CADERNO II – CIÊNCIAS HUMANAS - Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa.

CADERNO II – CIÊNCIAS HUMANAS

REFLEXÃO E AÇÃO 1
Diversas pesquisas em Educação apontam para a importância do trabalho interdisciplinar, em que seria possível a integração de mais de uma área específica do conhecimento, além de promover a interação entre o aluno, professor e cotidiano.
Nesse contexto, o grupo entende que
A interdisciplinaridade é um elo entre o entendimento das disciplinas nas suas mais variadas áreas. Sendo importante, pois, abrangem temáticas e conteúdos permitindo dessa forma recursos inovadores e dinâmicos, onde as aprendizagens são ampliadas. (BONTTO; BARROS; GEMELI; LOPES; FRISON, 2012.p.02)

Assim, vê-se na interdisciplinaridade uma oportunidade de ruptura com o senso comum, na medida em que se torna possível a compreensão daquilo que as áreas do conhecimento têm em comum e a forma pela qual elas constroem o conhecimento científico sobre determinados temas, partindo de diferentes enfoques e, portanto, partindo do que Janice Lauer chamou de “encargo da compreensão”.
Por outro lado, o grupo entende que a interdisciplinaridade não elimina as disciplinas, mas aumenta a comunicação entre elas e, portanto, respeita a epistemologia própria de cada ciência de referência. Como salienta o próprio texto do Ministério da Educação (MEC)
A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados. BRASIL (1999, p. 89)

Nesse sentido, o grupo posiciona-se contrário às disposições que se encontram no Projeto de Lei 6.840 de Reforma do Ensino Médio, no que se refere à diluição das disciplinas em grandes áreas do conhecimento, corroborando com a visão das Professoras Doutoras Monica Ribeiro Silva - Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná e Nora Krawczyk da Faculdade de Educação da Unicamp,
Ao que parece, com a formação por áreas o Sr. estaria propondo a extinção das disciplinas existentes. Isso tornaria por demais frágil o acesso ao conhecimento elaborado e cada vez mais especializado. O Sr. está ignorando a possibilidade de que áreas do conhecimento no ensino médio podem significar a possibilidade de se viabilizar maior interlocução entre as disciplinas e/ou componentes curriculares, fortalecendo-as, e não as dissolvendo. O Sr. comete outro grande equívoco ao dar mais ênfase para Língua Portuguesa e Matemática. Uma educação de qualidade não pode prescindir do conhecimento em todas as áreas, e mais, que essas áreas não tenham hierarquias entre si. E isso vale também para a formação de professores . (SILVA; KRAWCZYK, 2015)

Assim, o grupo defende não só o respeito à especificidade de cada ciência, como também a importância de cada uma delas para a construção de uma Educação plena que permita a igualdade de condição de acesso ao nível superior e/ou Pós-médio.
No que se refere à sugestão de uma temática a ser trabalhada de forma interdisciplinar, o grupo cita um trabalho, em andamento, sobre a “Questão Palestina”. Um projeto desenvolvido de forma interdisciplinar, no período noturno, entre os componentes curriculares de História e Sociologia em que os alunos realizam pesquisas e se organizam em grupos a fim de culminar na apresentação de um “Julgamento Simulado” sobre o reconhecimento do Estado Palestino pelos israelenses.
Alguns dos conceitos e teorias trabalhados na disciplina de Sociologia são a Formação do Estado Moderno, tipos de Direito que foram historicamente construídos, associados aos conceitos substantivos “Questão Palestina” e o surgimento do Estado de Israel.

Referências bibliográficas:

BONTTO, Andréia; BARROS, Caroline Ramos; GEMELI, Rafael Agnoletto; LOPES, Tatiana Bica; FRISON, Marli Dallagnol. Interdisciplinaridade no ambiente escolar. IX ANPED SUL, Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação – MEC, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 2002.
SANTOMÉ, Jurjo. Globalização e Interdisciplinaridade – O Currículo Integrado. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul LTDA, 1998.
SILVA, Monica Ribeiro; KRAWCZYK, Nora. Simulação de uma entrevista com Projeto de Lei que está pronto para ser votado na Câmara dos Deputados.  Revista Carta na Escola, edição 97, junho, 2015.

