil desmotivação, extroversão, preocupação com modismos. Essa patologia é significativamente agravada pela valorização desmedida que algumas culturas modernas emprestam à estética corporal, sugerindo às pessoas mais vulneráveis que seria praticamente impossível conciliar a felicidade com uma discreta "barriguinha". De um modo geral, desejar ter uma imagem corporal melhor não implica sofrer de algum transtorno emocional, obviamente. Entretanto, desejar ardentemente ter uma imagem corporal perfeita aumenta muito as possibilidades de que apareça algum transtorno emocional conforme a imagem abaixo.
 
PROBLEMATIZAÇÃO EM SALA

Na duas primeiras aulas o texto acima foi lido com toda a turma do 2º ano, em seguida iniciou-se um debate a cerca do tema “Distúrbios alimentares na adolescência” partindo das seguintes  questões:
Alguém aqui já fez dieta?
Que tipo de dieta?
Essa dieta foi acompanhada por algum profissional da saúde?
Os objetivos foram alcançados garantindo saúde?
O texto que acabamos de ler aponta alguns motivos que levam os adolescentes a se tornarem presas fáceis da bulimia e da anorexia.  Porque isso acontece?
Que medidas poderiam ser tomadas para evitar esses problemas? Que são os Transtornos Alimentares?
Alguns alunos disseram que já haviam feito algumas dietas mas, sem orientação de nutricionista como por exemplo, dieta sem glúten, dita dos pontinhos, dietas com carboidratos etc. Uma das alunos relatou que na empresa em que trabalha, foi proposta a dieta “Na medida certa ”, toda semana os funcionários realizavam a pesagem e se tivessem aumentado o peso deveriam pagar um valor em dinheiro que seria revertido em alimentos saudáveis para o café na empresa. Segundo a aluna, o projeto foi motivador e muitos funcionários que estavam acima do peso conseguiram emagrecer.
Após, a problematização teve-se compreensão de que os transtornos alimentares são definidos como desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre outros problemas físicos e incapacidades.
Na terceira aula os alunos foram ao laboratório com a professora pesquisar sobre transtornos alimentares e o processo de formação das palavras bulimia e anorexia e ao retornarem para a sala, produziram cartazes de conscientização a cerca dos transtornos alimentares que foram expostos na escola.

Construção de cartazes:

 

Na quarta aula foi feita uma revisão dos verbos no presente do indicativo utilizando o verbo “Alimentar”
Indicativo
Presente
eu alimento
tu alimentas
ele alimenta
nós alimentamos
vós alimentais
eles alimentam
Pretérito perfeito composto
eu tenho alimentado
tu tens alimentado
ele tem alimentado
nós temos alimentado
vós tendes alimentado
eles têm alimentado
Pretérito imperfeito
eu alimentava
tu alimentavas
ele alimentava
nós alimentávamos
vós alimentáveis
eles alimentavam
Pretérito mais-que-perfeito composto
eu tinha alimentado
tu tinhas alimentado
ele tinha alimentado
nós tinhamos alimentado
vós tinheis alimentado
eles tinham alimentado

Dentre as disciplinas de ciências da natureza podemos estudar: em biologia os transtornos alimentares os vários tipos de vitaminas essenciais para a dieta humana.
Em química podemos estudar as calorias contidas nos alimentos a formulação de um cardápio, as vitaminas, coenzimas e sais minerais suas fórmulas moleculares estruturais e síntese, a utilização na indústria.

Cálculos para Cardápio
Cálculo feito para saber quantas calorias diárias é preciso consumir
Para mulheres
TMB = 447,593 + (9,247 x peso em kg) + (3,098 x altura em cm) – (4,330 x idade em anos)
Participante: Professora
Altura = 155
Peso =  87
Idade = 39
Atividade diária =  moderadamente ativa
A ingestão de calorias diárias deverá ser de 
TMB = 447,593 + (9,247 x peso em kg) + (3,098 x altura em cm) – (4,330 x idade em anos)
TMB = 447,593 + (9,247 x 87) + (3,098 x 155) – (4,330 x 39)
TMB = 447,593 + 804,489 +480,19 – 168,87
TMB = 1563,402
Agora você precisa calcular quantas calorias gasta por dia considerando seu nível de atividade física:
Pouco ou nenhum exercício: TMB x 1,2
Pouco exercício (1–3 dias por semana): TMB x 1,375
Exercício moderado (3–5 dias por semana): TMB x 1,55
Exercício intenso (6–7 dias por semana): TMB x 1,725
Exercício muito intenso (2x por dia ou muito pesado): TMB x 1,9

