"A árvore educacional"

Colégio Estadual Bartolomeu Mitre – Foz do Iguaçu – Paraná
Proposta de Reflexão e Ação – caderno IV – Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio.

A partir da premissa de Libâneo (2010, p. 20) o pensar e o fazer pedagógico podem ser vistos enquanto “uma atividade prática de humanização das pessoas”, compreendemos que o “educar” é uma responsabilidade social e ética. O fazer pedagógico são as raízes da nossa “árvore educacional” , ou seja a base da nossa escola, a Pedagogia Histórico-crítica, que não deixa de ser permeada por valores e ideologia que são reconstruídos pela escola ; é nossa forma de ver e interagir com o mundo, de abordar os saberes e conceitos de cada área do conhecimento. 

Nosso tronco, ou seja nossa sustentação, se dá através do Materialismo-Histórico-Dialético que nos permite descrever e refletir  a realidade pois, esse método não busca uma interpretação dos fatos científicos, históricos, humanos, mas uma reflexão acerca deles, proporcionando assim uma forma de o estudante se enxergar como protagonista dos fênomenos sociais dos quais ele faz parte. 

Como as folhas das árvores, que são as partes mais visíveis dela, é a nossa prática em sala de aula, são as técnicas de ensino, a forma como apresentamos os conteúdos, a escolha de recursos tecnológicos, além de toda a rotina diária. As folhas da nossa árvore são os conteúdos em si, e as formas selecionadas para abordagem dos mesmos.

Dada a dinâmica e a complexa construção da humanidade e as transformações que estão ocorrendo em nossa sociedade,  pensamos o que é educar para a totalidade? Na literatura, destacamos um conceito que contempla bem o pensar pedagógico: “A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa. Que livro melhor que o livro da humanidade?” (Gandhi apud CLARET, 1983, p.83). Acreditamos que intervir para descobrir o melhor de uma pessoa é contribuir para a sua realização; é possibilitar, a esse ser, viver integral e plenamente as suas potencialidades.

Não podemos, então, conceber a formação do cidadão com uma pequena valorização do espírito investigativo. Essa curiosidade epistemológica nos propicia a possibilidade de fazer leituras críticas do mundo, desenvolvendo a capacidade de analisar, avaliar, planejar, decidir, expor e defender ideias, enfim, agir como sujeitos históricos e atores sociais fazendo acontecer a história e mudando o seu rumo. Para NARANJO: “educação integral é uma educação do corpo, dos sentimentos, da mente e do espírito, completa e equilibrada, que oferece ao mundo pessoas informadas a seu respeito e generosamente dirigidas a ela” (1991, p.122).

Pretendendo a formação integral do indivíduo, pressupomos uma educação que não priorize nenhum aspecto da formação do ser e que seja fundamentada em concepções teóricas mais abertas e abrangentes; conduzindo à uma prática que possibilita trabalhar na perspectiva da multidimensionalidade e complexidade do real. Para tanto, a ação pedagógica deve sedimentar-se no pensar, no sentir e no querer. Segundo LANZ  “o pensar tem que permear o querer, é nisso que consiste a educação; mas o caminho certo passa pelo sentir” (1986, p.79).