REFLEXÃO E AÇÃO 2

“ Não é verdade que as pessoas param de perseguir seus sonhos porque estão velhas, elas estão a ficar velhas porque pararam de perseguir os sonhos. ” Gabriel Márquez.

A área das Ciências Humanas é fundamental para a construção de uma escola pública gratuita e de qualidade   que dê condições de compreender a realidade de nossos estudantes e assim possibilitar a formação de cidadãos conscientes. Por envolver uma série de disciplinas e conteúdo, as Ciências Humanas possibilitam um leque de conhecimentos que dialogam entre si.
Segundo Leonardo Boff (BOFF, 2000), a utilidade das Ciências Humanas remete à dignidade Humana e à construção ética da pessoa tanto na prática profissional como na social, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
Nesse sentido, as Ciências Humanas facilitam o processo de humanização, o que implica na evolução do Homem. Para cumprir essa tarefa, utilizam –se vários recursos e instrumentos como forma de auxílio, sendo a sensibilização uma das ferramentas mais importantes na construção da humanização.
  A sensibilização diante de diversas temáticas cotidianas, é fundamental para compreendermos as questões ambientais, as políticas, a superação das diversas formas de desigualdade (socioeconômica, racial, de gênero), as formas sócio-históricas de construção de identidades (culturais, religiosas, étnico-raciais, geográficas, etc).

Diante disso, cabe aos docentes o desafio de construir uma escola plural que atenda e compreenda o mundo contemporâneo, que esclareça e participe deste novo tempo, desta nova sociedade que hoje estabelece cada vez mais uma variedade e diversidade de situações até então pouco discutidas.

A formação para o trabalho é um dos horizontes no Ensino Médio, porém não o único, a escola também deve ser capaz de formar profissionais éticos e comprometidos com a sociedade onde irão atuar. 

Conhecer nossos alunos é essencial para tal tarefa, a oportunidade de ouvir e discutir sobre seus anseios é importante, e faz parte do processo de Humanização da escola e do aluno está dentro do processo pedagógico, para tanto é preciso oportunizar momentos de reflexão para que todos os que fazem parte da comunidade escolar possam ser ouvidos. Como coloca Paulo Freire

Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. (VENTURINI, 2007.)

Metodologia e Desenvolvimento

A atividade foi desenvolvida nos 2º anos (59 alunos) e 3 º anos (48 alunos) totalizando 107 alunos. Inicialmente, explicou-se aos discentes o objetivo do trabalho que iriam realizar, através de uma fala de sensibilização sobre o tema Humanização, Valores e Futuro.
Optou-se pela atividade escrita para garantir a privacidade e a reflexão dos alunos, por se tratarem de questões de cunho pessoal os mesmos poderiam sentir-se constrangidos caso tivessem que falar.
Ocorreu uma boa participação dos alunos, através de perguntas e observações durante a realização da atividade Reflexão e Ação. A questão nº 1 que tratava dos Valores foi a que trouxe mais questionamentos, por falta de entendimento do Conceito de Valores. Nas demais questões, que eram de cunho pessoal e especifico, os alunos não apresentaram dificuldades.
Durante o encontro do Grupo de Estudos sobre o Caderno 2- Ciências Humanas, o trabalho escrito garantiu a leitura e a análise das respostas dos alunos durante as discussões, vencida esta etapa, optou-se pela tabulação dos dados separando-os por Ano, transformando-os em gráficos, possibilitando assim uma análise visual mais detalhada dos resultados.
Ao efetuarmos a leitura observou-se que vários Valores foram lembrados, pois o Conceito de Valor é bastante amplo e depende muito da maturidade, cultura, vivências, objetivo de Vida, ideologias. Assim, optou-se por tabular os Valores que foram citados mais de duas vezes. Seguem os Valores citados e não tabulados:
      - 2º Anos:  Perdão – Lealdade – Coragem – Sinceridade –          Perseverança – Sinceridade – Igualdade.
      - 3º Anos: Generosidade – Sabedoria – Compreensão –
                 Tolerância – Igualdade - Amigos.