TMB = 1563,402 x1,55
TMB = 2423,27 cal/diárias
Para determinar dentro da reta, através do peso e altura como o participante está de saúde corporal: normal, sobre peso ou obesidade faz-se o cálculo:

Índice=Peso/A^2  = 87/1,552 = 36
 
Para homens
TMB = 88,362 + (13,397 x peso em kg) + (4,799 x altura em cm) – (5,677 x idade em anos)
Participante: aluno
Altura = 170
Peso = 80
Idade = 19
Atividade diária = exercício intenso
TMB = 88,362 + (13,397 x peso em kg) + (4,799 x altura em cm) – (5,677 x idade em anos)
A ingestão de calorias diárias deverá ser de:
TMB = 88,362 + (13,397 x 80) + (4,799 x 170) – (5,677 x 19)
TMB = 88,362 + 1071,76 + 815,83 – 107,863
TMB = 1868,089
Agora você precisa calcular quantas calorias gasta por dia considerando seu nível de atividade física. Você pode adotar o seguintes fatores:
Pouco ou nenhum exercício: TMB x 1,2
Pouco exercício (1–3 dias por semana): TMB x 1,375
Exercício moderado (3–5 dias por semana): TMB x 1,55
Exercício intenso (6–7 dias por semana): TMB x 1,725
Exercício muito intenso (2x por dia ou muito pesado): TMB x 1,9
TMB = 1868,089 X 1,725
TMB = 3222,45 calorias/diárias
Para determinar dentro da reta, através do peso e altura como o participante está de saúde corporal: normal, sobre peso ou obesidade faz-se o cálculo:

Índice=Peso/A^2  = 80/1,702 = 27,7

 

Podemos concluir que os dois participantes precisam emagrecer com saúde. Desta forma já feito os cálculos das calorias que o organismo usa todo dia. Então como pode perder peso? A resposta é simples: comer abaixo da faixa de calorias que você necessita e perderá peso. Se ingerir menos calorias do que seu organismo necessita para funcionar, ele utilizará a gordura estocada nele como fonte de energia. Não deve-se comer muito abaixo do que é necessário para manter o equilíbrio, apenas 200 a 400 calorias a menos, para não sentir tanto cansaço, fadiga e perderá peso rapidamente. 
Foi proposto que todos fizessem o seu cardápio como exemplo pegaremos o participante aluno sexo masculino para demonstrar o que foi proposto.
Tomar chá com gengibre durante o dia;
Tomar 12 copos (250ml) de água por dia;
Usar no máximo ½ lata de óleo por mês pôr pessoa da família;
  Realizar 6 refeições diárias por dia, (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar, ceia.)

Como o aluno em questão está sobre peso iremos ministrar uma dieta com 400cal/dia a menos.
TMB = 3222,45 – 400 =  2822,45 cal/dia

Café

1 pão francês 130 cal
1 fatia de presunto magro 40g 150 cal
1 fatia queijo mussarela  45g 150 cal
1 copo de café com leite 140 cal
1g de açúcar  4 cal
Total  574 cal

Lanche
Iogurte 200g 140 cal
Total  140 cal

Almoço
Tomate 2 unidades 25 cal
Alface 120g 25 cal
Cozida couve flor 80g 25 cal
Arroz 6 colheres sopa  200 cal
Feijão 4 colheres sopa 200 cal
Bife grelhado 150g 225 cal
Batata inglesa ( 2 unidades média) 100 cal
Total  800 cal

Lanche tarde
Banana 50g 50 cal
Iogurte 200g 140 cal
Total  190 cal

Janta
Salada alface 120g 25 cal
Tomate 2 unidades pequenas 25 cal
4 fatias pão integral 260 cal
2 fatia presunto 40g 300 cal
2 fatia mussarela 45g 300 cal
Total  910 cal

Ceia
Maçã média 100 cal
Total  100 cal

Soma total de calorias 2714 cal/dia, as calorias que estão fora do cardápio são para o ajuste de cálculo como, a ingestão de suco de limão com adoçante no almoço e janta, fio de óleo para grelhar a carne se for necessário, o sódio sem excesso para o preparo dos alimentos.
O tema dietas foi trabalhado com as turmas do 3° ano do ensino médio período noturno, 26 alunos.
Em física a associação das calorias e o trabalho necessário para elimina-las pelo corpo.
RESULTADOS
Esta atividade possibilitou uma interação entre a disciplina de Língua Portuguesa, Química, Física e Biologia assim, estudo procurou demonstrar a aos alunos que uma disciplina não é isolada uma da outra e que há relações entre as disciplinas. O trabalho de pesquisa fez com que os alunos refletissem sobre dietas sem orientação de nutricionista que podem causar grandes danos á saúde em busca de um corpo perfeito.