Caderno 3 - Colégio Estadual Sertãozinho

Ciências da Natureza

 

Todos tem o direito de serem inseridos no mundo dos conhecimentos produzidos histórica e culturalmente a fim de construir significados sobre eles. Pensando nisso, de que forma as Ciências da Natureza podem contribuir com a formação integral do estudante?

Historicamente, o ensino das disciplinas que compõem as Ciências da Natureza é baseado na transmissão pura e simples de conteúdos. Além, do fato, destas disciplinas não dialogarem entre si o que tem resultado na construção de um conhecimento fragmentado.

Se faz necessário, a reformulação deste ensino, visando o aluno enquanto sujeito que possui necessidades e experiências. Assim como a escolha de conhecimentos relevantes, que possuam significado. É preciso estabelecer um diálogo com nossos alunos para conhecê-los e, a partir deste conhecimento, construir um Currículo real.

Outro ponto importante, é reconhecer que o diálogo não deve ser restrito a professores e alunos, mais precisa acontecer entre os professores na busca pela interação entre as disciplinas. O aluno precisa perceber esta interação. Pois é ela que será responsável pela contextualização do conhecimento de forma prática.

As Ciências da Natureza tem algumas funções que vão desde o auxílio na resolução de problemas cotidianos até a ampliação da nossa leitura de mundo e suas consequências. A visão do cientista solitário deve ser substituída pela imagem das pessoas reunidas refletindo na busca pela resolução de seus problemas.

Para que isto ocorra precisamos articular ambientes de aprendizagem que privilegiem o trabalho em equipe, a interação, o diálogo, o envolvimento dos estudantes em situações de investigação. O professor deve dirigir o processo de aprendizagem de maneira que os alunos construam o conhecimento de forma autônoma. Deve-se superar a tradicional visão de que ensinar e aprender Ciências é ensinar e aprender conceitos descontextualizados. Educar em ciências e sobre ciências precisam ser vistos como processos conectados.

Proporcionar  aos educandos ambientes de aprendizagem que possibilitem o trabalho em grupo, em que as interações em sala de aula favoreçam a negociação de significados e a valorização das ideias ,  para a construção de uma concepção social de produção de conhecimento científico. Nos trabalhos em  grupos , os  educandos são  envolvidos em situações em que propõem problemas ou buscam resolver problemas propostos pelo professor , terão que coletar dados, relacionar, comparar e avaliar variáveis, elaborar explicações e soluções para as questões levantadas  para a construção autônoma do conhecimento. Na área das  ciências (Biologia) por  exemplo,  quando é  trabalhado  sobre o  processo de fotossíntese  nos vegetais  pode-se previlegiar  experimentos  nos  quais os educandos usaram o  método cientifico para  chegar as suas próprias conclusões  elaborando explicações a partir dos conhecimentos da Física, da Química e da Biologia para os dados encontrados e propondo novas perguntas de pesquisa, assim teriam a oportunidade de mobilizar saberes e vivências das Ciências da Natureza para construir conhecimentos relevantes para a área e para sua formação. No caso de questões sociocientíficas, seria possível também o diálogo com outras áreas de conhecimento e com outras práticas culturais, ampliando e ressignificando seus repertórios e leitura de mundo.

A formação de professores num curso de licenciatura que corroborava com as práticas tradicionais, atualmente  são incompatíveis com a formação humana integral que as DCNEM apontam como meta desta etapa da educação, no cenário da educação científica.Houve questionamentos que impulsionaram tais mudanças, que não aconteceram inicialmente no âmbito educacional, mas sim no contexto da sociedade como um todo ,  este movimento passou a ser chamado de movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), e acabou influenciando pesquisadores na área da Educação em Ciências a repensarem o currículo dos componentes curriculares da área de Ciências da Natureza.

Historicamente, a função docente foi associada ao controle, à fiscalização , ao disciplinamento, à medida , à verificação, a ponto que para muitos  professores sua principal tarefa passou a ser transmitir os conteúdos, e logo constatar ao quanto os alunos assimilaram, indicando claramente, através de notas, de conceitos  ou menções quais são “aptos”  e os “inaptos” , ou seja , aqueles que merecem ou não prosseguir nos estudos, por “não terem  condições” ou por “não saberem aproveitar as iguais oportunidades dadas a todos. Temos que fazer este aluno descobrir o tema como fazendo parte, dele, através da mediação do tema, pelo professor.

Referências:
VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis transformadora. 5.ed. São Paulo: Libertad, 2003.

Professores do PACTO - Ensino Médio

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