Análise dos Resultados

1) Quais são seus Valores atuais?

 
Os Valores apresentados pelos alunos dos 2º anos e 3º anos são coincidentes, o que denota que existe uma tendência em valorizar certas atitudes e comportamentos como: Solidariedade, Humildade , Respeito, Honestidade e Compaixão.
   2) Quais são seus planos para o Futuro?

 
As respostas dos 2º anos sobre o Futuro são bastante objetivas ficando em apenas duas opções – Trabalho e Faculdade - o que sinaliza uma visão ainda imatura sobre o que esperar para o Futuro. Os alunos do 3º ano já mostram uma percepção mais ampla do Futuro, suas respostas são mais variadas e com uma conotação além da visão profissional e acadêmica.

3) Como você se imagina daqui a 10 anos ?

A pergunta sobre o Futuro que estabelece uma meta de 10 anos, as respostas foram variadas em todos os anos pesquisados. Os alunos dos 2º anos deram especial destaque a formação de sua Família, chegando a 49% a soma dos itens Família e Filhos, a independência financeira também é almejada por uma considerável porcentagem dos alunos. Os 3º anos deram continuidade aos seus objetivos para o Futuro, pois, existe uma continuidade das respostas da questão 2 na questão 3, em todos os itens:
-  Estudo e Faculdade;    
-  Família e Filhos;   
-  Profissão e Voluntariado;    
-  Viajar e Exterior.

        Durante a análise dos textos observou -se que os alunos de ambos os anos mencionaram várias vezes a importância da Família em suas conquistas pessoais e acadêmicas, reconhecendo os esforços dos familiares, tanto no campo financeiro como pessoal. A grande maioria faz planos sobre constituir sua própria Família no futuro. Outro ponto salientado foi a importância em dar continuidade em seus estudos.

Relatos de alunos
2 º ano.

2 º ano


3 º ano.

 

3 º ano.

Conclusão
      
Estamos diante de uma geração que pela primeira vez na humanidade tem acesso irrestrito a informação e a liberdade, porém percebeu – se nos relatos dos alunos uma valorização aos conceitos e valores tradicionais que redundam como a ideia de compor uma Família Tradicional, Pais, Filhos e Cachorros, o que destoa do discurso progressista que é típico da Juventude.
A valorização e a continuidade dos Estudos são objetivos comuns, o que de mostra a importância que a vida acadêmica tem no Futuro dos jovens pesquisados. O Colégio e os Professores são mencionados como peças importantes em suas formações pessoais e acadêmicas.
Concluir uma faculdade, trabalhar e ter independência financeira, fazem parte de um processo de crescimento profissional, financeiro e pessoal, e representa o início da maturidade diante dos desafios da vida adulta. 
Os textos almejam e descrevem o Futuro de forma Positiva, desejam uma vida tranquila e confortável, mais sem grandes ambições. Também relatam o desejo de ser útil e praticar trabalhos voluntários, e ainda desejam melhorar como pessoas, como dizem: “serem pessoas melhores “. 
      
Referências bibliográficas
BOFF, Leonardo. Ethos mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Brasília: Letra viva, 2000.
MENDES, Taís Maria. “TOPOFILIA” O Elo  Afetivo na  Escola e a Relação  com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica- IDEB. Professora integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional ( PDE ), licenciado em Geografia pela FAFI- União da Vitória, Visualizado em 01/08/2015. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/630618.pdf?PHP...
RAMOS, Fábio Pestana. A importância das Ciências Humanas na formação profissional. Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol. jul., Série 01/07, 2012, p.01-08. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ensaiospedagogicos.pdf
VENTURINI, Toni. Paulo Freire Contemporâneo. Documentário: 2007. TV Escola/ Olhar imaginário. Disponível em www.ebc.com.br

REFLEXÃO E AÇÃO 3

Em debate entre os professores que participam deste projeto, junto a depoimentos coletados em entrevistas com outros professores e pesquisa bibliográfica de livros didáticos percebem-se algumas permanências e alterações dos conteúdos abordados nos currículos escolares.
As permanências são as teorias que são reproduções de forma simplificada dos conteúdos debatidos na academia, isto é, ensino superior. Com o desenvolvimento das pesquisas sobre o magistério e o próprio desenvolvimento das licenciaturas percebeu-se uma evolução positiva do conteúdo lecionado nas escolas ao longo dos anos. Isto é refletido na maior qualidade dos livros didático que a cada edição apresentam mais conteúdos e correções.
Já as alterações são pertinentes às mudanças da sociedade brasileira. O fim da ditadura militar, uma maior vivência e experiência com a democracia, a maior mobilização dos movimentos sociais refletiu em propostas político pedagógicas na área de educação. Hoje, avanços e garantias de direitos são contemplados como, por exemplo, a Lei de Diretrizes Básicas de 1996 que garantia a inclusão de Filosofia e Sociologia como componentes curriculares das Ciências Humanas (matérias que foram excluídas do currículo durante a ditadura militar); a Lei nº 10639 que tornou obrigatório o ensino de história de cultura afro-brasileira; a Lei nº 11.645 que acrescentou a história e cultura indígena como componente obrigatório também.
Em seguida, é apresentada a “ação curricular” que vai de encontro com estas alterações do currículo escolar. Propõe-se nesta ação curricular, o aluno tornar-se sujeito e questione o espaço em que vive. Esta proposta foi elaborada dentro da disciplina de sociologia, mas com possibilidade de novas problematizações e desdobramentos em outras disciplinas.

AÇÃO CURRICULAR

1 Nível de ensino: Ensino Médio.
2 Conteúdo Estruturante: Indústria Cultural
2.1 Conteúdo Básico: Cultura Brasileira; Raça e etnia
2.2 Conteúdo Específico: A imagem turística de Curitiba
3 Objetivo: Problematizar a construção da imagem turística de Curitiba
4 Número de aulas estimado: 3 aulas.

5 justificativa
A Proposta Político Pedagógica (P. P. P.) do Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa parte do pressuposto de trabalhar numa concepção de sociedade democrática e justa, na formação do cidadão crítico, participativo e responsável, numa escola transformadora, autônoma e emancipadora para um mundo de igualdade.
E de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM), a formação humana integral se associa a uma concepção pedagógica valorizadora de ações que busquem articular as vivências e experiências dos estudantes, seus saberes e expectativas. É objetivo o desenvolvimento de posturas éticas quanto à diversidade cultural e às questões ambientais e universalização dos direitos de direitos sociais. A presente atividade busca dar centralidade ao protagonismo do estudante, tornando-o sujeito no espaço em que vive, isto é, a cidade.
Questionar a imagem construída da cidade de Curitiba é fazer refletir sobre a própria experiência vivida na cidade. Entender o contexto em que ele (aluno) está inserido e se relaciona, o faz tornar sujeito num exercício de auto posicionamento.
A atividade proposta critica a imagem idealizada de Curitiba como cidade moderna, elegante, europeia, multicultural construída através de políticas públicas com marketing, mas que na convivência diária se percebe as contradições de uma cidade excludente com espaços definidos aos quais não permitem ou dificultam o acesso do cidadão que não se encaixa no perfil da cidade branca, europeia, sofisticada.  

7 Desenvolvimento
1ª Aula
É recomendada ao professor a leitura do texto “Em busca de Curitiba perdida: a construção do habitus curitibano” de Vanessa Maria Rodrigues Viacava ao qual explica a criação do habitus curitibano e aponta uma crítica a imagem criada de Curitiba.
Após a leitura e compreensão do texto crítico, cabe ao professor contextualizar e provocar a reflexão do aluno durante a aula sobre a imagem que se tem de Curitiba. O professor deve perguntar aos alunos quais são os pontos turísticos mais conhecidos de Curitiba e se frequentam estes locais.
Divide-se a turma em grupos e cada um receberá um mapa da cidade. Os alunos devem organizar uma lista com os pontos turísticos que conhecem e em seguida fazer marcações no mapa. Estes mapeamentos permitem visualizar como o estudante enxerga e vive a cidade. Após a conclusão dos mapeamentos por grupo, deve-se criar um mapa geral da turma como também a listagem de pontos turísticos apontados.
Em seguida o professor deve comparar o mapa geral construído pela turma com outro mapa que aponte todos os pontos turísticos da cidade de Curitiba. A comparação serve para expor as possíveis limitações de reconhecimento da cidade por parte dos alunos.
Para conclusão de aula, o professor deve indicar para cada grupo a pesquisa de determinados pontos turísticos. Os instrumentos de pesquisas podem variar: pesquisa bibliográfica através do acesso a informações da internet encontradas em sites da prefeitura, de turismo, portais de relacionamento, etc.; coleta de materiais de marketing sobre o município de Curitiba (tanto atuais como de outras épocas); pesquisa de campo com registro como fotografias e diário; entrevista com turistas; entrevistas com familiares que relatem a diferença entre Curitiba de ontem e hoje; etc.

2ª Aula
No formato de seminário, cada grupo da turma deve expor o material coletado da pesquisa dos pontos turísticos. As formas de exposição podem ser múltiplas desde exposição oral, cartazes, slides, vídeo, etc. A exposição da pesquisa na forma de seminário tem como objetivo exercitar a oralidade e postura diante de um público.
Após o termino do seminário oportuniza-se um debate entre os alunos para que se relate as dificuldades e estratégias das pesquisas. Espera-se que os alunos percebam o quanto a cidade pode ser excludente para algumas pessoas (inclusive para eles próprios) e como a representatividade não é contemplada de forma imparcial para todas as etnias numa cidade que se diz multicultural.
O professor deve retomar a importância da contribuição histórica, social e cultural das etnias negra e indígena para cidade de Curitiba. Em seguida expor as estratégias de marketing para construção da imagem turística idealizada da cidade que vende uma Curitiba multicultural, mas que não valoriza negros e índios relacionando este projeto com o conceito de indústria cultural da Escola de Frankfurt.

8 Aprendizagem esperada
Após o trabalho continuado de aula expositiva, pesquisa, seminário e debate em sala, o professor deve observar se os estudantes foram capazes de exercitar a imaginação sociológica e caráter crítico em relação à própria cidade que reside. Notar como grupos étnicos como negros e índios não são visibilizados no processo de construção da capital do Paraná é um exercício de crítica e denúncia às políticas públicas. Espera-se que os alunos se auto posicionem enquanto cidadãos conscientes da necessidade de respeito à diversidade cultural após a atividade.

9 Abordagem interdisciplinar
A atividade proposta pode ter possíveis desdobramentos para as diversas disciplinas que compõem a grade curricular. Partindo do princípio que a atividade envolve uma pesquisa do contexto de vivência do aluno, o direcionamento do questionamento deste contexto pode ser variável. Cada professor pode problematizar a imagem da cidade de Curitiba a partir de teorias e conceitos de sua respectiva disciplina. Por exemplo:
- Química: trabalhando o conteúdo “História da química” onde se faz a relação entre a diferença do conhecimento científico e senso comum. Para que os alunos saibam diferenciar os conhecimentos, é citado o uso de ervas, plantadas pelos índios e afrodescendentes, conhecimento esse adquirido de geração em geração. A proposta será que os alunos façam uma pesquisa sobre uso de plantas como medicamentos pelos povos indígenas e afrodescendentes. Os resultados serão apresentados em forma de seminário para toda comunidade escolar.
- Matemática: analisar e interpretar gráficos estatísticos referentes ao aumento da população na data referida e comparar esses dados com os recursos destinados à cidade. Poderão observar que o aumento dos recursos (hospitais, escolas, áreas de lazer, etc.) não foi proporcional ao número de pessoas, o que ocasionou um abarrotamento dos serviços públicos. Ainda poderão ser explorados conceitos como porcentagem, amostragem e resolução de problemas no eixo do tratamento da informação.
- Português: com o conteúdo “gêneros textuais (notícia e reportagem) ” propõem-se investigar e escrever uma reportagem referente aos pontos turísticos de Curitiba, que não são divulgados (por exemplo: Praça Zumbi dos Palmares).
- Geografia: conceitos de: lugar/urbanização. Cidadania/topofilia.

10 Referências bibliográficas
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio. Etapa II – caderno II: Ciências Humanas. Ministério da Educação, Secretaria de Educação básica. [Organizadores: Alexandre Dantas Trindade]. Curitiba: UFPR/ Setor de Educação, 2014.
VIACAVA, Vanessa Maria Rodrigues. “Em busca da Curitiba perdida”: Os mecanismos da construção de uma identidade curitibana. In: Simpósio Internacional Processo Civilizador, 12.,Recife. Anais. Recife. 2009.
Sites:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Reflexão e ação 4

Uma boa alimentação tem como resultado, uma vida saudável e a partir do momento que nos alimentarmos de forma saudável, estaremos prevenindo muitas doenças. Alimentos que contêm fibras e todas as vitaminas auxiliam nas defesas naturais do corpo, e por isso devem ser ingeridas regularmente.
Em 1955 foi implantado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Seu objetivo é garantir uma merenda escolar de qualidade aos alunos de escolas públicas O PNAE é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), foi ampliado e melhorado com a Lei nº 11947 de 16 de junho de 2009, que inclui a alimentação como um direito do aluno e um dever do Estado.
O (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente prevê no artigo 54 o dever do Estado em assegurar à criança e adolescente, gratuidade a vários serviços escolares entre eles a alimentação.
A implantação da merenda nas escolas tem como objetivo principal, atender às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para seu desenvolvimento bem como sua aprendizagem. Desta forma, elaboramos algumas atividades que possibilitem ao aluno:

- Valorizar uma alimentação equilibrada e saudável para manter uma boa saúde;

- Compreender que uma má alimentação oriunda de frituras, fast-food, embutidos, não diversificada e industrializada, contribui para surgimentos de doenças crônicas.

- Incentivar a redução do desperdício de alimentos.

A partir de análises feitas pelos educadores interdisciplinares sobre a alimentação dos alunos, pudemos concluir que:

- A maioria não se alimenta da merenda escolar, trazendo o próprio alimento de casa e na maioria das vezes sem valor nutricional.

- Os alunos não possuem bons hábitos alimentares.

- Os lanches trazidos de casa são, em sua maioria, industrializados, como salgadinhos, doces, refrigerantes, bolachas recheadas, entre outros.
- O rendimento escolar destes alunos que trazem alimentos de casa é baixo comparando com aqueles alunos que se alimentam com lanches oferecidos na escola.

Sendo assim, os professores das mais diversificadas disciplinas colocaram em prática, as atividades elaboradas da seguinte forma:

- Dividiram grupos de alunos para pesquisa em sites, revistas e documentários com o intuito de buscar formas simples de alimentação saudável.

- Um segundo grupo, foi responsável em elaborar questionários (enquete) envolvendo quantidade, qualidade referente à alimentação dos próprios alunos.

- Um terceiro grupo ficou responsável por elaborar palestras sobre “Boa alimentação” sendo que os resultados foram:

a) Criação de uma Pirâmide Alimentar com um recurso visual confeccionado com diversos materiais.

b) Mostragem em Power point, grupos de alimentos que fornecem nutrientes importantes no processo vital e suas respectivas funções como açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas complexo A a Z, sais minerais e água.

c) Vídeo pesquisado no site: https://www.youtube.com/watch?v=K7uhcsfRkGk com palestra do Dr. Lair Ribeiro cujo título: “Que seu alimento seja seu remédio”.

d) Análise de textos sobre alimentação escolar extraídos do site: www.escolas.educacao.ba.gov.br#sthash.hpswVFpY.dpuf

e) Vídeo pesquisado no site: https://www.youtube.com/watch?v=e7sD6mdXUyg referente à região “Ilha das Flores” para análise e reflexão.

 

RESULTADO DOS TRABALHOS:

- Confecção de cartazes feitos com material reciclado sobre o tema;

- Surgimento de um cardápio simples e saudável para a merenda da escola;

- Apresentações com o apoio e conscientização das famílias e da comunidade com o objetivo de criar uma cultura de produção de alimentos orgânicos e livres de agrotóxicos, assim como de uma alimentação balanceada, envolvendo frutas, verduras, legumes, sucos bem como da prática de exercícios físicos.

Comunidades: